Acto de fé pelos governantes
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou estar pronto a «pôr as mãos no fogo» pelos governantes que o antecederam no que se refere ao caso dos voos da CIA, enquanto não houver qualquer prova de cumplicidade com actividades ilegais.
Este verdadeiro acto de fé de Luís Amado foi por si assumido na Assembleia da República, no passado dia 16, no decurso de uma audição conjunta das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e Negócios Estrangeiros.
«Enquanto eu não tiver nenhum elemento que me prove que os meus antecessores, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Ministério da Defesa, no Governo de Portugal, cumpliciaram com qualquer ilegalidade cometida em território português, a minha obrigação é pôr as mãos no fogo por eles e assim farei», afirmou o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.
O governante insistiu em dizer que não detectou qualquer ilegalidade sobre esta matéria, e por isso não fez «nenhuma participação», mas não deixou de reconhecer que também não andou «a abrir baús à procura», dado que, frisou, «não é essa a função de um membro do Governo».
Sobre a versão final do relatório da comissão temporária do Parlamento Europeu sobre os voos da CIA, recentemente aprovado com 382 votos a favor, 256 contra e 74 abstenções, o ministro considerou que o mesmo refere «suspeitas e indícios» mas não põe em evidência «que tenha ocorrido em território português qualquer ilegalidade».
Questionando as explicações do ministro dos Negócios Estrangeiros, o deputado comunista Jorge Machado sustentou que o executivo estava a par da passagem por Portugal de voos de e para Guantanamo, um centro de detenção norte-americano. «Saber que há um voo suspeito em território nacional e não fiscalizar, isto não é cumplicidade?», perguntou o parlamentar do PCP. O deputado Fernando Rosas (BE), por seu lado, considerou que o Executivo foi duplamente desautorizado: pelo relatório do PE e pelo inquérito mandado instaurar pela Procuradoria-Geral da República.
Este verdadeiro acto de fé de Luís Amado foi por si assumido na Assembleia da República, no passado dia 16, no decurso de uma audição conjunta das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e Negócios Estrangeiros.
«Enquanto eu não tiver nenhum elemento que me prove que os meus antecessores, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, no Ministério da Defesa, no Governo de Portugal, cumpliciaram com qualquer ilegalidade cometida em território português, a minha obrigação é pôr as mãos no fogo por eles e assim farei», afirmou o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.
O governante insistiu em dizer que não detectou qualquer ilegalidade sobre esta matéria, e por isso não fez «nenhuma participação», mas não deixou de reconhecer que também não andou «a abrir baús à procura», dado que, frisou, «não é essa a função de um membro do Governo».
Sobre a versão final do relatório da comissão temporária do Parlamento Europeu sobre os voos da CIA, recentemente aprovado com 382 votos a favor, 256 contra e 74 abstenções, o ministro considerou que o mesmo refere «suspeitas e indícios» mas não põe em evidência «que tenha ocorrido em território português qualquer ilegalidade».
Questionando as explicações do ministro dos Negócios Estrangeiros, o deputado comunista Jorge Machado sustentou que o executivo estava a par da passagem por Portugal de voos de e para Guantanamo, um centro de detenção norte-americano. «Saber que há um voo suspeito em território nacional e não fiscalizar, isto não é cumplicidade?», perguntou o parlamentar do PCP. O deputado Fernando Rosas (BE), por seu lado, considerou que o Executivo foi duplamente desautorizado: pelo relatório do PE e pelo inquérito mandado instaurar pela Procuradoria-Geral da República.