Quilómetros de exploração
«Motoristas de mercadorias por salários e horários dignos – trabalho com direitos» foi o lema do encontro realizado no domingo com a presença de Jerónimo de Sousa.
As jornadas de 21 horas consecutivas são normais no sector
Aveiras de Cima, conhecida de quem passa a vida na estrada, foi o local escolhido para a realização do encontro-convívio promovido pelo PCP no seguimento de uma audição promovida pelo seu Grupo Parlamentar. Durante a manhã, o secretário-geral do Partido participou num debate com trabalhadores do sector. À tarde foi a vez do convívio, com um almoço e a actuação musical a cargo de Luísa Basto.
No debate denunciou-se a extrema exploração que se vive no sector do transporte de mercadorias.
Os acidentes de trabalho, falsamente apresentados pelo patronato e pelas estatísticas como «acidentes de viação», matam em média 12 trabalhadores por ano nas estradas portuguesas. As suas causas não são, como vulgarmente se afirma, o descuido dos motoristas, mas sim a extrema fadiga provocada pelas violentas condições de trabalho a que são sujeitos. Há registos de motoristas a trabalhar 36 horas seguidas e não são raras as jornadas de 21 horas. «São autênticas bombas-relógio nas estradas», afirmou-se no debate.
Devido aos bloqueios patronais à contratação colectiva, o acordo não é revisto desde 1997 e o salário-base dos motoristas de mercadorias não atinge os 500 euros mensais. Qualquer acréscimo de rendimentos terá de ser conseguido à custa da contagem ao quilómetro ou à carga. Tudo obriga à sobre-exploração dos trabalhadores.
Precariedade e luta
Foi ainda denunciada a directiva comunitária actualmente em discussão que prevê que os pagamentos aos motoristas sejam feitos apenas em função das horas passadas efectivamente ao volante. De fora ficariam todo o tempo perdido nas fronteiras ou nas cargas e descargas. Novamente, o patronato aponta como solução mais e mais horas de trabalho.
Também a precariedade abunda no sector. Muitos trabalhadores são contratados a prazo e começam a ser utilizados imigrantes com maior frequência. A desregulação é total. Isto mesmo ficou patente no debate, quando se informou que dois militantes do Partido que estava previsto participarem no debate faltaram por terem sido convocados no dia anterior para um serviço. Tudo isto, denunciou-se, leva à completa desagregação da vida pessoal, familiar e social destes trabalhadores.
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa partiu da situação que se vive no sector para rejeitar as propostas do PS para a Segurança Social, sobretudo o chamado «factor de sustentabilidade». E lembrou a extrema violência que constitui aumentar a idade da reforma a estes trabalhadores. O secretário-geral do PCP apelou à participação dos motoristas de mercadorias no protesto geral pela mudança de políticas convocado pela CGTP-IN para o próximo dia 12. E considerou ser necessário continuar a intervir para que estes trabalhadores ganhem consciência da força de têm. Que é imensa, como se pode concluir de lutas travadas há anos atrás.
No debate denunciou-se a extrema exploração que se vive no sector do transporte de mercadorias.
Os acidentes de trabalho, falsamente apresentados pelo patronato e pelas estatísticas como «acidentes de viação», matam em média 12 trabalhadores por ano nas estradas portuguesas. As suas causas não são, como vulgarmente se afirma, o descuido dos motoristas, mas sim a extrema fadiga provocada pelas violentas condições de trabalho a que são sujeitos. Há registos de motoristas a trabalhar 36 horas seguidas e não são raras as jornadas de 21 horas. «São autênticas bombas-relógio nas estradas», afirmou-se no debate.
Devido aos bloqueios patronais à contratação colectiva, o acordo não é revisto desde 1997 e o salário-base dos motoristas de mercadorias não atinge os 500 euros mensais. Qualquer acréscimo de rendimentos terá de ser conseguido à custa da contagem ao quilómetro ou à carga. Tudo obriga à sobre-exploração dos trabalhadores.
Precariedade e luta
Foi ainda denunciada a directiva comunitária actualmente em discussão que prevê que os pagamentos aos motoristas sejam feitos apenas em função das horas passadas efectivamente ao volante. De fora ficariam todo o tempo perdido nas fronteiras ou nas cargas e descargas. Novamente, o patronato aponta como solução mais e mais horas de trabalho.
Também a precariedade abunda no sector. Muitos trabalhadores são contratados a prazo e começam a ser utilizados imigrantes com maior frequência. A desregulação é total. Isto mesmo ficou patente no debate, quando se informou que dois militantes do Partido que estava previsto participarem no debate faltaram por terem sido convocados no dia anterior para um serviço. Tudo isto, denunciou-se, leva à completa desagregação da vida pessoal, familiar e social destes trabalhadores.
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa partiu da situação que se vive no sector para rejeitar as propostas do PS para a Segurança Social, sobretudo o chamado «factor de sustentabilidade». E lembrou a extrema violência que constitui aumentar a idade da reforma a estes trabalhadores. O secretário-geral do PCP apelou à participação dos motoristas de mercadorias no protesto geral pela mudança de políticas convocado pela CGTP-IN para o próximo dia 12. E considerou ser necessário continuar a intervir para que estes trabalhadores ganhem consciência da força de têm. Que é imensa, como se pode concluir de lutas travadas há anos atrás.