Rios de Sangue
Os EUA realmente financiam e treinam esquadrões iraquianos de assassinatos e raptos
Grandes civilizações humanas floresceram nos vales de dois rios vizinhos, o Tigre e o Eufrates, naquilo que é hoje território iraquiano. A História regista aquelas terras pelo nome grego de Mesopotâmia («Entre-os-Rios»). Mas a catástrofe que se abateu sobre o Iraque dos nossos dias, resultante da ocupação norte-americana, sugere outro nome de raiz grega: Hemopotâmia – Rios de Sangue. Hoje no Iraque, as tropas norte-americanas matam «todos os dias». «Esmagam [as pessoas] com os seus veículos, e matam-nas por mera suspeita», o que é «totalmente inaceitável». Quem pronunciou estas palavras é insuspeito, em matéria de acusações aos EUA. Trata-se do novo “primeiro-ministro” do “governo” colaboracionista iraquiano, Nouri al-Maliki, citado pelo site na Internet do jornal britânico Telegraph (3.6.06).
Em Haditha, uma vila sobre o Eufrates, tropas dos EUA que acabavam de ser alvo dum engenho explosivo colocado à beira da estrada entraram pelas casas vizinhas adentro disparando sobre tudo quanto viam. O resultado: 24 mortos, incluindo numerosas crianças e mulheres. Passou-se em Novembro, mas foram precisos vários meses para que o relato de uma das sobreviventes de 9 anos chegasse à comunicação social ocidental (revista Time, 19.3.06), graças também à existência de um video amador filmado logo após o massacre. Haditha está longe de ser um caso isolado. O grande massacre na cidade de Fallujah, onde foram usadas armas de destruição em massa, como o fósforo branco, está documentado (filme da RaiNews24, disponível em http://www.rainews24.rai.it/ran24/inchiesta/body.asp). Como sempre, o interesse da comunicação social ocidental pelo massacre de Haditha teve vida curta. Providencialmente, a misteriosa personagem da propaganda norte-americana que dá pelo nome de al-Zarqawi ter-se-á deixado abater nesta altura oportuna. E Haditha deixou as páginas dos jornais.
Recentemente, um parlamentar dos EUA, Dennis Kucinich, tomou a palavra na Câmara dos Representantes para ler o texto de uma carta que dirigiu ao Ministro da Defesa, Donald Rumsfeld. Nessa carta (disponível no site http://www.kucinich.us) o Congressista solicita «uma cópia de todos os registos relativos à utilização de Forças Especiais dos EUA no aconselhamento, apoio e treino de esquadrões iraquianos de assassinatos e raptos». Kucinich lembra que «em 8 de Janeiro de 2005, a revista Newsweek publicou um artigo informando que o Pentágono tinha uma proposta para treinar esquadrões de elite iraquianos […]. A proposta foi designada ‘a opção Salvador’, em referência aos programas de auxílio militar dos EUA […] que financiaram e apoiaram forças paramilitares ‘nacionalistas’ que davam caça e assassinavam dirigentes rebeldes e os seus apoiantes em El Salvador». E prossegue o deputado: «existem indicações crescentes que sugerem que os EUA realmente financiam e treinam esquadrões iraquianos de assassinatos e raptos e que tais esquadrões estão a agir. Sabemos que alguns dos peritos do Pentágono sobre o Iraque estiveram envolvidos no programa paramilitar do governo Reagan em El Salvador […]. Uma onda de raptos e execuções, ao estilo dos esquadrões da morte de El Salvador, e com ligações a mentores oficiais no Governo [iraquiano] e nos EUA, está a abater-se sobre o Iraque». Uma informação a reter para enquadrar as informações quase diárias de descobertas de cadáveres decapitados e apresentando sinais de tortura, e outros actos terroristas.
Não espanta pois, a reacção do governo americano ao infame bombardeamento pelo governo israelita das praias de Gaza que, no dia 9 deste mês, matou uma família de sete pessoas, incluindo três crianças, apenas se salvando uma filha de 12 anos que estava a tomar banho no mar: segundo o Jerusalem Post (9.6.06), «o porta-voz do Departamento de Estado [dos EUA] Sean McCormack afirmou que Israel tem o direito de se defender, particularmente quando está a ser atacado por terroristas». É a «civilização ocidental» em todo o seu esplendor.
Em Haditha, uma vila sobre o Eufrates, tropas dos EUA que acabavam de ser alvo dum engenho explosivo colocado à beira da estrada entraram pelas casas vizinhas adentro disparando sobre tudo quanto viam. O resultado: 24 mortos, incluindo numerosas crianças e mulheres. Passou-se em Novembro, mas foram precisos vários meses para que o relato de uma das sobreviventes de 9 anos chegasse à comunicação social ocidental (revista Time, 19.3.06), graças também à existência de um video amador filmado logo após o massacre. Haditha está longe de ser um caso isolado. O grande massacre na cidade de Fallujah, onde foram usadas armas de destruição em massa, como o fósforo branco, está documentado (filme da RaiNews24, disponível em http://www.rainews24.rai.it/ran24/inchiesta/body.asp). Como sempre, o interesse da comunicação social ocidental pelo massacre de Haditha teve vida curta. Providencialmente, a misteriosa personagem da propaganda norte-americana que dá pelo nome de al-Zarqawi ter-se-á deixado abater nesta altura oportuna. E Haditha deixou as páginas dos jornais.
Recentemente, um parlamentar dos EUA, Dennis Kucinich, tomou a palavra na Câmara dos Representantes para ler o texto de uma carta que dirigiu ao Ministro da Defesa, Donald Rumsfeld. Nessa carta (disponível no site http://www.kucinich.us) o Congressista solicita «uma cópia de todos os registos relativos à utilização de Forças Especiais dos EUA no aconselhamento, apoio e treino de esquadrões iraquianos de assassinatos e raptos». Kucinich lembra que «em 8 de Janeiro de 2005, a revista Newsweek publicou um artigo informando que o Pentágono tinha uma proposta para treinar esquadrões de elite iraquianos […]. A proposta foi designada ‘a opção Salvador’, em referência aos programas de auxílio militar dos EUA […] que financiaram e apoiaram forças paramilitares ‘nacionalistas’ que davam caça e assassinavam dirigentes rebeldes e os seus apoiantes em El Salvador». E prossegue o deputado: «existem indicações crescentes que sugerem que os EUA realmente financiam e treinam esquadrões iraquianos de assassinatos e raptos e que tais esquadrões estão a agir. Sabemos que alguns dos peritos do Pentágono sobre o Iraque estiveram envolvidos no programa paramilitar do governo Reagan em El Salvador […]. Uma onda de raptos e execuções, ao estilo dos esquadrões da morte de El Salvador, e com ligações a mentores oficiais no Governo [iraquiano] e nos EUA, está a abater-se sobre o Iraque». Uma informação a reter para enquadrar as informações quase diárias de descobertas de cadáveres decapitados e apresentando sinais de tortura, e outros actos terroristas.
Não espanta pois, a reacção do governo americano ao infame bombardeamento pelo governo israelita das praias de Gaza que, no dia 9 deste mês, matou uma família de sete pessoas, incluindo três crianças, apenas se salvando uma filha de 12 anos que estava a tomar banho no mar: segundo o Jerusalem Post (9.6.06), «o porta-voz do Departamento de Estado [dos EUA] Sean McCormack afirmou que Israel tem o direito de se defender, particularmente quando está a ser atacado por terroristas». É a «civilização ocidental» em todo o seu esplendor.