Rejeição maciça

Uma maioria de 63 por cento dos franceses manifesta-se contra a manutenção do contrato para jovens (CPE), diploma que é apoiado por apenas 34 por cento dos inquiridos numa sondagem realizada no passado fim-de-semana.
A rejeição é quase total nas camadas operárias e entre os trabalhadores da função pública, sendo expressa por 87 por cento do eleitorado da esquerda parlamentar e por 83 por cento da extrema-esquerda.
Os defensores da medida encontram-se sobretudo nos eleitores dos dois partidos conservadores que integram o governo, designadamente, 74 por cento dos votantes nos gaulistas da UMP (União para um Movimento Popular) e 58 por cento dos fiéis da UDF (União para a Democracia Francesa).
A sondagem, divulgada na segunda-feira, 27, pelo jornal Le Monde, revela ainda que 63 por cento dos franceses não acreditam nos esforços de concertação com os sindicatos empreendidos pelo primeiro-ministro, Dominique de Villepin, cujo governo, para 59 por cento dos inquiridos, é o responsável pela crise que se vive no país.
Em consequência, 62 por cento manifestam-se solidários com o movimento de contestação (89 por cento do eleitorado da esquerda parlamentar, 26 por cento da direita parlamentar e 73 por cento dos jovens com menos de 26 anos).
Por último, o inquérito revela que apenas quatro por cento dos sondados deseja que o CPE seja mantido sem alterações. Mesmo entre os eleitores da direita governamental, apenas oito por cento partilham desta opinião. Ou seja, para a maioria dos franceses o CPE não serve e os que aceitam a ideia exigem modificações.


Mais artigos de: Europa

Mais de três milhões nas ruas

O movimento social contra o contrato de primeiro emprego atingiu, na terça-feira, 28, um novo patamar histórico com participação de mais de três milhões de pessoas nas manifestações em toda a França e a realização de milhares de greves e paragens de trabalho nos sectores público e privado.

Cabe ao povo decidir

A ETA declarou o cessar-fogo com caracter «permanente» com o objectivo de «impulsionar o processo democrático no País Basco», no qual «os cidadãos bascos devem ter a palavra e a decisão sobre os seu futuro».

A desilusão dos alemães

Apesar de os democratas-cristãos (CDU/CSU) e social-democratas (SPD) terem considerado os resultados das eleições regionais de domingo, 25, como «um mandato para avançar com as reformas», a verdade é que a diminuta afluência às urnas aconselharia antes a uma pausa para reflexão e, por maioria de razão, a uma inversão nas...

Médicos protestam na Alemanha

Cerca de 30 mil médicos manifestaram-se no sábado, 24, em Berlim, junto às portas de Branderburgo, em protesto contra a política de saúde do governo de bloco central liderado pela conservadora Angela Merkel.A acção marcou o início de uma semana de luta que incluiu concentrações e o encerramento de serviços de saúde em...

Radiotelevisão pública ameaçada

Os trabalhadores da RTVE convocaram para a próxima quarta-feira, dia 5 de Abril, uma greve de 24 horas em defesa do sector público de rádio e televisão. A jornada de luta deverá culminar com uma série de acções e mobilizações em toda a Espanha, em protesto contra o plano de reestruturação apresentado em 10 de Março,...

As primaveras do patronato

Nos passados dias 23 e 24 de Março realizou-se mais um Conselho Europeu da Primavera tendo como pano de fundo a «Estratégia de Lisboa» e a avaliação dos programas nacionais de reforma (PNR) que foram apresentados por todos os Estados-membros, na sequência da dita «revisão» da Estratégia que ocorreu em 2005. Mais uma vez,...