De mal a pior
Bastante seria já para os portugueses a penosa constatação do que um ano de governo Sócrates lhes revelara, para serem poupados a, por ocasião da efeméride, ficarem a saber o que de futuro aquele lhes reserva. Ou dito de outro modo, suficiente seria já saberem que estando, um ano depois, o país bem pior os poupassem à noticia de que o pior está para vir.
A decisão do PS de assinalar a data com a realização de mais uma edição da denominada convenção «Novas Fronteiras» não pressagia nada de bom. A história e percurso do evento, na sua versão presente ou nas do passado, é conhecida por representar, no período de caça ao voto, um incontornável instrumento de engodo eleitoral e por se constituir, facturados os votos, no centro da agenda de novos ataques a direitos. Estas convenções estão para o PS e a sua acção governativa como o pau está para o cântaro: uns atiram-lhe com ele, os outros espalham os cacos. A presente edição não desmereceu dos objectivos que lhe estão atribuídos. Sob a eufemística afirmação de «esquerda moderna», fórmula simpática para designar a agenda liberal que o grande capital confiou aos partidos socialistas e sociais-democratas, foi ali reconfigurado o novo caderno de encargos da política de direita para os próximos tempos : reformas do sistema eleitoral e da administração pública que, apresentadas como exemplo da determinação deste governo em «combater as corporações», são sobretudo uma expressão semântica para traduzir o plano de ataques e mutilações aos direitos e conquistas sociais.
Afirmou Sócrates que «a confiança começa a regressar». Depende do ângulo de observação. Olhando pelo lado do capital a afirmação é modesta: de facto, visto daí, a confiança não precisa de regresso pela simples razão de que nunca o abandonou. Ouçam-se as palavras de elogio, de enaltecimento da «coragem» e de aprovação pelo rumo da política do governo ainda recentemente dirigidas pelo grupo de representantes do grande capital e da finança para se perceber as razões do seu entusiasmo: as coisas não lhe podiam correr melhor – de bolsa cheia, exultam com a chegada de Cavaco à Presidência e do que daí esperam retirar em seu proveito; e não escondem o seu reconhecimento pela diligente aplicação do Governo do PS na concretização dos seus objectivos.
A decisão do PS de assinalar a data com a realização de mais uma edição da denominada convenção «Novas Fronteiras» não pressagia nada de bom. A história e percurso do evento, na sua versão presente ou nas do passado, é conhecida por representar, no período de caça ao voto, um incontornável instrumento de engodo eleitoral e por se constituir, facturados os votos, no centro da agenda de novos ataques a direitos. Estas convenções estão para o PS e a sua acção governativa como o pau está para o cântaro: uns atiram-lhe com ele, os outros espalham os cacos. A presente edição não desmereceu dos objectivos que lhe estão atribuídos. Sob a eufemística afirmação de «esquerda moderna», fórmula simpática para designar a agenda liberal que o grande capital confiou aos partidos socialistas e sociais-democratas, foi ali reconfigurado o novo caderno de encargos da política de direita para os próximos tempos : reformas do sistema eleitoral e da administração pública que, apresentadas como exemplo da determinação deste governo em «combater as corporações», são sobretudo uma expressão semântica para traduzir o plano de ataques e mutilações aos direitos e conquistas sociais.
Afirmou Sócrates que «a confiança começa a regressar». Depende do ângulo de observação. Olhando pelo lado do capital a afirmação é modesta: de facto, visto daí, a confiança não precisa de regresso pela simples razão de que nunca o abandonou. Ouçam-se as palavras de elogio, de enaltecimento da «coragem» e de aprovação pelo rumo da política do governo ainda recentemente dirigidas pelo grupo de representantes do grande capital e da finança para se perceber as razões do seu entusiasmo: as coisas não lhe podiam correr melhor – de bolsa cheia, exultam com a chegada de Cavaco à Presidência e do que daí esperam retirar em seu proveito; e não escondem o seu reconhecimento pela diligente aplicação do Governo do PS na concretização dos seus objectivos.