Zona histórica do Porto

«Terrorismo social»

Os comunistas do Porto acusam a Câmara do Porto de promover uma política de «terrorismo social» no centro histórico da cidade.

A perda de população tem sido sistemática e brutal

«A Câmara do Porto é um dos mais importantes senhorios do centro histórico, tendo, por isso, maiores responsabilidades e, simultaneamente, maiores possibilidades de intervenção no processo de inversão desta perda de população», refere um documento, distribuído pela CDU, durante uma visita do vereador comunista, Rui Sá, à zona do Muro dos Bacalhoeiros.
Para a CDU, a coligação PSD/CDS, que lidera a autarquia, tem revelado uma «completa insensibilidade» sobre esta questão, criticando a opção de transferir os inquilinos municipais para bairros periféricos, que contribui para o progressivo despovoamento do centro histórico do Porto.
Os dados oficiais indicam que as quatro freguesias que integram a zona histórica da cidade (Miragaia, S. Nicolau, Sé e Vitória) perderam cerca de 70 por cento da sua população nos últimos 25 anos.
«A perda de população destas freguesias tem sido sistemática e brutal», alertou a CDU, acrescentando que esta realidade se deve ao estado de degradação e abandono em que se encontram os edifícios daquela zona da cidade.
O êxodo dos moradores do centro histórico não significa, no entanto, que os que saem percam o contacto com aquela zona.
«A manutenção dos seus progenitores no local, a existência de uma vida associativa intensa e as características de uma vida social baseada em fortes relações de vizinhança, faz com que, especialmente, aos fins-de-semana, os moradores que foram obrigados a partir regressem ao centro histórico», salienta o documento da CDU.
A melhor prova desta ligação é o facto do número de eleitores recenseados nas quatro freguesias do centro histórico (14756) ser superior ao número de habitantes (13189).

Melhores políticas

A existência de alegadas «chantagens» para obrigar moradores a aceitar mudar para outros locais da cidade foi também denunciada pela CDU, que salientou existirem na zona histórica habitações municipais devolutas que podem ser aproveitadas para o realojamento das famílias que vivem em espaços degradados.
«Esta política sistematizada de tentativa de desalojamento dos moradores do Muro dos Bacalhoeiros indicia uma tentativa de libertação de um conjunto de prédios contíguos com o objectivo de permitir a sua alienação a interesses privados», salienta a coligação, para quem esta situação é «inadmissível».
«Se, por força de obras, os moradores tiverem de ser desalojados das suas habitações, deverão ser realojados nas habitações municipais que se encontram devolutas, com a possibilidade de regresso, caso assim o pretendam, às suas habitações originais», defendem os comunistas, frisando que «deste modo, a Câmara do Porto contribuirá para a fixação das populações no centro histórico, combatendo o seu despovoamento e ritmo de degradação».


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