Isto é um assalto!
Por estes dias, uma dependência bancária do BES, em Setúbal, foi alvo de uma tentativa de assalto à mão armada, que manteve reféns quatro pessoas durante 13 horas. Talvez por sugerir no imaginário colectivo estórias que só o cinema relata e que por esse meio se tornaram famosas, um episódio desta natureza - independentemente das preocupações que suscita, pois coloca sempre em risco a vida de pessoas – é imediatamente alvo dos mais variados apetites mediáticos, que o transformam sempre em «notícia do dia».
Em regra, estas «aventuras» são controladas pelas forças de segurança, e nem mesmo o aumento em 53% de assaltos a instituições bancárias de 2005 para 2006 pode fazer deduzir que estamos perante um problema de dimensão nacional. Quanto muito, contribuiu para avolumar a sensação colectiva de insegurança – de que a direita sempre se aproveitou – e para transformar a banca em vítima, coisa que, neste país, objectivamente o não é.
Aqui, o verdadeiro assalto não é feito de arma em punho nem com uma meia na cabeça. O verdadeiro assalto não merece a convocação de repórteres, não é capa de jornal nem abre noticiários. O verdadeiro assalto não resulta de dívidas por pagar, de perturbações psicológicas ou de dramas a que o consumo de droga conduziu. O verdadeiro assalto, aquele de que milhões de trabalhadores são alvo, é praticado todos os dias pela banca, pelo capital financeiro e suas crescentes ramificações, que roubam – muito e cada vez mais - quem vive do seu trabalho.
O resultado do saque é bem elucidado pelos cerca de 1.600 milhões de euros de lucros da banca em 2005 - mais 370 milhões do que o valor alcançado em 2004. Roubo que é feito por muitas e variadas formas. Pelos juros altíssimos - que só no último ano foram aumentados pelo BCE por 5 vezes - e que, entre outras situações, representaram um aumento de 15% das prestações mensais no crédito à habitação. Pelo roubo que é feito ao Estado com o consentimento e apoio dos diferentes governos, que permitem que a média de impostos pagos pela banca (IRC) ronde os 12,5 %, ao passo que qualquer assalariado não escapa ao pagamento de 24% (IRS). Pelos lucros que resultam da enorme criatividade e ganância posta na circulação de muitos milhões, nas privatizações, na especulação financeira, nos paraísos fiscais e nas sinuosas linhas com que capital se cose.
Sim! Isto é um assalto! Não declarado, claro está, mas usurpador das mais elementares condições de vida a que o nosso povo tem direito. Um assalto de uma classe, dirigido a outra. A grande diferença está em que, em nenhuma circunstância os trabalhadores estão reféns do capital, basta terem consciência disso.
Em regra, estas «aventuras» são controladas pelas forças de segurança, e nem mesmo o aumento em 53% de assaltos a instituições bancárias de 2005 para 2006 pode fazer deduzir que estamos perante um problema de dimensão nacional. Quanto muito, contribuiu para avolumar a sensação colectiva de insegurança – de que a direita sempre se aproveitou – e para transformar a banca em vítima, coisa que, neste país, objectivamente o não é.
Aqui, o verdadeiro assalto não é feito de arma em punho nem com uma meia na cabeça. O verdadeiro assalto não merece a convocação de repórteres, não é capa de jornal nem abre noticiários. O verdadeiro assalto não resulta de dívidas por pagar, de perturbações psicológicas ou de dramas a que o consumo de droga conduziu. O verdadeiro assalto, aquele de que milhões de trabalhadores são alvo, é praticado todos os dias pela banca, pelo capital financeiro e suas crescentes ramificações, que roubam – muito e cada vez mais - quem vive do seu trabalho.
O resultado do saque é bem elucidado pelos cerca de 1.600 milhões de euros de lucros da banca em 2005 - mais 370 milhões do que o valor alcançado em 2004. Roubo que é feito por muitas e variadas formas. Pelos juros altíssimos - que só no último ano foram aumentados pelo BCE por 5 vezes - e que, entre outras situações, representaram um aumento de 15% das prestações mensais no crédito à habitação. Pelo roubo que é feito ao Estado com o consentimento e apoio dos diferentes governos, que permitem que a média de impostos pagos pela banca (IRC) ronde os 12,5 %, ao passo que qualquer assalariado não escapa ao pagamento de 24% (IRS). Pelos lucros que resultam da enorme criatividade e ganância posta na circulação de muitos milhões, nas privatizações, na especulação financeira, nos paraísos fiscais e nas sinuosas linhas com que capital se cose.
Sim! Isto é um assalto! Não declarado, claro está, mas usurpador das mais elementares condições de vida a que o nosso povo tem direito. Um assalto de uma classe, dirigido a outra. A grande diferença está em que, em nenhuma circunstância os trabalhadores estão reféns do capital, basta terem consciência disso.