Frente de luta
Os trabalhadores das fábricas de aeronáutica da Airbus na Alemanha, França, Grã-Bretanha e Espanha estão em luta contra o plano de reestruturação que prevê eliminar 10 mil postos de trabalho.
Uma jornada europeia da Airbus deverá ter lugar na próxima semana
Aguardado há várias semanas, o plano «Power 8» foi finalmente apresentado no dia 28, provocando o protesto generalizado dos trabalhadores e das suas estruturas representativas.
No momento em que o construtor europeu anunciava a venda ou encerramento de diversas unidades e o despedimento de 10 mil efectivos, os trabalhadores das fábricas alemãs de Varel, Laupheim e Nordenhalm entraram espontaneamente em greve, só regressando ao trabalho na passada segunda-feira, dia 5. A mesma decisão foi tomada pelos operários das fábricas francesas de Méaulte, Saint-Nazaire, Montoir e de Toulouse, onde tiveram lugar concentrações de protesto.
Rejeitando os cortes anunciados, todas as estruturas sindicais gaulesas convocaram uma greve nacional, na passada terça-feira, 6, que foi seguida por mais de 85 por cento dos 22 mil trabalhadores da Airbus France
Em várias cidade decorreram manifestações com milhares de pessoas, destacando-se o desfile em Toulouse, cidade que alberga a sede do grupo e uma fábrica de montagem, onde numerosos dirigentes sindicais e políticos se juntaram aos mais de dez mil trabalhadores que marcharam nas ruas.
Para a próxima semana, sindicatos dos diferentes países agrupados na Federação Europeia de Metalúrgicos preparam uma jornada europeia, que deverá mobilizar trabalhadores de todas as fábricas europeias.
Todos afectados
Nesta luta contra o «Power 8», os sindicatos pretendem envolver numa frente única os trabalhadores de todas as fábricas do grupo, independentemente de estarem ou não ameaçadas pelo encerramento. «Se uma fábrica é afectada, todas estão afectadas», considera o sindicato alemão IG Metall.
De facto, o plano de reestruturação denota alguma «preocupação» em repartir equitativamente as suas nefastas consequências sociais e económicas. Assim, em França, prevê a redução de 4300 postos de trabalho, na Alemanha 3700, na Grã-Bretanha 1600 e em Espanha 400.
Ao mesmo tempo, as fábricas de Méaulte e Saint-Nazaire (França), Laupheim, Varel e Nordenalm (Alemanha), Filton (Grã-Bretanha) e a de Puerto Real (Espanha) serão cedidas a parceiros industriais, aos quais a Airbus pretende subcontratar determinadas produções, ou simplesmente encerradas.
A administração justifica as medidas alegando a necessidade de uma profunda reorganização da empresa com vista a «unificar e racionalizar» a produção, aumentando o recurso a empresas subcontratadas.
A empresa pretende passar a comprar ao exterior 30 a 50 por cento dos componentes do futuro avião A 350, seguindo o modelo do concorrente norte-americano Boing, que subcontrata a produção de 70 por cento do seu 787.
Contudo, esta visão financeira do grupo tem sido posta em causa pelos governos que participam no seu capital, designadamente a Alemanha e a França.
Alarmado com as sequelas sociais da reestruturação, o primeiro-ministro francês, Dominique Villepin, manifestou, na segunda-feira, 5, a disponibilidade do seu governo de possibilitar o aumento de capital da EADS, a sociedade proprietária da Airbus.
Dias antes, Villepin já tinha anunciado a concessão de 100 milhões de euros para financiar as duas fábricas francesas ameaçadas de encerramento. O governante considerou ainda que, este ano, a empresa não deveria distribuir dividendos aos accionistas, sublinhando que «a lógica industrial deve impor-se à lógica financeira».
No momento em que o construtor europeu anunciava a venda ou encerramento de diversas unidades e o despedimento de 10 mil efectivos, os trabalhadores das fábricas alemãs de Varel, Laupheim e Nordenhalm entraram espontaneamente em greve, só regressando ao trabalho na passada segunda-feira, dia 5. A mesma decisão foi tomada pelos operários das fábricas francesas de Méaulte, Saint-Nazaire, Montoir e de Toulouse, onde tiveram lugar concentrações de protesto.
Rejeitando os cortes anunciados, todas as estruturas sindicais gaulesas convocaram uma greve nacional, na passada terça-feira, 6, que foi seguida por mais de 85 por cento dos 22 mil trabalhadores da Airbus France
Em várias cidade decorreram manifestações com milhares de pessoas, destacando-se o desfile em Toulouse, cidade que alberga a sede do grupo e uma fábrica de montagem, onde numerosos dirigentes sindicais e políticos se juntaram aos mais de dez mil trabalhadores que marcharam nas ruas.
Para a próxima semana, sindicatos dos diferentes países agrupados na Federação Europeia de Metalúrgicos preparam uma jornada europeia, que deverá mobilizar trabalhadores de todas as fábricas europeias.
Todos afectados
Nesta luta contra o «Power 8», os sindicatos pretendem envolver numa frente única os trabalhadores de todas as fábricas do grupo, independentemente de estarem ou não ameaçadas pelo encerramento. «Se uma fábrica é afectada, todas estão afectadas», considera o sindicato alemão IG Metall.
De facto, o plano de reestruturação denota alguma «preocupação» em repartir equitativamente as suas nefastas consequências sociais e económicas. Assim, em França, prevê a redução de 4300 postos de trabalho, na Alemanha 3700, na Grã-Bretanha 1600 e em Espanha 400.
Ao mesmo tempo, as fábricas de Méaulte e Saint-Nazaire (França), Laupheim, Varel e Nordenalm (Alemanha), Filton (Grã-Bretanha) e a de Puerto Real (Espanha) serão cedidas a parceiros industriais, aos quais a Airbus pretende subcontratar determinadas produções, ou simplesmente encerradas.
A administração justifica as medidas alegando a necessidade de uma profunda reorganização da empresa com vista a «unificar e racionalizar» a produção, aumentando o recurso a empresas subcontratadas.
A empresa pretende passar a comprar ao exterior 30 a 50 por cento dos componentes do futuro avião A 350, seguindo o modelo do concorrente norte-americano Boing, que subcontrata a produção de 70 por cento do seu 787.
Contudo, esta visão financeira do grupo tem sido posta em causa pelos governos que participam no seu capital, designadamente a Alemanha e a França.
Alarmado com as sequelas sociais da reestruturação, o primeiro-ministro francês, Dominique Villepin, manifestou, na segunda-feira, 5, a disponibilidade do seu governo de possibilitar o aumento de capital da EADS, a sociedade proprietária da Airbus.
Dias antes, Villepin já tinha anunciado a concessão de 100 milhões de euros para financiar as duas fábricas francesas ameaçadas de encerramento. O governante considerou ainda que, este ano, a empresa não deveria distribuir dividendos aos accionistas, sublinhando que «a lógica industrial deve impor-se à lógica financeira».