Fazer da esperança e do sonho<br> a realidade
No primeiro dia do ano, o candidato presidencial Jerónimo de Sousa transmitiu aos trabalhadores, ao povo português e aos militantes do PCP uma mensagem de esperança e confiança na transformação do mundo.
A cada três segundos morre uma criança no mundo de causas evitáveis
«Que nada seja tido por natural neste tempo de confusão sangrenta, de desordem ordenada, de arbitrariedade sistematizada, de humanidade desumanizada, para que nada disto de mantenha», afirmou, citando o poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht, Jerónimo de Sousa na sua mensagem de ano novo. Para o candidato comunista, não são inevitáveis a ideologia e as políticas dominantes, destacando que os «desafios colocados hoje aos trabalhadores e povos do mundo são grandes e de grande responsabilidade».
A ideologia dominante é hoje «alvo de uma tenaz luta por parte daqueles que não perdem a esperança e seguem determinados os trilhos da paz e do desenvolvimento solidário e sustentável», afirmou Jerónimo de Sousa. O candidato considerou ainda serem hoje mais visíveis os exemplos de que «há saídas para a actual situação». «Apesar das dificuldades e do enorme esforço colectivo que será necessário fazer para inverter as actuais tendências negativas – realçou – é possível avançar rumo a mundo mais justo, mais fraterno, democrático e de paz.»
Reafirmando a sua «grande confiança na capacidade dos povos de tomar nas suas mãos a construção do presente e do futuro da Humanidade», Jerónimo de Sousa recordou o que havia dito na apresentação do seu compromisso de candidatura: «Alguns dos que têm lutado pela transformação do mundo utilizam a palavra utopia. Literalmente, essa palavra significa algo que não tem lugar nem tempo. Não é essa a nossa concepção. Temos um lugar e um tempo. Somos profundamente deste País, e somos do planeta que partilhamos com toda a Humanidade. Somos do tempo presente, e somos, com os homens, mulheres e jovens do povo a que pertencemos, parte integrante do futuro. É em nome deste lugar e da esperança e da luta por esse futuro que fazemos o nosso caminho comum.»
A opção de 22 de Janeiro
O candidato presidencial comunista afirmou que a 22 de Janeiro está também em causa a escolha entre «aqueles que falando de democracia apostam na restrição das liberdades, direitos e garantias e aqueles que vêm na liberdade, na solidariedade e na justiça social os eixos centrais da resolução dos conflitos e dos principais problemas da Humanidade».
Em sua opinião, a opção também está entre aqueles que em Portugal «apostam na guerra, no militarismo, na submissão do nosso País aos interesses das grandes potências e no fortalecimento ou criação de bloco político-militares» e noutros que «respeitando e defendendo a letra e o espírito do grande pacto nacional que é a nossa Constituição defendem para Portugal uma política externa independente dos interesses imperialistas que busque uma nova ordem mundial assente na paz, na cooperação, no progresso, na preservação do planeta em que vivemos, com a infinita riqueza e diversidade das suas faces natural e humana».
O candidato considera necessária uma política de relações internacionais que, defendendo a soberania e a independência do País, «contribua para a dissolução de obsoletos blocos político-militares e contrarie a tendência de transformação da Europa numa nova potência imperialista armada», que visa prosseguir e intensificar a exploração. Para Jerónimo de Sousa, a situação que se vive na Europa «demonstra bem como vale a pena lutar», lembrando a derrota nas urnas da chamada «Constituição Europeia».
Para o candidato, a esperança que transmite não fica à espera e transforma-se em acção, trabalho e luta. Esta, realçou, «tem na minha candidatura um colectivo de mulheres, homens e jovens determinados em levar por diante a colossal tarefa de fazer dessa esperança e do sonho colectivo a nossa realidade e a vida do nosso povo».
Contradições agravam-se de dia para dia
Injustiça e exploração não são inevitáveis
No início de mais um ano deste início do século XXI, o «mundo em que vivemos é cada vez mais marcado por profundas e violentas contradições, afirmou Jerónimo de Sousa do domingo, na sua mensagem de Ano Novo: «entre o potencial de desenvolvimento encerrado nas capacidades humanas, sociais, científicas e técnicas da humanidade e a incapacidade do sistema em resolver as mais profundas e gritantes desigualdades; em erradicar, ou no mínimo diminuir, a amplitude de fenómenos que configuram uma autêntica catástrofe social que empurra para as fronteiras entre a subsistência e a morte imensas massas da população mundial.»
