A DORS do PCP acusa o Governo, ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral, de entregar «tudo o que dá lucro ao grande capital privado, pese o facto de isso resultar em prejuízos muito grandes para as populações», contrariando, no caso particular da água, «o reconhecimento liminar de que ela faz parte do próprio direito à vida, tanto mais que não é produzida e desde logo não pode ser entendida como um produto».
«A posse da água só pode ser concebida e admitida como um bem comum», garantem os comunistas, denunciando o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, agora na ordem do dia, «novo patamar para a criação do mercado da água, preparando e abrindo caminho à privatização definitiva do sector numa multifacetada voragem da direita e de quem a ela se alia, reforçada pela aprovação sob proposta ao actual Governo da Lei Quadro da Água».
Entretanto, contra aquilo que o grande capital chama o «negócio do século», a DORS do PCP exorta a população da Península de Setúbal a reforçar a sua intervenção na defesa deste bem essencial à qualidade de vida, «cuja a exploração, gestão e distribuição, integradas num sistema de serviço público, devem manter-se no conjunto das aspirações e medidas que a Revolução de Abril e a Constituição da República consubstanciam e consagram».