Ferroviários vão à luta
Perante propostas iguais das empresas do Grupo CP, para actualizações salariais de apenas 1,5 por cento, os trabalhadores reforçam a unidade e preparam acções firmes, exigindo uma base séria de negociação.
É necessário continuar a luta, com mais força e formas mais avançadas
Nas primeiras reuniões de negociação, a CP e a Refer apresentaram aos representantes dos trabalhadores propostas de mais 1,5 por cento, na tabela salarial e no subsídio de refeição. Na sexta-feira, ambas se ficaram por 1,8 por cento. Na EMEF, a primeira reunião ficou agendada para hoje, mas a administração já adiantou que seguiria os números da empresa-mãe.
Para o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a reivindicação é de mais 5 por cento, na tabela salarial, com garantia de um aumento mínimo de 30 euros.
«O reforço da acção e da unidade a partir dos locais de trabalho» é o caminho apontado pelo sindicato, «perante a repetição da ofensiva contra os salários». Considerando tratar-se de «um problema de todos», e procurando «unir esforços», o SNTSF/CGTP-IN «propôs, a algumas organizações sindicais, uma reunião para discussão dos actuais processos negociais e as posições a assumir». Realça, entretanto, a importância de lutas já realizadas ou em curso.
É o caso da greve dos assistentes comerciais, no dia 1 de Março, que contou com a adesão da «esmagadora maioria» daqueles profissionais, com os quais o SNTSF vai promover uma nova reunião, ainda este mês, para definir os passos a dar, com o objectivo de levar o CG da CP a atender as reivindicações.
Na Soflusa, onde uma longa série de greves dos maquinistas práticos tinha aberto negociações, estas foram «inesperadamente» rompidas pela administração, numa altura em que apenas falta acordar «a contrapartida remuneratória» pelo aumento de funções e responsabilidades daqueles trabalhadores. Neste contexto, o SNTSF e os sindicatos da Mestrança e Marinhagem e da Marinha Mercante e Transitários decidiram convocar novas greves, para os dias 28 a 30 de Março e 2 a 4 de Abril.
O SNTSF salientou, em comunicado específico, o «grande número» de ferroviários na manifestação nacional de dia 2 de Março, juntando o seu protesto ao de muitos mais milhares de trabalhadores, pela mudança de políticas, e também reclamando respostas para os problemas vividos no sector. «Foi mais uma etapa na luta que é necessário continuar, enquanto se mantiver a brutal ofensiva contra os trabalhadores», e que «deve assumir cada vez mais força e formas mais avançadas».
Há dinheiro...
«Há dinheiro para tudo, menos para os trabalhadores», protesta o SNTSF, que evoca o caso da Refer. «Numa empresa onde há dinheiro para alimentar escândalos como aqueles que recentemente vieram a público» (a indemnização milionária paga a um administrador que, passados meses, voltou a ser contratado para a RAVE, com remuneração à altura), a proposta salarial da administração e do Governo «não deixa de ser uma provocação para todos aqueles que laboram na Refer e dão o melhor para o seu funcionamento». Nesta empresa, «exige-se mais trabalho, polivalência de funções, maior disponibilidade», mas a contrapartida é a intenção de «pagar menos». A administração recusa também a negociação do Regulamento de Carreiras, acusa o sindicato.
Já na holding, o SNTSF chama a atenção para a «transparência» do conselho de gerência, que divulgou as condições salariais praticadas para os lugares de nomeação. «Há quem aufira na CP ajudas de custo muito superiores ao vencimento médio dos trabalhadores», sublinha o sindicato, que publicou num comunicado a tabela de remunerações constante da deliberação do CG. Em 15 níveis, os vencimentos vão de 1870 a 4728 euros, enquanto as «despesas de representação» chegam ao máximo de 995 euros, ficando acima de 500 euros na maioria dos casos.
«Seria interessante que as outras empresas também divulgassem os vencimentos das pessoas que ocupam lugares de nomeação», desafia o SNTSF.
Não cruzar os braços
«Já houve anos em que aqueles que se apressaram a assinar foram obrigados a fazer mais que uma assinatura, porque os trabalhadores não ficaram de braços cruzados», lembra o SNTSF, num comunicado em que critica o facto de organizações da UGT e outras terem, na sexta-feira, aceite a proposta do Governo e das administrações da Refer e da CP. Com apenas 1,8 por cento para todas as cláusulas de expressão pecuniária, a proposta foi recusada pelo Sindicato dos Ferroviários e outros. Numa e noutra empresa não são contempladas matérias importantes apresentadas às administrações.
