Sim, de facto é possível!
Este longuíssimo ano que nos separa do XVII Congresso, rico em intervenção, em iniciativa partidária, em acção e em luta, permitiu, com resultados eleitorais conhecidos, desmentir de forma cabal o anunciado «irreversível declínio eleitoral do PCP».
O capital e os seus governos sabem que em Portugal só têm que temer o PCP
Estou convencido, entretanto, que o mais importante que este ano deixa à vista é o facto de estarem também errados muitos dos que interiorizaram, decorridas quase três décadas sobre o 25 de Abril, com as profundas transformações político-sociais que se fizeram sentir, não ser mais possível fazer crescer e reforçar o Partido, a sua organização e a sua capacidade de intervenção.
Lembramo-nos todos de reuniões em que, apesar da compreensão para a necessidade do reforço da organização, se assistia também a um certo sentimento de impotência, porque «não era possível», porque «os camaradas não queriam assumir mais tarefas», porque «era difícil mobilizar».
A imagem que perdurará por muito tempo daquele Pavilhão Atlântico a transbordar de gente, alegria e confiança, associada a tantas e tantas outras iniciativas do Partido ou da candidatura do Camarada Jerónimo de Sousa que tiveram de dispensar participantes por as salas não terem capacidade para mais, deixa bem a marca de uma imensa disponibilidade de muitos homens e mulheres (quantos deles deram esse sinal pela primeira vez?) para intervirem e lutarem, deixando também à evidência a capacidade de organização que essas iniciativas exigiram.
Hoje, se é certo que não resolvemos todos os nossos problemas com uma varinha de condão, também é verdade que estamos em melhores condições para dar resposta às linhas de trabalho definidas no ponto 4.6 da Resolução Política do nosso Congresso (a reler com atenção) e essa confiança existe no Partido.
A confiança de que de facto é possível traduz-se nas discussões, com resultados concretos, sobre a necessidade de se pôr a funcionar mais organizações de base. Na compreensão de que o seu funcionamento estruturado é essencial para alargar a capacidade de intervenção do Partido e sua ligação às massas. É visível na abordagem sobre as células de empresa a criar e na necessidade do funcionamento regular das que já existem. Na maior disponibilidade para reflectir como se passa da porta da empresa, onde sempre vamos com a opinião do Partido, para o interior da empresa, primeiro através da ponta e depois recrutando algum trabalhador que se destaque.
Está presente na maior responsabilização de quadros jovens que, de um dia para o outro, mobilizam e preparam reuniões, pensam iniciativas, sugerem tomadas de posição do partido, dão novas vidas aos Centros de Trabalho.
Um olhar em frente
Essa confiança ganha todo o seu esplendor quando se apreende que todos os dias aparece mais um homem, mais uma mulher, jovens na sua maioria, a afirmar a vontade de aderir ao Partido que perceberam que é o seu.
Olho à minha volta e logo encontro esses sinais. Uma jovem camarada a marcar a reunião da sua freguesia, à qual apareceu um membro do Partido que já não participava em nada há alguns anos. Reuniões de células de empresa marcadas para retomar o seu funcionamento. Um jovem recentemente eleito para uma Comissão Concelhia a reclamar atenção para preparar a intervenção, em nome do Partido, numa rádio local. A mobilização popular para acompanhar uma Assembleia Municipal. Um jovem professor empenhado na reactivação de uma célula de uma grande empresa cerâmica. Um pequeno colectivo concelhio que marca uma iniciativa de aniversário no dia em que o responsável falta à reunião. Um velho camarada que, chegando a estar convencido que no dia em que tivesse que se afastar o Partido morreria ali, está agora animado com as novas perspectivas de trabalho.
Importará não esquecer que nada disto era possível sem o XVII Congresso, sem a sua preparação, sem as suas conclusões. E que estamos hoje nesta situação, apesar de ou antes por causa de, termos procedido exactamente ao contrário do que nos aconselhavam os tais cantos de sereia.
Foi por termos decidido continuar a ser um Partido Comunista digno desse nome, por termos orgulho no nosso passado de 85 anos e por projectarmos esse passado no tempo que temos pela frente, que ajudámos a criar estas condições.
A ofensiva anticomunista em torno das tentações do Conselho da Europa, ou sob quaisquer outros pretextos, vai intensificar-se. O capital e os seus governos, sejam eles do PSD ou do PS, sabem bem que em Portugal só têm que temer verdadeiramente os comunistas e o seu Partido. E por isso tudo fará para nos criar novas dificuldades, novos obstáculos, novas discriminações.
