Catarina
Operária agrícola, mulher comunista, mártir e símbolo da resistência e da luta heróica do proletariado rural alentejano – na qual o povo de Baleizão desempenhou sempre papel destacado – Catarina Eufémia deixou-nos uma herança de coragem e de dignidade. Foi num dia de luta que o crime se deu, porque foram de luta, no Alentejo, os dias todos de todos os anos, antes e depois do assassinato de Catarina: protestos, greves, concentrações, acções nas praças de jorna, exigindo trabalho, e o aumento da jorna, e a libertação dos presos políticos, protestando contra os aumentos dos preços, contra a burla eleitoral de 1958, exigindo, e conquistando, as oito horas de trabalho – e tendo sempre no horizonte o derrubamento do fascismo, a conquista da liberdade e da democracia, a entrega da terra a quem a trabalhava, objectivos da luta de Catarina que viriam a florir plenamente naquela que foi a mais bela conquista da revolução de Abril: a Reforma Agrária.
Depois, a ofensiva contra a Reforma Agrária, que culminou com a sua destruição, levou de novo ao Alentejo o tempo passado: as balas que mataram Caravela e Casquinha, em 1979, no Escoural, tinham a mesma origem das que, em 1954, mataram Catarina, em Baleizão – de um lado e do outro, no local do crime, os protagonistas eram os mesmos: do lado dos assassinos, estavam o governo, os agrários e a GNR; do lado dos assassinados, estavam os trabalhadores. Ou, dito de outra forma: os agrários, com o aval do governo, a darem à GNR ordem para matar; Catarina, Caravela, Casquinha, a serem assasinados, por ousarem sonhar que a terra deve pertencer a quem a trabalha.
Foi tudo isto que a organização do PCP em Baleizão assinalou na passada sexta-feira, 19 de Maio, precisamente 52 anos após o assassinato de Catarina. Fê-lo através de uma exposição no centro de trabalho do Partido (a do 75º aniversário do Avante!, mais várias fotocópias de Avantes com notícias referentes a Catarina e às lutas do povo de Baleizão, e um prelo desses tempos longínquos a reproduzir um texto sobre o assassinato da heróica Catarina) e através de uma sessão de homenagem a Catarina, com intervenções políticas e a actuação de dois grupos corais, um masculino e um feminino. E entre as pessoas que enchiam a Casa do Povo de Baleizão, podiam ver-se a filha, a neta e a bisneta de Catarina. Como que a dizer-nos que a luta continua.
Depois, a ofensiva contra a Reforma Agrária, que culminou com a sua destruição, levou de novo ao Alentejo o tempo passado: as balas que mataram Caravela e Casquinha, em 1979, no Escoural, tinham a mesma origem das que, em 1954, mataram Catarina, em Baleizão – de um lado e do outro, no local do crime, os protagonistas eram os mesmos: do lado dos assassinos, estavam o governo, os agrários e a GNR; do lado dos assassinados, estavam os trabalhadores. Ou, dito de outra forma: os agrários, com o aval do governo, a darem à GNR ordem para matar; Catarina, Caravela, Casquinha, a serem assasinados, por ousarem sonhar que a terra deve pertencer a quem a trabalha.
Foi tudo isto que a organização do PCP em Baleizão assinalou na passada sexta-feira, 19 de Maio, precisamente 52 anos após o assassinato de Catarina. Fê-lo através de uma exposição no centro de trabalho do Partido (a do 75º aniversário do Avante!, mais várias fotocópias de Avantes com notícias referentes a Catarina e às lutas do povo de Baleizão, e um prelo desses tempos longínquos a reproduzir um texto sobre o assassinato da heróica Catarina) e através de uma sessão de homenagem a Catarina, com intervenções políticas e a actuação de dois grupos corais, um masculino e um feminino. E entre as pessoas que enchiam a Casa do Povo de Baleizão, podiam ver-se a filha, a neta e a bisneta de Catarina. Como que a dizer-nos que a luta continua.