A desilusão dos alemães
Apesar de os democratas-cristãos (CDU/CSU) e social-democratas (SPD) terem considerado os resultados das eleições regionais de domingo, 25, como «um mandato para avançar com as reformas», a verdade é que a diminuta afluência às urnas aconselharia antes a uma pausa para reflexão e, por maioria de razão, a uma inversão nas políticas anti-sociais, iniciadas por Schroeder e prosseguidas agora com Merkel.
Bastaria olhar para o caso da Saxónia-Anhalt, um dos três estados escrutinados onde a taxa de participação se ficou pelos 44,4 por cento - a mais baixa de sempre.
Demonstrando um desinteresse crescente pelos partidos que se têm alternado no poder e uma preocupante descrença em possíveis alternativas, a grande maioria dos alemães desta antiga região da República Democrática Alemã ficou em casa.
Razões não lhes faltam, é certo. Após década e meia de restauração do capitalismo, o balanço é amargo. O desemprego atinge mais de 24 por cento da população, os jovens não têm perspectivas e os mais idosos olham desiludidos para o novo regime, recordando os elevados níveis de segurança que o socialismo garantia a todos.
Contudo, recusando o desânimo prostrante, boa parte dos votantes optou pelo Partido Esquerda.PDS. Com 24,1 por cento, foi a única formação que cresceu neste estado, recolhendo mais cerca de quatro pontos percentuais em relação ao acto regional anterior e afirmando-se como a segunda força política, atrás dos cristãos-democratas, com 36,2 por cento dos votos. Em queda, para além do SPD, esteve também a extrema-direita que, depois de ter atingido 12,9 por cento em 1998, obteve agora uns residuais 3 por cento.
Todavia, nos dois outros estados (Baden-Wurtemberg e Renânia-Palatinado), a Aliança Eleitoral para o Trabalho e Justiça, parceiro ocidental do PDS, não registou a mesma progressão, falhando o objectivo de eleger deputados para os parlamentos regionais.
Aqui, mais uma vez, foram os partidos do bloco central que dominaram. Em Baden-Wurtemberg, os democratas-cristãos voltaram a vencer com 44,4 por cento dos votos. O SPD não foi além dos 25,2 por cento, registando um dos piores resultados de sempre.
Resultado inverso verificou-se na Renânia-Palatinado, onde os sociais-democratas alcançaram a primeira maioria absoluta (45,6%), conquistando o estado à CDU (32,8%) que sofreu uma pesada derrota. Ambos os sufrágios ficaram indelevelmente marcados por elevadíssimas abstenções que atingiram, respectivamente, 46,6 e 41,8 por cento.
Bastaria olhar para o caso da Saxónia-Anhalt, um dos três estados escrutinados onde a taxa de participação se ficou pelos 44,4 por cento - a mais baixa de sempre.
Demonstrando um desinteresse crescente pelos partidos que se têm alternado no poder e uma preocupante descrença em possíveis alternativas, a grande maioria dos alemães desta antiga região da República Democrática Alemã ficou em casa.
Razões não lhes faltam, é certo. Após década e meia de restauração do capitalismo, o balanço é amargo. O desemprego atinge mais de 24 por cento da população, os jovens não têm perspectivas e os mais idosos olham desiludidos para o novo regime, recordando os elevados níveis de segurança que o socialismo garantia a todos.
Contudo, recusando o desânimo prostrante, boa parte dos votantes optou pelo Partido Esquerda.PDS. Com 24,1 por cento, foi a única formação que cresceu neste estado, recolhendo mais cerca de quatro pontos percentuais em relação ao acto regional anterior e afirmando-se como a segunda força política, atrás dos cristãos-democratas, com 36,2 por cento dos votos. Em queda, para além do SPD, esteve também a extrema-direita que, depois de ter atingido 12,9 por cento em 1998, obteve agora uns residuais 3 por cento.
Todavia, nos dois outros estados (Baden-Wurtemberg e Renânia-Palatinado), a Aliança Eleitoral para o Trabalho e Justiça, parceiro ocidental do PDS, não registou a mesma progressão, falhando o objectivo de eleger deputados para os parlamentos regionais.
Aqui, mais uma vez, foram os partidos do bloco central que dominaram. Em Baden-Wurtemberg, os democratas-cristãos voltaram a vencer com 44,4 por cento dos votos. O SPD não foi além dos 25,2 por cento, registando um dos piores resultados de sempre.
Resultado inverso verificou-se na Renânia-Palatinado, onde os sociais-democratas alcançaram a primeira maioria absoluta (45,6%), conquistando o estado à CDU (32,8%) que sofreu uma pesada derrota. Ambos os sufrágios ficaram indelevelmente marcados por elevadíssimas abstenções que atingiram, respectivamente, 46,6 e 41,8 por cento.