Agarrar com as duas mãos as imensas potencialidades que para o Partido se abrem, reforçar a organização é a forma mais certa de lhes dar combate.
Sim, porque de facto, é possível!
Lembramo-nos todos de reuniões em que, apesar da compreensão para a necessidade do reforço da organização, se assistia também a um certo sentimento de impotência, porque «não era possível», porque «os camaradas não queriam assumir mais tarefas», porque «era difícil mobilizar».
A imagem que perdurará por muito tempo daquele Pavilhão Atlântico a transbordar de gente, alegria e confiança, associada a tantas e tantas outras iniciativas do Partido ou da candidatura do Camarada Jerónimo de Sousa que tiveram de dispensar participantes por as salas não terem capacidade para mais, deixa bem a marca de uma imensa disponibilidade de muitos homens e mulheres (quantos deles deram esse sinal pela primeira vez?) para intervirem e lutarem, deixando também à evidência a capacidade de organização que essas iniciativas exigiram.
Hoje, se é certo que não resolvemos todos os nossos problemas com uma varinha de condão, também é verdade que estamos em melhores condições para dar resposta às linhas de trabalho definidas no ponto 4.6 da Resolução Política do nosso Congresso (a reler com atenção) e essa confiança existe no Partido.
A confiança de que de facto é possível traduz-se nas discussões, com resultados concretos, sobre a necessidade de se pôr a funcionar mais organizações de base. Na compreensão de que o seu funcionamento estruturado é essencial para alargar a capacidade de intervenção do Partido e sua ligação às massas. É visível na abordagem sobre as células de empresa a criar e na necessidade do funcionamento regular das que já existem. Na maior disponibilidade para reflectir como se passa da porta da empresa, onde sempre vamos com a opinião do Partido, para o interior da empresa, primeiro através da ponta e depois recrutando algum trabalhador que se destaque.
Está presente na maior responsabilização de quadros jovens que, de um dia para o outro, mobilizam e preparam reuniões, pensam iniciativas, sugerem tomadas de posição do partido, dão novas vidas aos Centros de Trabalho.
Um olhar em frente
Essa confiança ganha todo o seu esplendor quando se apreende que todos os dias aparece mais um homem, mais uma mulher, jovens na sua maioria, a afirmar a vontade de aderir ao Partido que perceberam que é o seu.
Olho à minha volta e logo encontro esses sinais. Uma jovem camarada a marcar a reunião da sua freguesia, à qual apareceu um membro do Partido que já não participava em nada há alguns anos. Reuniões de células de empresa marcadas para retomar o seu funcionamento. Um jovem recentemente eleito para uma Comissão Concelhia a reclamar atenção para preparar a intervenção, em nome do Partido, numa rádio local. A mobilização popular para acompanhar uma Assembleia Municipal. Um jovem professor empenhado na reactivação de uma célula de uma grande empresa cerâmica. Um pequeno colectivo concelhio que marca uma iniciativa de aniversário no dia em que o responsável falta à reunião. Um velho camarada que, chegando a estar convencido que no dia em que tivesse que se afastar o Partido morreria ali, está agora animado com as novas perspectivas de trabalho.
Importará não esquecer que nada disto era possível sem o XVII Congresso, sem a sua preparação, sem as suas conclusões. E que estamos hoje nesta situação, apesar de ou antes por causa de, termos procedido exactamente ao contrário do que nos aconselhavam os tais cantos de sereia.
Foi por termos decidido continuar a ser um Partido Comunista digno desse nome, por termos orgulho no nosso passado de 85 anos e por projectarmos esse passado no tempo que temos pela frente, que ajudámos a criar estas condições.
A ofensiva anticomunista em torno das tentações do Conselho da Europa, ou sob quaisquer outros pretextos, vai intensificar-se. O capital e os seus governos, sejam eles do PSD ou do PS, sabem bem que em Portugal só têm que temer verdadeiramente os comunistas e o seu Partido. E por isso tudo fará para nos criar novas dificuldades, novos obstáculos, novas discriminações.
Agarrar com as duas mãos as imensas potencialidades que para o Partido se abrem, reforçar a organização é a forma mais certa de lhes dar combate.
Sim, porque de facto, é possível!