«Perplexidades»
O mesmo Ministro que, há pouco mais de um ano, respondia ao PCP que não havia «oportunidade de agenda» para esclarecer coisa alguma sobre os voos da CIA – e que entretanto transitou da pasta da Defesa para Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) com o aplauso implícito da Administração Bush e explícito do CDS-PP – diz-se agora «perplexo» com o esboço de relatório da «Comissão Temporária» do PE sobre a «alegada utilização de países europeus pela CIA para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros». Para Luís Amado, não existem «indícios relevantes» de que, na passagem de 91 voos da CIA por 7 aeroportos nacionais, entre 2002 e 2005 (durante os Governos do PSD/CDS e do PS), tenham tido lugar quaisquer «actos ilegais em território português».
Isto é, para o MNE não são indício de uso criminoso do território nacional, em operações de sequestro e transferência para prisões e torturas secretas de seres humanos, judicialmente inocentes, as muitas passagens pelo Porto, com destino a Bagdat, Aman, ou Kabul, do avião N379P (o famigerado «Guantanamo Express») de tantas «rendições extraordinárias» - como a dos egípcios Aziza e Al-Zari entregues pelo Governo Sueco à CIA que os levou para o Cairo -, nem as escalas em Santa Maria do N85VM levando de Guantanamo para Tuzla o «arrependido» Khadr, ou a sua escala neste aeroporto num voo da Líbia para Guantanamo, nem a pernoita no Porto, num voo do N313P de Argel para Baku, do piloto Fairing, procurado pela justiça Italiana pelo rapto de Abu Omar em Milão.
Para este Governo nem sequer relevam para a incontornável exigência democrática de esclarecimento da verdade – em que o PCP continua a insistir – a evidente conexão «ciática» dos Serviços de Informações, única entidade em condições de coordenar a alteração e ocultação de planos, registos de voo e listas de passageiros, a não intervenção do SEF e Alfândegas e a sonegação sistemática de «investigações», que a semana passada já estavam concluídas e agora não podem ser reveladas porque decorrem em segredo.
É hoje evidente a cumplicidade e coresponsabilidade (também) deste Governo PS/Sócrates nesta monumental operação criminosa da CIA, mas persiste a dúvida quanto ao seu decisor político imediato.
Se as decisões passaram por reuniões em Maio de 2005, quando um voo da CIA desembarcou quatro agentes(!) para «contactos no Ministério da Defesa», pode colocar-se ao MNE a exigência do cumprimento da sua palavra na AR - a demissão.
Seria apenas a primeira de outras desejáveis e semelhantes «perplexidades».
Isto é, para o MNE não são indício de uso criminoso do território nacional, em operações de sequestro e transferência para prisões e torturas secretas de seres humanos, judicialmente inocentes, as muitas passagens pelo Porto, com destino a Bagdat, Aman, ou Kabul, do avião N379P (o famigerado «Guantanamo Express») de tantas «rendições extraordinárias» - como a dos egípcios Aziza e Al-Zari entregues pelo Governo Sueco à CIA que os levou para o Cairo -, nem as escalas em Santa Maria do N85VM levando de Guantanamo para Tuzla o «arrependido» Khadr, ou a sua escala neste aeroporto num voo da Líbia para Guantanamo, nem a pernoita no Porto, num voo do N313P de Argel para Baku, do piloto Fairing, procurado pela justiça Italiana pelo rapto de Abu Omar em Milão.
Para este Governo nem sequer relevam para a incontornável exigência democrática de esclarecimento da verdade – em que o PCP continua a insistir – a evidente conexão «ciática» dos Serviços de Informações, única entidade em condições de coordenar a alteração e ocultação de planos, registos de voo e listas de passageiros, a não intervenção do SEF e Alfândegas e a sonegação sistemática de «investigações», que a semana passada já estavam concluídas e agora não podem ser reveladas porque decorrem em segredo.
É hoje evidente a cumplicidade e coresponsabilidade (também) deste Governo PS/Sócrates nesta monumental operação criminosa da CIA, mas persiste a dúvida quanto ao seu decisor político imediato.
Se as decisões passaram por reuniões em Maio de 2005, quando um voo da CIA desembarcou quatro agentes(!) para «contactos no Ministério da Defesa», pode colocar-se ao MNE a exigência do cumprimento da sua palavra na AR - a demissão.
Seria apenas a primeira de outras desejáveis e semelhantes «perplexidades».