Num período em que os media justamente assinalam a passagem de um ano sobre a catástrofe do sudeste asiático, o candidato presidencial comunista lembrou que a cada três segundos morre uma criança no mundo por razões evitáveis. A título de curiosidade, destacou, isto equivaleria, à escala do tsunami asiático, a 36 fenómenos equivalentes. Jerónimo de Sousa não esqueceu também os «mais de dois mil e quinhentos milhões de seres humanos que sobrevivem com menos dois dólares por dia; os mil milhões de pessoas que não têm acesso a água potável; os dois mil e seiscentos milhões de homens, mulheres e crianças que não têm acesso a saneamento básico, os dois milhões de portugueses que vivem na pobreza; ou ainda os 115 milhões de crianças que por não terem acesso à educação básica serão possivelmente condenados à pobreza e à exploração».
Destacando tratar-se de um «dilúvio social que inunda de morte e pobreza países asiáticos, africanos e latino-americanos e as camadas mais pobres da população em todo o mundo», Jerónimo de Sousa considera que a «catástrofe não é inevitável» nem imprevisível. Pelo contrário, afirmou, resulta de políticas que «aplicam os dogmas da globalização capitalista e a ideologia assente na exploração e na injusta distribuição da riqueza mundial».
E revelou números que revelam isso mesmo: 40 por cento da população mundial detém apenas 5 por cento dos rendimentos mundiais; os 500 homens mais ricos do mundo detêm hoje rendimentos equivalentes aos de 416 milhões de pessoas. Só em Portugal, afirmou o candidato comunista, os 10 por cento mais ricos dispõem de 30 por cento do rendimento nacional, enquanto que os 10 por cento mais pobres dispõem de apenas 2 por cento desse mesmo rendimento.
A ideologia dominante é hoje «alvo de uma tenaz luta por parte daqueles que não perdem a esperança e seguem determinados os trilhos da paz e do desenvolvimento solidário e sustentável», afirmou Jerónimo de Sousa. O candidato considerou ainda serem hoje mais visíveis os exemplos de que «há saídas para a actual situação». «Apesar das dificuldades e do enorme esforço colectivo que será necessário fazer para inverter as actuais tendências negativas – realçou – é possível avançar rumo a mundo mais justo, mais fraterno, democrático e de paz.»
Reafirmando a sua «grande confiança na capacidade dos povos de tomar nas suas mãos a construção do presente e do futuro da Humanidade», Jerónimo de Sousa recordou o que havia dito na apresentação do seu compromisso de candidatura: «Alguns dos que têm lutado pela transformação do mundo utilizam a palavra utopia. Literalmente, essa palavra significa algo que não tem lugar nem tempo. Não é essa a nossa concepção. Temos um lugar e um tempo. Somos profundamente deste País, e somos do planeta que partilhamos com toda a Humanidade. Somos do tempo presente, e somos, com os homens, mulheres e jovens do povo a que pertencemos, parte integrante do futuro. É em nome deste lugar e da esperança e da luta por esse futuro que fazemos o nosso caminho comum.»
A opção de 22 de Janeiro
O candidato presidencial comunista afirmou que a 22 de Janeiro está também em causa a escolha entre «aqueles que falando de democracia apostam na restrição das liberdades, direitos e garantias e aqueles que vêm na liberdade, na solidariedade e na justiça social os eixos centrais da resolução dos conflitos e dos principais problemas da Humanidade».
Em sua opinião, a opção também está entre aqueles que em Portugal «apostam na guerra, no militarismo, na submissão do nosso País aos interesses das grandes potências e no fortalecimento ou criação de bloco político-militares» e noutros que «respeitando e defendendo a letra e o espírito do grande pacto nacional que é a nossa Constituição defendem para Portugal uma política externa independente dos interesses imperialistas que busque uma nova ordem mundial assente na paz, na cooperação, no progresso, na preservação do planeta em que vivemos, com a infinita riqueza e diversidade das suas faces natural e humana».
O candidato considera necessária uma política de relações internacionais que, defendendo a soberania e a independência do País, «contribua para a dissolução de obsoletos blocos político-militares e contrarie a tendência de transformação da Europa numa nova potência imperialista armada», que visa prosseguir e intensificar a exploração. Para Jerónimo de Sousa, a situação que se vive na Europa «demonstra bem como vale a pena lutar», lembrando a derrota nas urnas da chamada «Constituição Europeia».
Para o candidato, a esperança que transmite não fica à espera e transforma-se em acção, trabalho e luta. Esta, realçou, «tem na minha candidatura um colectivo de mulheres, homens e jovens determinados em levar por diante a colossal tarefa de fazer dessa esperança e do sonho colectivo a nossa realidade e a vida do nosso povo».
