Desemprego é bem a face desta política
«Não vai no caminho certo um país que ano após ano vê subir o desemprego». Foi com estas palavras que o Secretário-Geral do PCP confrontou José Sócrates, desafiando-o a pronunciar-se sobre essa realidade dramática que atinge hoje mais de 600 mil trabalhadores.
Portugal tem uma das maiores taxas de precariedade da União Europeia
A questão foi introduzida no debate mensal com o Primeiro-Ministro, realizado faz ontem oito dias, vindo a polarizar as atenções num debate onde o tema forte escolhido pelo chefe do Executivo era a reforma do sistema de segurança interna.
Jerónimo de Sousa trouxe à colação os mais recentes dados do INE sobre o desemprego, para concluir que bem pode José Sócrates «torturar as estatísticas» que isso não altera o facto de elas confirmarem a existência de uma «taxa altíssima».
Relativo ao último trimestre de 2006, o inquérito do INE indica que a taxa de desemprego (em sentido restrito) atingiu no final de Dezembro os 8,2 por cento, o que corresponde a 458 600 trabalhadores no desemprego.
Representando uma subida de 9,9 por cento em relação ao trimestre anterior e de 2,5 por cento em relação a igual período de 2005, esta é uma taxa que, em sentido lado, como sublinhou o dirigente comunista, «significa 10,8 por cento de trabalhadores no desemprego», ou seja, um universo de cerca de 614 000 pessoas.
Com a agravante de o desemprego de longa duração continuar a aumentar (mais de metade dos trabalhadores no desemprego estão nesta situação há mais de um ano), enquanto, por outro lado, no que se refere ao trabalho precário - coube ainda a Jerónimo de Sousa lembrar o facto - , 21,3 por cento do total dos trabalhadores por conta de outrem se encontram a braços com essa dura realidade, «uma das maiores taxas de precariedade da União Europeia»
Embora tenha dito que está preocupado com a situação, o primeiro-ministro tentou contornar a gravidade dos factos, invocando para o efeito como dado positivo os novos empregos criados. E deu-se por satisfeito quando, reagindo aos números do desemprego, preferiu salientar que «esta é a menor subida dos últimos cinco anos», e que no ano passado «a economia criou empregos pela primeira vez desde 2001».
Segurança interna
E por estes serem no fundo temas indissociáveis – sem uma correcta política de desenvolvimento integrado e de justiça social não é afinalpossível uma política de segurança eficaz – Jerónimo de Sousa abordou a problemática da segurança interna começando por perguntar como é que o objectivo anunciado por Sócrates – o de aproximar as forças de segurança das populações – é atingível «quando o que se pretende é encerrar mais de centena e meia de esquadras e postos da GNR e PSP».
Questionando-se sobre se esta medida não é afinal um «regresso à política de concentração de efectivos e às super-esquadras do PSD de Dias Loureiros, agora pela mão do PS», Jerónimo não escondeu a sua preocupação pelo que disse ser «uma reorganização no sentido de concentrar efectivos e aniquilar a polícia de proximidade».
«O que vai acontecer é a confinação da PSP às áreas metropolitanas, com a sua consequente secundarização face a uma GNR reforçada, tanto nos seus efectivos e responsabilidades, como na sua natureza militar, inclusive para missões externas», advertiu o líder comunista, muito crítico quanto a uma solução que «não vai no sentido das modernas tendências de forças de segurança civilistas», como defende o PCP, mas, ao contrário, caminha para a «sua crescente militarização», em prejuízo da «vertente preventiva» e em favor da «componente repressiva da segurança».
Entre as medidas de reforma do sistema de segurança interna anunciadas por Sócrates conta-se a reorganização do comando geral e das unidade da GNR, com a extinção das brigadas de trânsito e fiscal, bem como a extinção de um número indeterminado de postos daquela força de segurança. Prevista está, por outro lado, a criação de um Sistema Integrado de Segurança Interna, liderado por um secretário-geral, que coordenará as forças e serviços de segurança.
Jerónimo de Sousa trouxe à colação os mais recentes dados do INE sobre o desemprego, para concluir que bem pode José Sócrates «torturar as estatísticas» que isso não altera o facto de elas confirmarem a existência de uma «taxa altíssima».
Relativo ao último trimestre de 2006, o inquérito do INE indica que a taxa de desemprego (em sentido restrito) atingiu no final de Dezembro os 8,2 por cento, o que corresponde a 458 600 trabalhadores no desemprego.
Representando uma subida de 9,9 por cento em relação ao trimestre anterior e de 2,5 por cento em relação a igual período de 2005, esta é uma taxa que, em sentido lado, como sublinhou o dirigente comunista, «significa 10,8 por cento de trabalhadores no desemprego», ou seja, um universo de cerca de 614 000 pessoas.
Com a agravante de o desemprego de longa duração continuar a aumentar (mais de metade dos trabalhadores no desemprego estão nesta situação há mais de um ano), enquanto, por outro lado, no que se refere ao trabalho precário - coube ainda a Jerónimo de Sousa lembrar o facto - , 21,3 por cento do total dos trabalhadores por conta de outrem se encontram a braços com essa dura realidade, «uma das maiores taxas de precariedade da União Europeia»
Embora tenha dito que está preocupado com a situação, o primeiro-ministro tentou contornar a gravidade dos factos, invocando para o efeito como dado positivo os novos empregos criados. E deu-se por satisfeito quando, reagindo aos números do desemprego, preferiu salientar que «esta é a menor subida dos últimos cinco anos», e que no ano passado «a economia criou empregos pela primeira vez desde 2001».
Segurança interna
E por estes serem no fundo temas indissociáveis – sem uma correcta política de desenvolvimento integrado e de justiça social não é afinalpossível uma política de segurança eficaz – Jerónimo de Sousa abordou a problemática da segurança interna começando por perguntar como é que o objectivo anunciado por Sócrates – o de aproximar as forças de segurança das populações – é atingível «quando o que se pretende é encerrar mais de centena e meia de esquadras e postos da GNR e PSP».
Questionando-se sobre se esta medida não é afinal um «regresso à política de concentração de efectivos e às super-esquadras do PSD de Dias Loureiros, agora pela mão do PS», Jerónimo não escondeu a sua preocupação pelo que disse ser «uma reorganização no sentido de concentrar efectivos e aniquilar a polícia de proximidade».
«O que vai acontecer é a confinação da PSP às áreas metropolitanas, com a sua consequente secundarização face a uma GNR reforçada, tanto nos seus efectivos e responsabilidades, como na sua natureza militar, inclusive para missões externas», advertiu o líder comunista, muito crítico quanto a uma solução que «não vai no sentido das modernas tendências de forças de segurança civilistas», como defende o PCP, mas, ao contrário, caminha para a «sua crescente militarização», em prejuízo da «vertente preventiva» e em favor da «componente repressiva da segurança».
Entre as medidas de reforma do sistema de segurança interna anunciadas por Sócrates conta-se a reorganização do comando geral e das unidade da GNR, com a extinção das brigadas de trânsito e fiscal, bem como a extinção de um número indeterminado de postos daquela força de segurança. Prevista está, por outro lado, a criação de um Sistema Integrado de Segurança Interna, liderado por um secretário-geral, que coordenará as forças e serviços de segurança.