Portugal na rota da solidariedade

Libertem os «cinco»!

Iniciou-se anteontem e decorre até 6 de Outubro uma jornada mundial de solidariedade com os cinco patriotas cubanos, detidos nos EUA desde 12 de Setembro de 1998.

Para os EUA, combater o terrorismo também pode ser crime

Em Lisboa, um acto público de solidariedade com os cinco lutadores antiterroristas cubanos teve lugar no Rossio, terça-feira à tarde, por iniciativa da Associação de Amizade Portugal-Cuba, do Conselho Português para a Paz e Cooperação, do Movimento Democrático de Mulheres, da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses e da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional.
Os promotores da iniciativa consideram que os «cinco» são, de facto, presos políticos cubanos, cujo crime foi «denunciarem, de modo patriótico, acções de natureza terrorista, criminal e ilegal que, com base nas EUA, forças da ultra-direita cubana de Miami preparavam contra Cuba». Na nota de imprensa em que convocaram a acção no Rossio, recorda-se que o tribunal de Atlanta anulou o primeiro julgamento, realizado em Miami, e um grupo de trabalho da Comissão de Direitos Humanos da ONU declarou as detenções como arbitrárias; apesar disso, «as autoridades norte-americanas acabam de ratificar a condenação inicial».
Na nota considera-se que «esta situação constitui uma flagrante violação dos direitos humanos e contraria as normas vigentes da ONU, o Direito internacional e as próprias leis dos EUA». Em resposta, «por todo o mundo se levanta o clamor e a exigência da libertação imediata e incondicional dos “cinco de Cuba”» (Ramón Labañino, René González, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e Fernando González).
O sítio do jornal Granma na Internet (www.granma.cu) referia ontem a realização, no âmbito da jornada mundial, de iniciativas na Bolívia, na Argentina, no Brasil, em Angola e no Vietname. Referia ainda que, para 23 de Setembro, está convocada uma marcha nos EUA, frente à Casa Branca.
A jornada prossegue até 6 de Outubro, dia do 30.º aniversário do atentado contra o avião da Cubana de Aviação, em Barbados, no qual morreram 73 pessoas.

Máfia e FBI

Na mesma edição electrónica é publicado um artigo de Lázaro Barredo, referindo que, «durante estes oito anos, têm vindo a surgir cada vez mais provas, em que se evidencia que o que aconteceu naquele sábado, 12 de setembro de 1998, em Miami, foi bem mais um complô de oficiais do Bureau Federal de Investigações (FBI) e da máfia terrorista anticubana do que uma acção de protecção da Segurança Nacional dos Estados Unidos».
Segundo o artigo, em meados de 1998, «ampliou-se a cooperação entre o FBI e as autoridades cubanas, quando oficiais desse órgão foram a Havana e receberam um pacote importante de informação com fotos, documentos e fitas de vídeo de 48 terroristas domiciliados em Miami, material que foi precisamente entregue pelos patriotas, que foram detidos depois, e descartado no julgamento ao ser considerado como “secreto” pelo governo norte-americano».
Por larga margem, o Senado derrotou a extrema-direita e Jesse Helms, aprovando uma emenda que visava pôr fim ao bloqueio de alimentos e medicamentos a Cuba. Entretanto, no Capitólio, surgia oposição à proibição inconstitucional de viagens de norte-americanos à ilha. «A máfia terrorista estava precisando urgentemente de um pretexto que freasse esse movimento a favor de uma mudança política em relação a Cuba», para o que se apoiou no chefe do FBI, em Miami, refere o jornalista. Entretanto, «em Washington, os “padrinhos” da extrema direita estabeleciam contactos ao máximo nível, pressionando no sentido da detenção dos patriotas cubanos».


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