Sessão pública em São João da Madeira

Cavaco deve assumir apoios capitalistas

Cavaco Silva deveria assumir a proveniência capitalista do financiamento da sua campanha eleitoral, desafiou, na terça-feira, em São João da Madeira, o candidato presidencial comunista. Jerónimo de Sousa expressou muitas dúvidas de que o candidato da direita seja financiado pelos trabalhadores e o povo.
Para o também secretário-geral do PCP, a candidatura da direita é a única que não precisa de financiamentos partidários, pois foi, denunciou, directamente à fonte, ou seja ao «grande capital, aos grandes grupos económicos». Em seguida, Jerónimo de Sousa questionou: «Onde é que arranjou os três milhões de euros para a campanha? Quer convencer os portugueses que foram os trabalhadores, reformados, desempregados que o deram?»
Jerónimo de Sousa repudiou as declarações de Cavaco Silva, que afirmou a natureza alegadamente suprapartidária da sua candidatura, e chegou mesmo a tecer criticas indirectas aos outros candidatos por necessitarem de apoios de partidos. Reafirmando a ligação de Cavaco Silva com os grandes grupos económicos, Jerónimo de Sousa afirmou que o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP deveria pelo menos ter a «verticalidade de assumir que foram os grandes grupos e banqueiros que financiaram a sua campanha».
Mais do que a pessoa, prosseguiu Jerónimo de Sousa, o que está em causa na candidatura de Cavaco Silva são os apoios recebidos dos «grandes senhores do dinheiro, dos sectores mais à direita que querem um ajuste de contas com o 25 de Abril».
Se o candidato da direita vencer as eleições, destacou Jerónimo de Sousa, poderá estar em causa o próprio «projecto constitucional». «O que está em causa a 22 de Janeiro é saber se é possível um outro rumo ou se, votando e permitindo que a direita se aposse daquele órgão de soberania, se abra um caminho do agravamento e empobrecimento da democracia portuguesa», realçou.
Para o candidato comunista, Mário Soares e Manuel Alegre também não estão em condições de assumir a defesa da Constituição da República Portuguesa. E lembrou que a fragilização da Lei fundamental contou sempre com o apoio do PS (dos quais ambos os candidatos foram ou são destacados dirigentes), que se juntou sempre à direita nas sucessivas revisões constitucionais.


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