Enfrentar a coligação
A coligação Sócrates-Cavaco estabelecida no Poder após as eleições de 2005 e 2006 tem pelo menos o mérito de tornar clara a coligação PS-PSD que tem servido de base de apoio para o avanço da contra-revolução e do domínio do capital monopolista em Portugal.
Esse caminho de recuperação monopolista tem beneficiado desde início de uma cobertura ideológica que conta como um dos seus elementos de demagogia o rótulo de esquerda colado ao PS. Isto comprova como a indefinição da distinção entre esquerda e direita descaracteriza a esquerda e a desarma ideologicamente, ocultando o que é histórica e politicamente a direita.
Para essa indefinição concorre o comportamento de muitos partidos de orientação social-democrata que, como em Portugal o PS, têm rótulo de esquerda mas actuam como partidos de direita, tanto pelos interesses a que estão ligados como pela política que praticam. As confusões são também facilitadas pelo lançamento de certas formulações sobre o que deveria ser uma «esquerda moderna», que atacam e desvalorizam o património revolucionário de luta contra as variadas expressões da direita, ao mesmo tempo que ocultam a sua resignação com as condições do domínio do capitalismo com generalidades que não permitem distingui-la de uma direita bem pensante, capaz de debitar discursos sobre liberdade, democracia, cultura, ecologia, etc.
Pelo nosso lado consideramos que um dos traços decisivos da distinção entre esquerda e direita é que a direita conduz no fundamental uma política que serve e domínio dos sectores dominantes do capitalismo, ao mesmo tempo que recusa, no seu discurso, admitir a existência de interesses sociais antagónicos ou o papel da conflitualidade desses interesses. E é na base desta concepção que caracterizamos os governos, os partidos e a sua política.
Distinguimos no entanto a orientação seguida pelas direcções desses partidos e as aspirações das suas bases de apoio eleitoral.
A nossa concepção sobre conceitos como esquerda, democracia, progresso tem, sem dúvida, um ponto de vista de classe. Isso não impede, antes pressupõe, termos sobre essas questões também uma concepção unitária, de cooperação e aliança para objectivos concretos, seja à volta de questões concretas, para acções por objectivos imediatos quer para uma ruptura política democrática. Salvaguardando a nossa especificidade e os nossos objectivos próprios, mas prontos a encontrar todos os pontos comuns possíveis.
Esta posição faz parte do património ideológico e histórico do PCP mas tem plena actualidade ante o agravamento do processo reaccionário contido na coligação Cavaco-Sócrates para destruição das condições de um Portugal com futuro criadas pela revolução de Abril.
Esse caminho de recuperação monopolista tem beneficiado desde início de uma cobertura ideológica que conta como um dos seus elementos de demagogia o rótulo de esquerda colado ao PS. Isto comprova como a indefinição da distinção entre esquerda e direita descaracteriza a esquerda e a desarma ideologicamente, ocultando o que é histórica e politicamente a direita.
Para essa indefinição concorre o comportamento de muitos partidos de orientação social-democrata que, como em Portugal o PS, têm rótulo de esquerda mas actuam como partidos de direita, tanto pelos interesses a que estão ligados como pela política que praticam. As confusões são também facilitadas pelo lançamento de certas formulações sobre o que deveria ser uma «esquerda moderna», que atacam e desvalorizam o património revolucionário de luta contra as variadas expressões da direita, ao mesmo tempo que ocultam a sua resignação com as condições do domínio do capitalismo com generalidades que não permitem distingui-la de uma direita bem pensante, capaz de debitar discursos sobre liberdade, democracia, cultura, ecologia, etc.
Pelo nosso lado consideramos que um dos traços decisivos da distinção entre esquerda e direita é que a direita conduz no fundamental uma política que serve e domínio dos sectores dominantes do capitalismo, ao mesmo tempo que recusa, no seu discurso, admitir a existência de interesses sociais antagónicos ou o papel da conflitualidade desses interesses. E é na base desta concepção que caracterizamos os governos, os partidos e a sua política.
Distinguimos no entanto a orientação seguida pelas direcções desses partidos e as aspirações das suas bases de apoio eleitoral.
A nossa concepção sobre conceitos como esquerda, democracia, progresso tem, sem dúvida, um ponto de vista de classe. Isso não impede, antes pressupõe, termos sobre essas questões também uma concepção unitária, de cooperação e aliança para objectivos concretos, seja à volta de questões concretas, para acções por objectivos imediatos quer para uma ruptura política democrática. Salvaguardando a nossa especificidade e os nossos objectivos próprios, mas prontos a encontrar todos os pontos comuns possíveis.
Esta posição faz parte do património ideológico e histórico do PCP mas tem plena actualidade ante o agravamento do processo reaccionário contido na coligação Cavaco-Sócrates para destruição das condições de um Portugal com futuro criadas pela revolução de Abril.