Capital sai a ganhar
Ao contrário do que tenta fazer crer, o Governo não está «a meio» na questão da Segurança Social. Está, isso sim, ao lado do capital e contra os trabalhadores e os reformados, acusou Jerónimo de Sousa.
O Governo não está «no meio», mas ao lado do grande capital
A sala da Sociedade Artística Tramagalense encheu-se, domingo, para o comício do PCP, com a presença do secretário-geral, Jerónimo de Sousa. O tema era a Segurança Social e no palco lia-se «Os direitos defendem-se agora!». Nas primeiras filas, mas não só, muitos jovens mostravam a sua determinação em lutar por este direito, que também é seu.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP rejeitou a suposta «posição salomónica» do Governo: «Pretende colocar-se no meio, entre a esquerda que reivindica a defesa dos direitos dos trabalhadores e dos reformados, e a direita, que quer a privatização imediata de certos sectores da Segurança Social.» Para Jerónimo de Sousa, é necessário afastar a ideia de que o Governo tem, neste caso, uma posição equilibrada. «É falso. Se esta proposta fosse aprovada só uns pagariam, os trabalhadores e os reformados. O capital ficaria sem pagar nem investir um tostão para a defesa do sistema da Segurança Social.» Em sua opinião, o PS está – também neste caso – a fazer aquilo que a direita não teve condições nem força para fazer.
Quanto à argumentação do Governo e da direita, de que aquilo que está em causa é a sustentabilidade do sistema, Jerónimo de Sousa lembrou que a questão de fundo se mantém: «se querem que os trabalhadores e os reformados paguem porque é que, do outro lado, o grande capital e os grupos económicos não dão também uma contribuição?»
Mas o argumento da sustentabilidade do sistema não colhe, destacou o secretário-geral do PCP. Se o sistema está em dificuldades, «então porque é que o Governo não combate a fraude e a evasão? Porque é que não combate a fuga às contribuições para a Segurança Social?» Além do mais, recordou, quem esteve no governo durante estes trinta anos foram o PS e o PSD, que «não tomaram as medidas necessárias».
Os «consensos» do Cavaco
Jerónimo de Sousa não deixou de comentar os apelos do Presidente da República, Cavaco Silva, ao «alargamento dos consensos» em matéria de Segurança Social. Consensos mas com a direita, denunciou o secretário-geral do PCP.
Rejeitando esses «consensos», como o feito para a Justiça, Jerónimo de Sousa lembrou as propostas da direita para a Segurança Social: querem que uma parte dos descontos vá obrigatoriamente para fundos de pensões público-privados, permitindo assim que as reformas e as pensões entrem no mercado de capitais e fiquem sujeitos ao «jogo» da Bolsa, denunciou. «Isto apesar das experiências dolorosas que aconteceram no mundo», como o caso da Argentina, afirmou o dirigente do PCP.
Naquele país sul-americano, a falência de muitas empresas deixou «abandonados à sua sorte» milhões de reformados que tinham as suas reformas nesses fundos de pensões privados. Tudo por se ter transferido uma responsabilidade do Estado para empresas privadas, realçou. «Pretendem trocar o certo pelo incerto, mas com um objectivo claro: encher ainda mais os bolsos ao donos do grande capital financeiro.»
Sobre o Presidente da República, Jerónimo de Sousa disse ainda que a vida está a dar razão ao PCP. «Entrou devagar, de forma calculista, mas agora, nesta questão da Segurança Social propõe consensos com a direita», afirmou o secretário-geral comunista. A promulgação do diploma com as alterações ao subsídio de desemprego encarregar-se-á de provar isto, destacou.
Para o dirigente comunista, o PCP poderia estar a desenvolver campanhas sobre diversos temas, como o desemprego, a saúde ou a educação. A escolha da Segurança Social, para Jerónimo de Sousa, prende-se não só com a sua importância mas por uma questão de calendário. «É, a par da contra-reforma da Administração Pública, uma prioridade deste Governo», rematou.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP rejeitou a suposta «posição salomónica» do Governo: «Pretende colocar-se no meio, entre a esquerda que reivindica a defesa dos direitos dos trabalhadores e dos reformados, e a direita, que quer a privatização imediata de certos sectores da Segurança Social.» Para Jerónimo de Sousa, é necessário afastar a ideia de que o Governo tem, neste caso, uma posição equilibrada. «É falso. Se esta proposta fosse aprovada só uns pagariam, os trabalhadores e os reformados. O capital ficaria sem pagar nem investir um tostão para a defesa do sistema da Segurança Social.» Em sua opinião, o PS está – também neste caso – a fazer aquilo que a direita não teve condições nem força para fazer.
Quanto à argumentação do Governo e da direita, de que aquilo que está em causa é a sustentabilidade do sistema, Jerónimo de Sousa lembrou que a questão de fundo se mantém: «se querem que os trabalhadores e os reformados paguem porque é que, do outro lado, o grande capital e os grupos económicos não dão também uma contribuição?»
Mas o argumento da sustentabilidade do sistema não colhe, destacou o secretário-geral do PCP. Se o sistema está em dificuldades, «então porque é que o Governo não combate a fraude e a evasão? Porque é que não combate a fuga às contribuições para a Segurança Social?» Além do mais, recordou, quem esteve no governo durante estes trinta anos foram o PS e o PSD, que «não tomaram as medidas necessárias».
Os «consensos» do Cavaco
Jerónimo de Sousa não deixou de comentar os apelos do Presidente da República, Cavaco Silva, ao «alargamento dos consensos» em matéria de Segurança Social. Consensos mas com a direita, denunciou o secretário-geral do PCP.
Rejeitando esses «consensos», como o feito para a Justiça, Jerónimo de Sousa lembrou as propostas da direita para a Segurança Social: querem que uma parte dos descontos vá obrigatoriamente para fundos de pensões público-privados, permitindo assim que as reformas e as pensões entrem no mercado de capitais e fiquem sujeitos ao «jogo» da Bolsa, denunciou. «Isto apesar das experiências dolorosas que aconteceram no mundo», como o caso da Argentina, afirmou o dirigente do PCP.
Naquele país sul-americano, a falência de muitas empresas deixou «abandonados à sua sorte» milhões de reformados que tinham as suas reformas nesses fundos de pensões privados. Tudo por se ter transferido uma responsabilidade do Estado para empresas privadas, realçou. «Pretendem trocar o certo pelo incerto, mas com um objectivo claro: encher ainda mais os bolsos ao donos do grande capital financeiro.»
Sobre o Presidente da República, Jerónimo de Sousa disse ainda que a vida está a dar razão ao PCP. «Entrou devagar, de forma calculista, mas agora, nesta questão da Segurança Social propõe consensos com a direita», afirmou o secretário-geral comunista. A promulgação do diploma com as alterações ao subsídio de desemprego encarregar-se-á de provar isto, destacou.
Para o dirigente comunista, o PCP poderia estar a desenvolver campanhas sobre diversos temas, como o desemprego, a saúde ou a educação. A escolha da Segurança Social, para Jerónimo de Sousa, prende-se não só com a sua importância mas por uma questão de calendário. «É, a par da contra-reforma da Administração Pública, uma prioridade deste Governo», rematou.