Passa culpas
Os factores que favorecem a candidatura de Cavaco Silva e os seus objectivos são já bastantes para carecer de outras «ajudas». Tantos e tão expressivos apoios — dos principais grupos económicos, da nata do capital financeiro, do PSD e do CDS-PP e da maioria da comunicação social — que bem dispensáveis seriam os que o PS, e os seus principais dirigentes, se têm encarregado de adicionar ao longo deste processo. Desde a inexplicável subestimação e desvalorização que marcaram a atitude do PS em toda a fase prévia à definição das candidaturas (de que a resultante final daí decorrente traduzida na existência de dois candidatos da sua área é consequência) até à hora presente marcada por um demissionismo e desculpabilização próximos da irresponsabilidade.
Os patéticos apelos que vários dirigentes do PS decidiram fazer a uma possível desistência de outros candidatos — num quadro em que se sabe não ser politicamente possível nem eleitoralmente favorável — não podem deixar de ser lidos com a maior apreensão. Não fosse a expressão politicamente incorrecta e imprecisa bem se poderia afirmar que, em matéria de presidenciais, «com amigos destes não são precisos inimigos».
Primeiro, porque esses apelos transportam consigo, bem patente nos argumentos que os acompanharam, uma preocupante expressão de quem, perante a dureza da batalha política que é necessário travar, se resigna com a ideia de uma derrota antecipada. Mais do que gestos de resignação e fuga o que seria necessário, no momento presente, era uma mais decidida acção e mobilização deste partido nestas eleições que de uma vez por todas dissipe as dúvidas sobre o seu real e sincero empenhamento posto no objectivo de derrotar Cavaco Silva.
E depois porque esses apelos, sem sentido e objectivo, mais parecem o prólogo de uma mais vasta etapa de argumentos destinados a passar para outros culpas que a si essencialmente cabem e a ensaiar, precipitada e antecipadamente, o acervo de justificações para uma possível vitória do candidato da direita, que em si mesmas testemunham uma estranha e acomodada aceitação dessa possibilidade.
Apesar do PS e das suas sucessivas atitudes neste processo e apesar da negativa contribuição que a política de direita do seu governo tem dado para reduzir o campo a Cavaco Silva, daqui se reafirma a inabalável confiança na possibilidade de impor uma nova derrota ao candidato da direita. Sobretudo se em vez de resignação e demissionismo se intervir nesta batalha com a determinação de quem, como faz a candidatura de Jerónimo de Sousa, não desistir deste combate, não desistir da luta por um Portugal melhor, e animar a esperança de que é possível um novo rumo para o país assente numa ruptura democrática e de esquerda com a política de direita que tantas dificuldades e amarguras têm trazido aos trabalhadores e ao povo.
Os patéticos apelos que vários dirigentes do PS decidiram fazer a uma possível desistência de outros candidatos — num quadro em que se sabe não ser politicamente possível nem eleitoralmente favorável — não podem deixar de ser lidos com a maior apreensão. Não fosse a expressão politicamente incorrecta e imprecisa bem se poderia afirmar que, em matéria de presidenciais, «com amigos destes não são precisos inimigos».
Primeiro, porque esses apelos transportam consigo, bem patente nos argumentos que os acompanharam, uma preocupante expressão de quem, perante a dureza da batalha política que é necessário travar, se resigna com a ideia de uma derrota antecipada. Mais do que gestos de resignação e fuga o que seria necessário, no momento presente, era uma mais decidida acção e mobilização deste partido nestas eleições que de uma vez por todas dissipe as dúvidas sobre o seu real e sincero empenhamento posto no objectivo de derrotar Cavaco Silva.
E depois porque esses apelos, sem sentido e objectivo, mais parecem o prólogo de uma mais vasta etapa de argumentos destinados a passar para outros culpas que a si essencialmente cabem e a ensaiar, precipitada e antecipadamente, o acervo de justificações para uma possível vitória do candidato da direita, que em si mesmas testemunham uma estranha e acomodada aceitação dessa possibilidade.
Apesar do PS e das suas sucessivas atitudes neste processo e apesar da negativa contribuição que a política de direita do seu governo tem dado para reduzir o campo a Cavaco Silva, daqui se reafirma a inabalável confiança na possibilidade de impor uma nova derrota ao candidato da direita. Sobretudo se em vez de resignação e demissionismo se intervir nesta batalha com a determinação de quem, como faz a candidatura de Jerónimo de Sousa, não desistir deste combate, não desistir da luta por um Portugal melhor, e animar a esperança de que é possível um novo rumo para o país assente numa ruptura democrática e de esquerda com a política de direita que tantas dificuldades e amarguras têm trazido aos trabalhadores e ao povo.