Eleições no país dos diamantes
A Comissão Eleitoral da RD do Congo agendou a primeira volta das eleições presidenciais para o próximo dia 9 de Abril.
O anuncio feito quinta-feira da semana passada pretende, desta forma, cumprir o que foi acordado anteriormente entre a Missão das Nações Unidas (MONUC) presente no território e o recentemente formado governo de unidade nacional, que inclui os apoiantes do actual presidente, Joseph Kabila e os grupos armados particularmente activos nas províncias de Kivu Norte e Sul e em Ituri, região rica em minério e pedras preciosas.
A proposta ainda têm que ser aprovada pela Assembleia Nacional, mas a realização do sufrágio e a tomada de posse do novo chefe de Estado, até ao próximo mês de Junho, parece ser o caminho escolhido pela MONUC para serenar um conflito que se arrasta desde meados dos anos 90 e continua a fazer vítimas em especial na zona Oriental do país, junto à fronteira com o Ruanda, Uganda e Burundi.
O esforço das agências da ONU para mostrarem serviço e justificarem a permanência de cerca de 17 mil soldados na RD do Congo tem vindo a acentuar-se. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), no final do ano passado, centenas de congoleses começaram a regressar às suas casas, muitos dos quais após quase uma década de exílio forçado pelos combates.
A estabilização das relações entre os grupos políticos e armados no país pode significar o retorno de quase meio milhão de pessoas.
Minério na base do conflito
Rica em minério e em pedras preciosas, a RD do Congo mergulhou, entre 1998 e 2002, numa sangrenta guerra civil. A criação de um governo partilhado entre as partes beligerantes atenuou a troca de tiros, mas não colocou um ponto final definitivo nos combates.
Junto à fronteira com os vizinhos do Ruanda, Burundi e Uganda, grupos de mercenários armados por traficantes de diamantes e ouro procuram assegurar o controlo dos recursos naturais do subsolo. As nações vizinhas são continuamente acusadas de instigarem a manutenção do conflito.
O urânio e outras riquezas encontram-se a saque, situação que, aliás, não é novidade no país. A RD do Congo foi governada com mão de ferro, durante 26 anos, por Mobutu Sese Seko. O ditador que governou com a complacência das potências ocidentais acumulou uma fortuna imensa, ao passo que os cerca de 50 milhões de habitantes foram mantidos num regime miserável de economia de subsistência, e o país ainda hoje carece de todo o tipo de infra-estruturas, desde estradas, a saneamento básico, transportes ou comunicações.
Vida difícil
Muito embora o período mais intenso da guerra civil tenha já sido ultrapassado, estimativas indicam que, desde 1998, morreram cerca de quatro milhões de pessoas na sequência dos combates ou das condições de vida extremas.
O desmoronamento dos frágeis sistemas de saúde e assistência social em virtude do conflito levam a que se avance com uma média de 38 mil mortos por mês, a maioria dos quais padecem devido à carência alimentar ou a doenças e epidemias.
A proposta ainda têm que ser aprovada pela Assembleia Nacional, mas a realização do sufrágio e a tomada de posse do novo chefe de Estado, até ao próximo mês de Junho, parece ser o caminho escolhido pela MONUC para serenar um conflito que se arrasta desde meados dos anos 90 e continua a fazer vítimas em especial na zona Oriental do país, junto à fronteira com o Ruanda, Uganda e Burundi.
O esforço das agências da ONU para mostrarem serviço e justificarem a permanência de cerca de 17 mil soldados na RD do Congo tem vindo a acentuar-se. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), no final do ano passado, centenas de congoleses começaram a regressar às suas casas, muitos dos quais após quase uma década de exílio forçado pelos combates.
A estabilização das relações entre os grupos políticos e armados no país pode significar o retorno de quase meio milhão de pessoas.
Minério na base do conflito
Rica em minério e em pedras preciosas, a RD do Congo mergulhou, entre 1998 e 2002, numa sangrenta guerra civil. A criação de um governo partilhado entre as partes beligerantes atenuou a troca de tiros, mas não colocou um ponto final definitivo nos combates.
Junto à fronteira com os vizinhos do Ruanda, Burundi e Uganda, grupos de mercenários armados por traficantes de diamantes e ouro procuram assegurar o controlo dos recursos naturais do subsolo. As nações vizinhas são continuamente acusadas de instigarem a manutenção do conflito.
O urânio e outras riquezas encontram-se a saque, situação que, aliás, não é novidade no país. A RD do Congo foi governada com mão de ferro, durante 26 anos, por Mobutu Sese Seko. O ditador que governou com a complacência das potências ocidentais acumulou uma fortuna imensa, ao passo que os cerca de 50 milhões de habitantes foram mantidos num regime miserável de economia de subsistência, e o país ainda hoje carece de todo o tipo de infra-estruturas, desde estradas, a saneamento básico, transportes ou comunicações.
Vida difícil
Muito embora o período mais intenso da guerra civil tenha já sido ultrapassado, estimativas indicam que, desde 1998, morreram cerca de quatro milhões de pessoas na sequência dos combates ou das condições de vida extremas.
O desmoronamento dos frágeis sistemas de saúde e assistência social em virtude do conflito levam a que se avance com uma média de 38 mil mortos por mês, a maioria dos quais padecem devido à carência alimentar ou a doenças e epidemias.