Em campanha pelo Alentejo

Cavaco é o candidato dos latifundiários

Em campanha pelo Alentejo, Jerónimo de Sousa afirmou, domingo, que uma vitória de Cavaco Silva seria a vitória dos que tanto mal têm feito ao Alentejo.

Cavaco ainda não ganhou, pois é o voto que decide e não as sondagens

Recebido com entusiasmo por centenas de apoiantes na localidade alentejana de Monte de Trigo, em Portel, onde almoçou no domingo, Jerónimo de Sousa alertou para os perigos de uma eventual vitória de Cavaco Silva nas eleições presidenciais de domingo. Na opinião do candidato comunista, a eleição do representante da direita representa um perigo para a Constituição e para a democracia.
Jerónimo de Sousa foi claro ao afirmar que esse candidato, apoiado pelo PSD e pelo PP, é «o mesmo que os banqueiros e os senhores da terra apoiam, esses que são os causadores do sofrimento do povo alentejano». Em seguida, lembrou que foi o agora candidato presidencial Cavaco Silva que, enquanto primeiro-ministro, liderou de forma autocrática um governo capaz de proceder a «expropriações violentas, ataques à reforma agrária e repressão». E apelou a cada um dos presentes que não apenas votem mas esclareçam os indecisos.
«Sei que muitos dos aqui presentes têm memórias dolorosas de alguns candidatos da área do PS, mas queria sublinhar que, sem esquecermos isso, o nosso combate tem a ver com o perigo real que é a direita apossar-se da Presidência». A mesma direita que não «suporta» a Constituição e ameaça-a. O candidato comunista considera a lei fundamental portuguesa a «mais avançada da União Europeia», mesmo depois de ter sido enfraquecida pelas várias revisões constitucionais.
Mas há alternativas entre a direita e os candidatos da área do PS. Jerónimo de Sousa reafirmou que a sua candidatura é para ir até ao fim e, assim queira o povo, passar à segunda volta. Porque, defendeu, «não há candidatos de primeira e de segunda». O candidato comunista reafirmou: «Nós estamos preparados para passar à segunda volta.»
Antes de rumar a outras paragens, Jerónimo de Sousa foi brindado com o que os seus apoiantes tinham para lhe oferecer: uma sessão de cantos alentejanos, cantos à luta, ao trabalho, e ao Partido que sempre esteve com aquele povo, o Partido Comunista Português.

Convencer os indecisos

Ao final da tarde, num comício realizado em Vila Verde de Ficalho, no concelho de Serpa, Jerónimo de Sousa apelou a um «último esforço até ao último momento para convencer todos os indecisos». Confiando que está em condições de ter uma «grande votação», o candidato realçou que, o «povo assim o queira» e poderá mesmo passar à segunda volta.
Jerónimo de Sousa lembrou que muitos dos que votaram no PS nas legislativas de Fevereiro «confiaram que isto ia mudar e hoje podem estar desiludidos e frustrados porque eles prometeram e não cumpriram». A esses deixou um apelo: «não baixem a bandeira» e votem na única candidatura que «assume a necessidade de uma ruptura democrática e de esquerda».
Rejeitando as sondagens que, «com mais ou menos rigor», dão como certa a vitória de Cavaco Silva, o candidato comunista foi claro: «Era o que faltava, camaradas», reafirmando a sua convicção de que as sondagens não podem substituir o povo.
Um dia depois do grandioso comício do Pavilhão Atlântico, Jerónimo de Sousa teceu duras críticas a «certos centros de decisão na comunicação social» por considerarem que a sua candidatura «não pode aparecer em igualdade de circunstâncias aos olhos dos outros». E denunciou a fraca cobertura televisiva que teve o comício de sábado, muito aquém daquela que merecia dada a sua dimensão. Aos seus apoiantes, deixou uma palavra de incentivo: «Podem apagá-lo das televisões e da comunicação social, mas não podem apagá-lo dos nossos corações.»


Mais artigos de: Em Foco

O comício que Portugal<br> nunca tinha visto

Um comício como nunca se viu em Portugal. O Atlântico transbordou e foi pequeno para acolher os milhares de pessoas que, vindos de todo o País, compareceram no passado dia 14, ao grande comício de Jerónimo de Sousa. Muitos, não conseguindo entrar, assistiram a tudo a partir de um ecrã gigante colocado junto à entrada do pavilhão, num segundo mar de gente que a imagem parcialmente retrata. Mas antes ainda receberam a «visita» do candidato que fez, para eles, um breve mas intenso comício.

Mobilizar energias para mudar a sério

Aqueles que pensavam que nos desmobilizavam com o anúncio da vitória antecipada da direita e que nos levavam a baixar a bandeira do combate por um Portugal com futuro, têm aqui, neste grandioso comício a resposta! A resposta dos que nunca desistem dos combates antes de os travarem! A resposta daqueles que estão convictos...

Acabar em grande uma grande campanha

Depois da grande arruada do passado dia 11, que percorreu as ruas do Porto, Jerónimo de Sousa volta àquela cidade amanhã, para o grande comício de encerramento no Coliseu.

Pequenos empresários marginalizados

Jerónimo de Sousa afirmou, dia 13 em Setúbal, que os sucessivos Presidentes da República têm marginalizado os pequenos e médios empresários. Falando num jantar que juntou centenas de micro, pequenos e médios empresários da região, o candidato comunista acusou os anteriores presidentes de não terem dado deram a «atenção...

Constituição defende sector cooperativo

Jerónimo de Sousa visitou, no dia 12, uma cooperativa de produção de cerâmica em Condeixa, no distrito de Coimbra. Para o candidato comunista, a cooperativa «Cerâmica Estrela de Conímbriga» mostra que o sector cooperativo, previsto na Constituição, tem lugar em Portugal. Jerónimo de Sousa destacou estar-se perante um...

Uma questão de opções

Num jantar que reuniu centenas de apoiantes na Figueira da Foz, Jerónimo de Sousa afirmou não estar em causa a «competência» de Cavaco Silva. Para o candidato comunista, o importante não é a competência do candidato da direita, mas as suas opções, lembrando que «antes do 25 de Abril houve economistas que governaram o...

Apoios de todas as regiões e sectores

Em vários sectores profissionais, estão em distribuição os manifestos de diversas comissões de apoio à candidatura presidencial de Jerónimo de Sousa. Em Lisboa, já foram divulgados os manifestos e a composição das comissões de apoio dos sectores dos trabalhadores dos transportes; das estruturas sindicais; da hotelaria e...

Não esquecer a exploração

Num almoço, na terça-feira, em Alvalade do Sado, Jerónimo de Sousa lembrou os «tempos de exploração e vida dura» nos tempos da ditadura fascista. E destacou que Cavaco Silva está com aqueles que, nesses tempos, exploraram o povo alentejano. «Cavaco Silva agora tenta apoderar-se da Presidência da República, não com...

Jerónimo!</center>

A campanha chega ao fim e no domingo vamos a votos, com toda a confiança num bom resultado que contribua decisivamente para a derrota do candidato da direita. A mensagem do candidato comunista, apesar das tentativas de apagamento por parte da comunicação ao serviço do capital, tocou fundo, por toda a parte, no coração e...