Quarenta por cento
Ludgero Marques, o chamado «patrão dos patrões» já explicou: é preciso despedir para criar emprego. O que mostra bem como o grande patronato está de acordo com o Governo de Sócrates e com o PS de Sócrates – a política de direita agrada aos exploradores do trabalho, seja lá que partido for a sentar-se nas cadeiras do poder e a ocupar a maioria dos lugares da Assembleia da República. E não é com agrado que vemos comentadores ao serviço do capital e colocados à direita do espectro partidário dizer hoje o que nós já disséramos há uns tempos – é difícil para o PSD de Marques Mendes fazer oposição a este executivo que tomou o freio nos dentes e se lançou no frenético consumar de políticas que o PSD e o CDS não conseguiram levar a cabo com tanta eficácia.
As promessas eleitorais – como é de uso e de abuso entre os partidos do sistema capitalista – vão para o caixote do lixo na noite das eleições. Impostos crescentes que atingem principalmente os trabalhadores, os reformados e pensionistas e também grande parte dos pequeníssimos empresários que se defrontam a cada dia com o espectro da falência, e despedimentos em lugar de mais emprego, são a receita milagrosa de todos os Sócrates deste mundo para a «retoma» da economia.
Servindo-se do pretexto imposto pelos grandes da União Europeia, que estabeleceram um tecto para o défice que eles próprios não cumprem, a receita encontrada e partilhada entre a social-democracia e a direita, numa convergência fundamentalista que os confunde numa só força política de duas caras que alternam ou coexistem no poder, o objectivo é servir os propósitos do capital – conseguir aumentar os níveis de exploração.
É que sobra sempre dinheiro de um lado quando escasseia do outro. O dinheiro não dá para toda a gente do mesmo modo. É só reparar nos resultados dessa política de contenção salarial, de despedimentos, de roubo de direitos sociais – o crédito anda mal parado nos apartamentos adquiridos pelos jovens e pelos trabalhadores e acumulam-se prédios novos e vazios sem que os preços desçam; pelo contrário, sobem com o aumento das taxas de juro decretadas pela «Europa» e seguidas pelos bancos da casa. Os carros utilitários vêem as vendas descer, enquanto os automóveis de luxo nunca foram tão procurados.
Entretanto, como aqui dissemos na semana passada, o Governo prepara-se para pagar mais às chefias – já não falando nas assessorias em que navegam milhares de boys and girls, que são principescamente pagos – e «conter» os salários dos trabalhadores da Função Pública, obrigando-os agora a dançar o vira da «mobilidade» que, já ouvimos dizer, até faz bem à saúde.
Do lado da «privada», a coisa também é assim. Enquanto as fusões prometem atirar para o desemprego milhares de bancários, anuncia-se que, por exemplo, os «gestores» do Banco Espírito Santo foram aumentados 40 por cento no ano passado...
As promessas eleitorais – como é de uso e de abuso entre os partidos do sistema capitalista – vão para o caixote do lixo na noite das eleições. Impostos crescentes que atingem principalmente os trabalhadores, os reformados e pensionistas e também grande parte dos pequeníssimos empresários que se defrontam a cada dia com o espectro da falência, e despedimentos em lugar de mais emprego, são a receita milagrosa de todos os Sócrates deste mundo para a «retoma» da economia.
Servindo-se do pretexto imposto pelos grandes da União Europeia, que estabeleceram um tecto para o défice que eles próprios não cumprem, a receita encontrada e partilhada entre a social-democracia e a direita, numa convergência fundamentalista que os confunde numa só força política de duas caras que alternam ou coexistem no poder, o objectivo é servir os propósitos do capital – conseguir aumentar os níveis de exploração.
É que sobra sempre dinheiro de um lado quando escasseia do outro. O dinheiro não dá para toda a gente do mesmo modo. É só reparar nos resultados dessa política de contenção salarial, de despedimentos, de roubo de direitos sociais – o crédito anda mal parado nos apartamentos adquiridos pelos jovens e pelos trabalhadores e acumulam-se prédios novos e vazios sem que os preços desçam; pelo contrário, sobem com o aumento das taxas de juro decretadas pela «Europa» e seguidas pelos bancos da casa. Os carros utilitários vêem as vendas descer, enquanto os automóveis de luxo nunca foram tão procurados.
Entretanto, como aqui dissemos na semana passada, o Governo prepara-se para pagar mais às chefias – já não falando nas assessorias em que navegam milhares de boys and girls, que são principescamente pagos – e «conter» os salários dos trabalhadores da Função Pública, obrigando-os agora a dançar o vira da «mobilidade» que, já ouvimos dizer, até faz bem à saúde.
Do lado da «privada», a coisa também é assim. Enquanto as fusões prometem atirar para o desemprego milhares de bancários, anuncia-se que, por exemplo, os «gestores» do Banco Espírito Santo foram aumentados 40 por cento no ano passado...