Massacre
O massacre é rotina nos Estados Unidos da América. Aconteceu mais um, a somar-se a uma longa lista que os jornais descrevem, as rádios anunciam e as televisões mostram. Este, que teve lugar na Virgínia, atingiu mais de três dezenas de jovens num campus universitário. Poderia ter acontecido noutro lado qualquer e, a haver alguma novidade, será certamente a condolência do presidente Bush que, com aquele seu ar mentiroso de quem foi à lata das bolachas, falou aos americanos manifestando-se profundamente «chocado». Interroga-se o cidadão comum sobre tal «choque», num país onde a violência tanto transborda que ultrapassa as suas fronteiras e se despeja no resto do mundo causando milhões de vítimas inocentes. Mas aconteceu num país onde é possível um presidente, cuja obra se ancora nessa exportação de violência, cujo papel político na cena internacional se caracteriza pela mentira a servir de pretexto aos ataques mais horrendos e ignóbeis contra os direitos humanos dos povos, que elabora listas de países a integrar num «eixo do mal», outros tantos alvos a abater deixando um rasto de morte entre a população civil de cada um deles. Um país onde é possível um actor pistoleiro de segunda ou terceira categoria ter vindo a ser eleito presidente, como foi o caso de Reagan que até ao fim cumpriu o papel de mau da fita, e onde também é possível um actor de importação cujo papel primeiro foi o de Conan, o Bárbaro e prosseguiu na senda cinematográfica à custa do seu talento em disparar com armas pesadas sobre tudo o que de «anti-americano» mexesse vir a ser eleito governador do mais rico Estado dos EUA.
A cultura imperialista dos EUA é uma cultura de violência. E infecta todos os povos sob o seu domínio. Poder-se-ia perguntar ao leitor se viu recentemente algum filme ou alguma série que passe na televisão – seja nos canais nacionais, seja no cabo. E concluir-se-ia certamente que, caso o leitor respondesse afirmativamente, em mais de noventa por cento dos casos teria decerto assistido a uma produção americana. E, interrogado sobre o filme ou série, era de caras que não se recordaria de nenhuma produção que não fosse abundante em armas e tiros. Mesmo os bons filmes americanos não escapam e são raríssimos aqueles em que a trama não comporte um bom par de tiros ou, pelo menos, ameaça deles. Matar é, no imaginário americano, um desporto nacional, bem acima do basebol ou do basquete. Um verdadeiro massacre, que constitui o caldo de cultura onde vicejam os assassinos.
A cultura imperialista dos EUA é uma cultura de violência. E infecta todos os povos sob o seu domínio. Poder-se-ia perguntar ao leitor se viu recentemente algum filme ou alguma série que passe na televisão – seja nos canais nacionais, seja no cabo. E concluir-se-ia certamente que, caso o leitor respondesse afirmativamente, em mais de noventa por cento dos casos teria decerto assistido a uma produção americana. E, interrogado sobre o filme ou série, era de caras que não se recordaria de nenhuma produção que não fosse abundante em armas e tiros. Mesmo os bons filmes americanos não escapam e são raríssimos aqueles em que a trama não comporte um bom par de tiros ou, pelo menos, ameaça deles. Matar é, no imaginário americano, um desporto nacional, bem acima do basebol ou do basquete. Um verdadeiro massacre, que constitui o caldo de cultura onde vicejam os assassinos.