RTP em pechisbeque
A 7 de Março do ano que vem assinalam-se os 50 anos do início das transmissões televisivas em Portugal. A RTP já lançou uma linha de comemorações que inclui a inauguração de um museu, DVDs com os melhores momentos, vários documentários e um «Livro de Ouro RTP 50 anos – História da Televisão em Portugal».
Até aqui tudo muito bem. A televisão é um importantíssimo meio de comunicação social, com influência muito profunda nas sociedades, a nível cultural, político e social. É justo que a RTP queira, em aniversário redondo, fazer contas à vida, ao tanto que mudou e - acrescentamos nós - ao tanto que ainda falta mudar.
O pior é quem o Conselho de Administração da RTP escolheu para escrever o tal «Livro de Ouro»: Vasco Hogan Teves, funcionário fundador da empresa, foi sucessivamente jornalista, chefe da secção de Cinema e Noticiários, chefe de redacção do Telejornal, chefe da divisão de Programas de Informação e Actualidades e, finalmente, director do Telejornal, de 1971 até à Revolução de Abril. Nem mais, nem menos.
Ou seja: no momento de escrever a história da estação pública de televisão portuguesa, o Conselho de Administração escolheu para autor o responsável pelo Telejornal do regime fascista, comprovado censor da informação da RTP.
Confrontado pelo «Correio da Manhã» com as críticas à sua escolha, Vasco Hogan Teves foi claro: a instrumentalização da informação da RTP «não é preocupação» e «poderá ser mencionada marginalmente». E acrescenta: «não posso ignorar que foi a personalidade Marcelo Caetano a criar esta televisão».
Como pôde a RTP escolher para autor do livro oficial dos 50 anos da televisão em Portugal um homem tão comprometido com o regime fascista e com as práticas de censura, que durante os primeiros 17 anos da televisão marcaram o quotidiano de profissionais e telespectadores? Não se trata de um simples jornalista, sujeito como todos os outros durante o fascismo à censura prévia e à perseguição. Vasco Hogan Teves foi um dos principais responsáveis pelo Telejornal durante 14 anos, escolhido pelo fascismo para fazer aquilo que Marcelo Caetano preconizava para a televisão: ser o «instrumento ideal para um Governo se tornar popular».
Como pôde este convite passar tão despercebido, à excepção da indignação de uns poucos investigadores e académicos ligados ao estudo da comunicação social? Que opinião tem o Governo do PS sobre esta nomeação? Está mais que visto: o branqueamento do fascismo também chegou à história dos media.
Até aqui tudo muito bem. A televisão é um importantíssimo meio de comunicação social, com influência muito profunda nas sociedades, a nível cultural, político e social. É justo que a RTP queira, em aniversário redondo, fazer contas à vida, ao tanto que mudou e - acrescentamos nós - ao tanto que ainda falta mudar.
O pior é quem o Conselho de Administração da RTP escolheu para escrever o tal «Livro de Ouro»: Vasco Hogan Teves, funcionário fundador da empresa, foi sucessivamente jornalista, chefe da secção de Cinema e Noticiários, chefe de redacção do Telejornal, chefe da divisão de Programas de Informação e Actualidades e, finalmente, director do Telejornal, de 1971 até à Revolução de Abril. Nem mais, nem menos.
Ou seja: no momento de escrever a história da estação pública de televisão portuguesa, o Conselho de Administração escolheu para autor o responsável pelo Telejornal do regime fascista, comprovado censor da informação da RTP.
Confrontado pelo «Correio da Manhã» com as críticas à sua escolha, Vasco Hogan Teves foi claro: a instrumentalização da informação da RTP «não é preocupação» e «poderá ser mencionada marginalmente». E acrescenta: «não posso ignorar que foi a personalidade Marcelo Caetano a criar esta televisão».
Como pôde a RTP escolher para autor do livro oficial dos 50 anos da televisão em Portugal um homem tão comprometido com o regime fascista e com as práticas de censura, que durante os primeiros 17 anos da televisão marcaram o quotidiano de profissionais e telespectadores? Não se trata de um simples jornalista, sujeito como todos os outros durante o fascismo à censura prévia e à perseguição. Vasco Hogan Teves foi um dos principais responsáveis pelo Telejornal durante 14 anos, escolhido pelo fascismo para fazer aquilo que Marcelo Caetano preconizava para a televisão: ser o «instrumento ideal para um Governo se tornar popular».
Como pôde este convite passar tão despercebido, à excepção da indignação de uns poucos investigadores e académicos ligados ao estudo da comunicação social? Que opinião tem o Governo do PS sobre esta nomeação? Está mais que visto: o branqueamento do fascismo também chegou à história dos media.