Contra a redução das pensões

A proposta do Governo sobre a «reforma» da Segurança Social impõe uma redução gradual do valor de todas as pensões, já a partir de 2008, a pretexto do aumento da esperança média de vida.
Outras medidas previstas para a nova Lei de Bases (com o acordo do patronato) confirmam que serão os trabalhadores a pagar os custos de mais uma «garantia» da sustentabilidade financeira da Segurança Social.
A partir de uma estimativa do aumento da esperança de vida, o Governo aplica ao valor das pensões um «factor de sustentabilidade», que ao longo dos anos provoca uma progressiva redução dos rendimentos dos pensionistas. Segundo os próprios cálculos do Governo, as perdas menores deverão ser de 4,4 por cento, para quem tem hoje 63 anos, ou de 9,8 por cento (quem hoje tem 53 anos). Quem hoje tem 43 anos, veria a sua pensão reduzida em 13,8 por cento. Por fim, quem hoje tem 23 anos veria a sua pensão diminuída, devido ao «factor de sustentabilidade», em mais de 18 por cento.
Com base no valor da pensão média, os cortes começariam por ter um valor mensal de 22 euros, em 2010, para se aproximarem dos 40 euros, em 2020, atingindo os 164 euros, em 2050.
Nos objectivos do Governo, está prevista a redução abrupta da taxa de substituição dos salários pelas pensões (relação entre o último salário e a primeira pensão), de 71 por cento, em 2010, para 55 por cento, em 2050. Alega o Governo que pretende uma aproximação às taxas que vigoram noutros países da UE, ignorando que ainda não se verificou essa aproximação relativamente aos salários dos portugueses.
Admitindo o empobrecimento dos reformados, que estas medidas iriam fomentar, o Governo apresenta duas «opções»: prolongar o trabalho para além dos 65 anos, o que significa um aumento da idade de reforma, ou recorrer a poupanças em sistemas complementares (como os que são promovidos por bancos e seguradoras).
A CGTP-IN rejeita as propostas do Governo e exige, em alternativa, medidas para o aumento das receitas da Segurança Social, incluindo a criação de uma taxa sobre os lucros das empresas de capital intensivo. Mas, salienta a central, o essencial é alterar as políticas, de modo a garantir mais crescimento económico, mais emprego, melhores salários e menos desemprego.


Mais artigos de: Em Foco

Protesto geral <br>justo e justificado

Vindos de todo o País, trabalhadores e trabalhadoras dos diferentes ramos de actividade, do sector empresarial e da Administração Pública, reformados ou no activo, jovens ou seniores manifestam-se esta tarde em Lisboa, no âmbito do «protesto geral pela mudança de políticas», convocado pela CGTP-IN, para as 14.30 horas, no Rossio. Antes, os trabalhadores do Estado concentram-se junto ao Ministério das Finanças.

Lutar vale a pena

Nas experiências vividas em inúmeras empresas e sectores, comprova-se que a luta dos trabalhadores, não sendo, à partida, garantia de vitória, é o caminho mais seguro para evitar graves derrotas na luta contra a intensificação da exploração.

Professores lutam por carreiras e dignidade

Na grandiosa manifestação de dia 5, do Marquês ao Rossio, largos milhares de docentes exigiram, em Lisboa, respeito pelas carreiras e a sua dignidade profissional. A luta foi tão participada que o membro do secretariado da Fenprof, Mário Nogueira, salientou, no plenário que decorreu no fim da marcha, no Rossio, os...

Travar o PRACE e impedir a destruição

Os trabalhadores da Administração Pública concentram-se hoje, às 14 horas, junto ao Ministério das Finanças e vão depois juntar-se ao protesto nacional da CGTP-IN, para exigir a dignificação do seu estatuto profissional, a melhoria das condições de vida, recuperando o poder de compra perdido nos últimos anos e para...

Por melhores salários

A melhoria dos salários e uma mais justa repartição da riqueza criada são objectivos centrais da CGTP-IN e dos trabalhadores. Estas reivindicações constituem um dos principais motivos para a participação no protesto de hoje. Em muitos sectores, a negociação colectiva é negada pelo boicote das associações patronais, que...

Por emprego com direitos

No protesto de hoje, é exigida a alteração da política que promove uma matriz económica assente em salários baixos, emprego precário e pouca qualificação, ao mesmo tempo que privilegia o enriquecimento dos detentores do poder económico e financeiro. A CGTP-IN reclama mais emprego e menos precariedade, com valorização da...

Mais razões para lutar

Pela Galp públicaMembros da comissão de trabalhadores da Petrogal, delegados e dirigentes sindicais e outros trabalhadores das empresas do grupo Galp Energia concentram-se esta manhã, pelas 11 horas, junto à sede da empresa (nas Torres de Lisboa). Esta foi uma das decisões tomadas no quadro da recente série de plenários,...