Cabe ao povo decidir
A ETA declarou o cessar-fogo com caracter «permanente» com o objectivo de «impulsionar o processo democrático no País Basco», no qual «os cidadãos bascos devem ter a palavra e a decisão sobre os seu futuro».
A ETA sublinha que a vontade do povo deverá ser respeitada
A decisão foi anunciada na passada semana, dia 22, e entrou em vigor dois dias depois. Na mensagem dirigida ao povo basco, a organização armada explica que a sua decisão visa favorecer o alcance de «um novo marco em que sejam reconhecidos os direitos que como povo nos correspondem» e assegurar «a possibilidade de desenvolvimento de todas as opções políticas».
A ETA sublinha que «os estados espanhol e francês devem reconhecer os resultados do referido processo democrático, sem nenhum tipo de limitações. A decisão dos cidadãos bascos sobre o nosso futuro deverá ser respeitada».
Num duplo apelo, a organização dirige-se às autoridades de Espanha e França «para que respondam de maneira positiva a esta nova situação, deixando de lado a repressão» e aos cidadãos bascos «para que se impliquem neste processo e lutem» pelos seus direitos enquanto povo.
«Situação histórica»
O governo espanhol, que já antes dera sinais de aguardar uma tal decisão, não hesitou em qualificar o momento como «uma situação histórica». Admitindo implicitamente a existência de contactos com a ETA, o primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero, revelou que as mensagens dirigidas pelos independentistas aos governos anteriores «eram muito frequentes».
Numa entrevista ao jornal El País publicada no domingo, o chefe do governo espanhol sublinha que se trata da «primeira vez que a ETA decreta um cessar-fogo permanente», lembrando que esta palavra «evoca claramente a declaração do IRA em 1994».
Ainda sobre o comunicado, Zapatero considera que a «linguagem e o conteúdo são inéditos nas formas de expressão da organização», notando que resulta de «um processo de três anos sem vítimas mortais e seguramente de uma reflexão profunda de todos os que podemos chamar de esquerda abertzale [independentista]».
Depois de recentemente terem organizado manifestações maciças contra a abertura de negociações com a ETA, as principais associações de vítimas do terrorismo e o Partido Popular alteraram radicalmente as suas posições no fim-de-semana passado. O cessar-fogo é agora visto pelas primeiras como «o ponto inicial de um processo que conduzirá ao fim do terrorismo», apelando nesse sentido à unidade dos partidos. Também o líder da direita, Mariano Rajoy, aparece agora com uma atitude dialogante, oferecendo a sua colaboração «construtiva» ao governo.
Na sexta-feira, 24, uma sondagem do Instituto Opina revelou que 80,2 dos espanhóis são favoráveis à ideia de negociações entre o governo e a ETA e 85,7 por cento consideram que o Partido Popular deveria apoiar o governo socialista nesta matéria.
A ETA sublinha que «os estados espanhol e francês devem reconhecer os resultados do referido processo democrático, sem nenhum tipo de limitações. A decisão dos cidadãos bascos sobre o nosso futuro deverá ser respeitada».
Num duplo apelo, a organização dirige-se às autoridades de Espanha e França «para que respondam de maneira positiva a esta nova situação, deixando de lado a repressão» e aos cidadãos bascos «para que se impliquem neste processo e lutem» pelos seus direitos enquanto povo.
«Situação histórica»
O governo espanhol, que já antes dera sinais de aguardar uma tal decisão, não hesitou em qualificar o momento como «uma situação histórica». Admitindo implicitamente a existência de contactos com a ETA, o primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero, revelou que as mensagens dirigidas pelos independentistas aos governos anteriores «eram muito frequentes».
Numa entrevista ao jornal El País publicada no domingo, o chefe do governo espanhol sublinha que se trata da «primeira vez que a ETA decreta um cessar-fogo permanente», lembrando que esta palavra «evoca claramente a declaração do IRA em 1994».
Ainda sobre o comunicado, Zapatero considera que a «linguagem e o conteúdo são inéditos nas formas de expressão da organização», notando que resulta de «um processo de três anos sem vítimas mortais e seguramente de uma reflexão profunda de todos os que podemos chamar de esquerda abertzale [independentista]».
Depois de recentemente terem organizado manifestações maciças contra a abertura de negociações com a ETA, as principais associações de vítimas do terrorismo e o Partido Popular alteraram radicalmente as suas posições no fim-de-semana passado. O cessar-fogo é agora visto pelas primeiras como «o ponto inicial de um processo que conduzirá ao fim do terrorismo», apelando nesse sentido à unidade dos partidos. Também o líder da direita, Mariano Rajoy, aparece agora com uma atitude dialogante, oferecendo a sua colaboração «construtiva» ao governo.
Na sexta-feira, 24, uma sondagem do Instituto Opina revelou que 80,2 dos espanhóis são favoráveis à ideia de negociações entre o governo e a ETA e 85,7 por cento consideram que o Partido Popular deveria apoiar o governo socialista nesta matéria.