Dimensão internacional de uma vitória
O oportunismo anti-marxista tem raízes objectivas no próprio desenvolvimento do capitalismo
A vitória da CDU nas eleições autárquicas de 9 de Outubro em Portugal tem uma dimensão internacional que merece ser sublinhada. Desde logo porque se trata do avanço de uma força progressista num contexto internacional profundamente desfavorável. Eleitoralmente limitado mas politicamente muito significativo. Parafraseando Lenine, cada passo concreto na direcção certa vale mais que mil discursos. A possibilidade de conter e derrotar a violenta ofensiva global do imperialismo passa por grandes e pequenas lutas e vitórias parciais no plano de cada país, não por especulativas «alternativas globais», geralmente filhas do verbalismo e da impotência. É nosso dever valorizá-las.
Depois, pelo que tal vitória representa no quadro de uma aguda luta ideológica em que o anticomunismo clássico converge com as teses sobre uma «refundação da esquerda», que considera ultrapassados os partidos de tipo leninista e a dimensão nacional da luta transformadora. Trata-se na verdade de mais um prego no caixão do «declínio irreversível» dos partidos comunistas confirmando a possibilidade de resistir e crescer a partir da inequívoca afirmação do projecto comunista. Porque é isso que tem caracterizado a acção do PCP, tanto na sua intervenção própria como na que desenvolve no quadro da sua aliança com o Partido Ecologista - Os Verdes e muitos milhares de independentes sem partido, a CDU. Ao contrário de outras situações, os progressos eleitorais alcançados pelos comunistas portugueses não o foram à custa do eleitoralismo, escondendo ou abdicando do próprio programa, cedendo perante o imediatismo e cantos de sereia de conjuntura. Perante sofisticada campanha sobre a «morte do comunismo» é importante sublinhar o que tudo isto representa, não para nos erguermos em bicos de pés ou dar lições a quem quer que seja, mas para dar mais força e mais confiança à corrente revolucionária comunista no campo das forças de esquerda.
A História mostra que o oportunismo anti-marxista tem raízes objectivas no próprio desenvolvimento do capitalismo, está sempre pronto a renascer sob novas formas, manifesta-se sempre como corrente internacional que é necessário combater com persistência. Isso é particularmente decisivo no momento actual em que as derrotas do socialismo continuam a ser exploradas para atrasar a criação das condições subjectivas necessárias à superação revolucionária do capitalismo. Sem esse combate não será possível encontrar uma saída progressista para a crise do capitalismo e solução para os dramáticos problemas da Humanidade.
A social-democracia, particularmente enraizada na Europa, tem constituído um sério obstáculo ao desenvolvimento da consciência revolucionária das massas trabalhadoras, mas o seu descrédito cresce a olhos vistos. A sua escandalosa rendição às políticas neoliberais ameaça esgotar a sua capacidade para enganar os trabalhadores e para realizar, como Schroder na Alemanha ou Sócrates em Portugal, políticas de direita que a própria direita não poderia realizar por falta de base social e política de apoio. São inevitáveis divergências, diferenciações e divisões na área da social-democracia (e do sindicalismo colaboracionista que lhe está associado) que tendem a alargar o campo antineoliberal e anticapitalista. Isso exige porém, não a diluição dos comunistas em nome de requentados cenários de «esquerda» e de uma apendicular «participação no poder», mas uma persistente política de convergência e unidade na acção, voltada para as massas, contra a política exploradora e agressiva do grande capital, implicando a afirmação independente do projecto comunista. Também quanto a isto as eleições autárquicas em Portugal encerram lições que importa reter.
Quando o Expresso de 15.10.05 forçado a reconhecer que o «PCP obteve uma importante vitória» acrescenta que ela foi alcançada numa «mera lógica de resistência ao tempo», toma os desejos por realidades. O PCP está aí para lutar, resistir, crescer e vencer. Tal como o movimento comunista internacional. Queiram ou não inimigos e adversários.
Depois, pelo que tal vitória representa no quadro de uma aguda luta ideológica em que o anticomunismo clássico converge com as teses sobre uma «refundação da esquerda», que considera ultrapassados os partidos de tipo leninista e a dimensão nacional da luta transformadora. Trata-se na verdade de mais um prego no caixão do «declínio irreversível» dos partidos comunistas confirmando a possibilidade de resistir e crescer a partir da inequívoca afirmação do projecto comunista. Porque é isso que tem caracterizado a acção do PCP, tanto na sua intervenção própria como na que desenvolve no quadro da sua aliança com o Partido Ecologista - Os Verdes e muitos milhares de independentes sem partido, a CDU. Ao contrário de outras situações, os progressos eleitorais alcançados pelos comunistas portugueses não o foram à custa do eleitoralismo, escondendo ou abdicando do próprio programa, cedendo perante o imediatismo e cantos de sereia de conjuntura. Perante sofisticada campanha sobre a «morte do comunismo» é importante sublinhar o que tudo isto representa, não para nos erguermos em bicos de pés ou dar lições a quem quer que seja, mas para dar mais força e mais confiança à corrente revolucionária comunista no campo das forças de esquerda.
A História mostra que o oportunismo anti-marxista tem raízes objectivas no próprio desenvolvimento do capitalismo, está sempre pronto a renascer sob novas formas, manifesta-se sempre como corrente internacional que é necessário combater com persistência. Isso é particularmente decisivo no momento actual em que as derrotas do socialismo continuam a ser exploradas para atrasar a criação das condições subjectivas necessárias à superação revolucionária do capitalismo. Sem esse combate não será possível encontrar uma saída progressista para a crise do capitalismo e solução para os dramáticos problemas da Humanidade.
A social-democracia, particularmente enraizada na Europa, tem constituído um sério obstáculo ao desenvolvimento da consciência revolucionária das massas trabalhadoras, mas o seu descrédito cresce a olhos vistos. A sua escandalosa rendição às políticas neoliberais ameaça esgotar a sua capacidade para enganar os trabalhadores e para realizar, como Schroder na Alemanha ou Sócrates em Portugal, políticas de direita que a própria direita não poderia realizar por falta de base social e política de apoio. São inevitáveis divergências, diferenciações e divisões na área da social-democracia (e do sindicalismo colaboracionista que lhe está associado) que tendem a alargar o campo antineoliberal e anticapitalista. Isso exige porém, não a diluição dos comunistas em nome de requentados cenários de «esquerda» e de uma apendicular «participação no poder», mas uma persistente política de convergência e unidade na acção, voltada para as massas, contra a política exploradora e agressiva do grande capital, implicando a afirmação independente do projecto comunista. Também quanto a isto as eleições autárquicas em Portugal encerram lições que importa reter.
Quando o Expresso de 15.10.05 forçado a reconhecer que o «PCP obteve uma importante vitória» acrescenta que ela foi alcançada numa «mera lógica de resistência ao tempo», toma os desejos por realidades. O PCP está aí para lutar, resistir, crescer e vencer. Tal como o movimento comunista internacional. Queiram ou não inimigos e adversários.