Contradições agravam-se de dia para dia
Injustiça e exploração não são inevitáveis
No início de mais um ano deste início do século XXI, o «mundo em que vivemos é cada vez mais marcado por profundas e violentas contradições, afirmou Jerónimo de Sousa do domingo, na sua mensagem de Ano Novo: «entre o potencial de desenvolvimento encerrado nas capacidades humanas, sociais, científicas e técnicas da humanidade e a incapacidade do sistema em resolver as mais profundas e gritantes desigualdades; em erradicar, ou no mínimo diminuir, a amplitude de fenómenos que configuram uma autêntica catástrofe social que empurra para as fronteiras entre a subsistência e a morte imensas massas da população mundial.»
Num período em que os media justamente assinalam a passagem de um ano sobre a catástrofe do sudeste asiático, o candidato presidencial comunista lembrou que a cada três segundos morre uma criança no mundo por razões evitáveis. A título de curiosidade, destacou, isto equivaleria, à escala do tsunami asiático, a 36 fenómenos equivalentes. Jerónimo de Sousa não esqueceu também os «mais de dois mil e quinhentos milhões de seres humanos que sobrevivem com menos dois dólares por dia; os mil milhões de pessoas que não têm acesso a água potável; os dois mil e seiscentos milhões de homens, mulheres e crianças que não têm acesso a saneamento básico, os dois milhões de portugueses que vivem na pobreza; ou ainda os 115 milhões de crianças que por não terem acesso à educação básica serão possivelmente condenados à pobreza e à exploração».
Destacando tratar-se de um «dilúvio social que inunda de morte e pobreza países asiáticos, africanos e latino-americanos e as camadas mais pobres da população em todo o mundo», Jerónimo de Sousa considera que a «catástrofe não é inevitável» nem imprevisível. Pelo contrário, afirmou, resulta de políticas que «aplicam os dogmas da globalização capitalista e a ideologia assente na exploração e na injusta distribuição da riqueza mundial».
E revelou números que revelam isso mesmo: 40 por cento da população mundial detém apenas 5 por cento dos rendimentos mundiais; os 500 homens mais ricos do mundo detêm hoje rendimentos equivalentes aos de 416 milhões de pessoas. Só em Portugal, afirmou o candidato comunista, os 10 por cento mais ricos dispõem de 30 por cento do rendimento nacional, enquanto que os 10 por cento mais pobres dispõem de apenas 2 por cento desse mesmo rendimento.
2006 será ano de luta
Um mundo de paz e progresso é possível
Prevendo crescentes contradições do sistema capitalista e as prováveis explosões sociais, Jerónimo de Sousa acusou os políticos do capitalismo e do imperialismo de ensaiarem respostas assentes na guerra e na militarização das relações internacionais. Para o candidato comunista, aposta-se em derivas securitárias que pretendem empurrar os povos para uma «falsa dicotomia entre liberdade e segurança», procurando «condicionar e mesmo criminalizar» todos aqueles que «exigem e lutam hoje por uma ruptura com este sistema retrógrado e com estas políticas».
O candidato presidencial destaca serem os mesmos que, em nome da democracia e da segurança colectiva, prosseguem tais políticas, os que «já não conseguem esconder a sua face anti-democrática, militarista e mesmo obscura». Nem tão pouco conseguem explicar por que, «na sequência da chamada guerra contra o terrorismo o mundo está hoje mais inseguro, mais perigoso, mais injusto», nem qual a razão pela qual se gasta 10 vezes mais em despesas militares do que na ajuda ao desenvolvimento.
Jerónimo de Sousa destacou que o ano que recentemente findou deixou muitas provas de que «aqueles que sempre lutaram em Portugal e em todo o mundo contra a guerra e o militarismo tinham razão e que aqueles que em Portugal e no mundo colaboraram e apoiaram a guerra estão hoje derrotados, ética e politicamente». Por mais que «saquem da cartola» do reaccionarismo para desviar as atenções das «conivências e apoios» aos que «sobrevoam o globo com prisioneiros transportados para centros de tortura e bombardeiam civis no Iraque com napalm e fósforo branco, ou ainda que fecham os olhos ou apoiam as atrocidades contra povos como o palestiniano ou o povo saraui». A esses, reafirmou o também dirigente do PCP, «apenas dizemos que a realidade está a provar o lado em que cada um está».
«Combateremos firmemente os ataques que a nós nos são dirigidos, porque esses são combates que ao longo da história sempre soubemos travar ao lado daqueles que mais sofrem com a exploração e a guerra», afirmou Jerónimo de Sousa. Os mesmos que, realçou, nos mais diversos movimentos sociais, «prosseguem a luta por um outro Portugal democrático e soberano, de justiça social e por outro mundo possível de paz e progresso para todos os povos».