Nova Lei do aborto

O fim de um capítulo negro

Prevista estava para esta semana a discussão e votação na Comissão de Assuntos Constitucionais da nova lei sobre o aborto acordada entre PS, PCP, BE e Partido Ecologista «Os Verdes».
Entregue naquela comissão parlamentar na passada semana, o diploma é o resultado de um processo que envolveu os partidos que se bateram pelo 'sim' no referendo de Fevereiro último.
Garantir que em matéria de interrupção voluntária da gravidez cabe à mulher decidir de forma soberana, livre e consciente, constitui um objectivo central do diploma.
Congratulando-se com a apresentação do texto legislativo, em declarações aos jornalistas, Bernardino Soares afirmou ser esta «uma proposta equilibrada, que permitirá uma rápida aprovação da lei, para pôr fim a um capítulo negro».
Sublinhado pelo líder parlamentar comunista foi ainda o «sentido positivo» do conteúdo do texto, o qual, do seu ponto de vista, permitirá «combater o aborto clandestino».
Encarado de forma muito positiva pelo líder da bancada do PCP foi ainda o abandono da «ideia do aconselhamento obrigatório», tal como é vista com satisfação a existência de uma norma legal prevendo os procedimentos adequados em caso de objecção de consciência por parte dos médicos.
O diploma, que despenaliza a interrupção da gravidez até às 10 semanas, prevê uma consulta médica obrigatória, um acompanhamento facultativo (no âmbito psicológico e da assistência social), um período de reflexão mínimo de três dias, e, posteriormente, um encaminhamento para o planeamento familiar.
De acordo com o texto legislativo, o Governo terá 60 dias para regulamentar por portaria a nova lei do aborto.


Mais artigos de: Assembleia da República

Ataque à escola pública

O Governo PS, na linha dos que o antecederam, aprofunda a política de ataque à escola pública, democrática, gratuita e de qualidade. A acusação é do PCP, para quem este caminho é contrário aos princípios da universalidade e democraticidade do Ensino.

Desemprego é bem a face desta política

«Não vai no caminho certo um país que ano após ano vê subir o desemprego». Foi com estas palavras que o Secretário-Geral do PCP confrontou José Sócrates, desafiando-o a pronunciar-se sobre essa realidade dramática que atinge hoje mais de 600 mil trabalhadores.

Urge alargar regime de protecção

O PCP quer ver alargado o número de situações abrangidas pelo regime que confere especiais condições de protecção em caso de doenças incapacitantes. Pretende a bancada comunista, em síntese, que o direito à protecção na invalidez em condições mais favoráveis - hoje limitado a três situações particulares: esclerose...

Faltam ambição e coragem

«O peso da economia paralela no PIB português diminuiu ou aumentou ?» Lançada pelo deputado comunista Honório Novo, esta foi uma das questões que ficou por esclarecer no debate sobre o combate à fraude e evasão fiscais realizado na semana transacta no Parlamento.Sabendo-se que em 2005 o peso da economia subterrânea no...

Suspensão do encerramento de urgências

O PCP quer ver suspenso o processo em curso de encerramento e concentração de urgências e outras valências hospitalares. Um projecto de resolução nesse sentido foi entregue no ParlamentoExigida no texto é a «suspensão imediata» pelo Governo da vaga de encerramentos de urgências em hospitais e centros de saúde, até à...