O sindicato anunciou que vai desencadear um processo de discussão com os trabalhadores.
Para o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a reivindicação é de mais 5 por cento, na tabela salarial, com garantia de um aumento mínimo de 30 euros.
«O reforço da acção e da unidade a partir dos locais de trabalho» é o caminho apontado pelo sindicato, «perante a repetição da ofensiva contra os salários». Considerando tratar-se de «um problema de todos», e procurando «unir esforços», o SNTSF/CGTP-IN «propôs, a algumas organizações sindicais, uma reunião para discussão dos actuais processos negociais e as posições a assumir». Realça, entretanto, a importância de lutas já realizadas ou em curso.
É o caso da greve dos assistentes comerciais, no dia 1 de Março, que contou com a adesão da «esmagadora maioria» daqueles profissionais, com os quais o SNTSF vai promover uma nova reunião, ainda este mês, para definir os passos a dar, com o objectivo de levar o CG da CP a atender as reivindicações.
Na Soflusa, onde uma longa série de greves dos maquinistas práticos tinha aberto negociações, estas foram «inesperadamente» rompidas pela administração, numa altura em que apenas falta acordar «a contrapartida remuneratória» pelo aumento de funções e responsabilidades daqueles trabalhadores. Neste contexto, o SNTSF e os sindicatos da Mestrança e Marinhagem e da Marinha Mercante e Transitários decidiram convocar novas greves, para os dias 28 a 30 de Março e 2 a 4 de Abril.
O SNTSF salientou, em comunicado específico, o «grande número» de ferroviários na manifestação nacional de dia 2 de Março, juntando o seu protesto ao de muitos mais milhares de trabalhadores, pela mudança de políticas, e também reclamando respostas para os problemas vividos no sector. «Foi mais uma etapa na luta que é necessário continuar, enquanto se mantiver a brutal ofensiva contra os trabalhadores», e que «deve assumir cada vez mais força e formas mais avançadas».
Há dinheiro...
«Há dinheiro para tudo, menos para os trabalhadores», protesta o SNTSF, que evoca o caso da Refer. «Numa empresa onde há dinheiro para alimentar escândalos como aqueles que recentemente vieram a público» (a indemnização milionária paga a um administrador que, passados meses, voltou a ser contratado para a RAVE, com remuneração à altura), a proposta salarial da administração e do Governo «não deixa de ser uma provocação para todos aqueles que laboram na Refer e dão o melhor para o seu funcionamento». Nesta empresa, «exige-se mais trabalho, polivalência de funções, maior disponibilidade», mas a contrapartida é a intenção de «pagar menos». A administração recusa também a negociação do Regulamento de Carreiras, acusa o sindicato.
Já na holding, o SNTSF chama a atenção para a «transparência» do conselho de gerência, que divulgou as condições salariais praticadas para os lugares de nomeação. «Há quem aufira na CP ajudas de custo muito superiores ao vencimento médio dos trabalhadores», sublinha o sindicato, que publicou num comunicado a tabela de remunerações constante da deliberação do CG. Em 15 níveis, os vencimentos vão de 1870 a 4728 euros, enquanto as «despesas de representação» chegam ao máximo de 995 euros, ficando acima de 500 euros na maioria dos casos.
«Seria interessante que as outras empresas também divulgassem os vencimentos das pessoas que ocupam lugares de nomeação», desafia o SNTSF.
Não cruzar os braços
«Já houve anos em que aqueles que se apressaram a assinar foram obrigados a fazer mais que uma assinatura, porque os trabalhadores não ficaram de braços cruzados», lembra o SNTSF, num comunicado em que critica o facto de organizações da UGT e outras terem, na sexta-feira, aceite a proposta do Governo e das administrações da Refer e da CP. Com apenas 1,8 por cento para todas as cláusulas de expressão pecuniária, a proposta foi recusada pelo Sindicato dos Ferroviários e outros. Numa e noutra empresa não são contempladas matérias importantes apresentadas às administrações.
O sindicato anunciou que vai desencadear um processo de discussão com os trabalhadores.