13 de Abril, significado de uma data
Os venezuelanos estão conscientes de que o inimigo não dorme
Cinco anos são passados da marcante vitória popular de 13 de Abril de 2002 na Venezuela. Nesse dia a acção convergente das massas populares e dos sectores mais progressistas das forças armadas derrotou o golpe de inspiração fascista que dois dias antes afastara da Presidência Hugo Chávez. Golpe de Estado – apoiado e legitimado pelos EUA – que durante 48 horas recolocara o poder político nas mãos da oligarquia e da velha casta política venezuelanas, num dos países socialmente mais desiguais e, ao mesmo tempo, mais ricos da América Latina.
Na escala do «tempo social», quase um abismo separa hoje a pátria de Bolívar da realidade de há apenas cinco anos, facto que atesta a vitalidade da revolução bolivariana. Um longo e sinuoso percurso foi percorrido por este processo, em muito inédito, desde a vitória nas presidenciais de 1998. O 13 de Abril simboliza a confirmação do papel decisivo das massas e da chamada «união-cívico militar» - pedra de toque de uma revolução que se reclama pacífica mas que não está desarmada -, sem os quais não teriam sido possíveis os avanços e conquistas, já seu património.
A eliminação do analfabetismo, a implementação gratuita de vastíssimos programas educativos e a aposta estratégica na educação para todos, o acesso à rede de saúde – com o contributo solidário de mais de 20 mil profissionais cubanos – de milhões de venezuelanos a quem a democracia burguesa negara este direito básico, os programas de distribuição alimentar a preços reduzidos, são só algumas das realizações sociais mais emblemáticas. Medidas que a comunicação social dominante oculta ou apenas resume a uma perniciosa manifestação de «petro-populismo», mas a que caberia acrescentar a recuperação pelo Estado do sector petrolífero, a industrialização em curso e o combate ao latifúndio, os processos de nacionalização de sectores estratégicos da economia, a recuperação do papel do Estado na comunicação social e a democratização da esfera informativa, entre muitos outros aspectos.
Se o fortalecimento do processo bolivariano nos planos político, social, económico, militar e da organização popular é um dado insofismável, por outro lado, não há que esquecer que o velho Estado burguês subsiste e que o processo de profundas transformações será longo e difícil. A certeza de que em consequência do «aprofundamento do processo revolucionário com vista ao socialismo» se avizinha uma nova etapa de «agudização das contradições internas e externas» é salientada pelos comunistas venezuelanos em declaração por ocasião do 5.º aniversário do 13 de Abril. Os venezuelanos estão conscientes de que o inimigo não dorme e não subestimam os seus perigos. Numa altura em que no campo bolivariano são intensos os desenvolvimentos em torno da proposta de Chávez de criação do «partido da revolução» (PSUV), o documento do PCV – partido que em Março realizou um Congresso extraordinário em que decidiu não se dissolver – reitera a intenção de «contribuir para a consolidação da unidade orgânica dos revolucionários» com vista à conformação de uma «direcção política colectiva» capaz de assumir a «vanguarda da revolução».
Os reflexos do 13 de Abril e da experiência bolivariana são inseparáveis dos processos de mudança e mobilização social que percorrem o sub-continente, onde, no Equador, a proposta de convocação de uma Constituinte com amplos poderes acaba de registar uma esmagadora vitória. A articulação dialéctica de um processo revolucionário com a dimensão internacionalista, o papel de Cuba socialista, a realidade dessa experiência de cooperação que desafia a lógica capitalista que é a ALBA, despertam a atenção e solidariedade dos revolucionários em todo o mundo e são um factor extra de motivação para a sua luta.
Na escala do «tempo social», quase um abismo separa hoje a pátria de Bolívar da realidade de há apenas cinco anos, facto que atesta a vitalidade da revolução bolivariana. Um longo e sinuoso percurso foi percorrido por este processo, em muito inédito, desde a vitória nas presidenciais de 1998. O 13 de Abril simboliza a confirmação do papel decisivo das massas e da chamada «união-cívico militar» - pedra de toque de uma revolução que se reclama pacífica mas que não está desarmada -, sem os quais não teriam sido possíveis os avanços e conquistas, já seu património.
A eliminação do analfabetismo, a implementação gratuita de vastíssimos programas educativos e a aposta estratégica na educação para todos, o acesso à rede de saúde – com o contributo solidário de mais de 20 mil profissionais cubanos – de milhões de venezuelanos a quem a democracia burguesa negara este direito básico, os programas de distribuição alimentar a preços reduzidos, são só algumas das realizações sociais mais emblemáticas. Medidas que a comunicação social dominante oculta ou apenas resume a uma perniciosa manifestação de «petro-populismo», mas a que caberia acrescentar a recuperação pelo Estado do sector petrolífero, a industrialização em curso e o combate ao latifúndio, os processos de nacionalização de sectores estratégicos da economia, a recuperação do papel do Estado na comunicação social e a democratização da esfera informativa, entre muitos outros aspectos.
Se o fortalecimento do processo bolivariano nos planos político, social, económico, militar e da organização popular é um dado insofismável, por outro lado, não há que esquecer que o velho Estado burguês subsiste e que o processo de profundas transformações será longo e difícil. A certeza de que em consequência do «aprofundamento do processo revolucionário com vista ao socialismo» se avizinha uma nova etapa de «agudização das contradições internas e externas» é salientada pelos comunistas venezuelanos em declaração por ocasião do 5.º aniversário do 13 de Abril. Os venezuelanos estão conscientes de que o inimigo não dorme e não subestimam os seus perigos. Numa altura em que no campo bolivariano são intensos os desenvolvimentos em torno da proposta de Chávez de criação do «partido da revolução» (PSUV), o documento do PCV – partido que em Março realizou um Congresso extraordinário em que decidiu não se dissolver – reitera a intenção de «contribuir para a consolidação da unidade orgânica dos revolucionários» com vista à conformação de uma «direcção política colectiva» capaz de assumir a «vanguarda da revolução».
Os reflexos do 13 de Abril e da experiência bolivariana são inseparáveis dos processos de mudança e mobilização social que percorrem o sub-continente, onde, no Equador, a proposta de convocação de uma Constituinte com amplos poderes acaba de registar uma esmagadora vitória. A articulação dialéctica de um processo revolucionário com a dimensão internacionalista, o papel de Cuba socialista, a realidade dessa experiência de cooperação que desafia a lógica capitalista que é a ALBA, despertam a atenção e solidariedade dos revolucionários em todo o mundo e são um factor extra de motivação para a sua luta.