França, a importância de uma batalha
A importância da batalha que se trava em França é realmente muito grande
A vitória do «Não» no referendo do próximo domingo em França teria um extraordinário significado político. Seria muito mais do que um novo grão de areia na engrenagem desta «construção europeia» do grande capital, imperialista, dirigida contra os trabalhadores da Europa e os povos de todo o mundo.
Naturalmente que, no contexto da correlação de forças actual, este «Não» pode ser amortecido e recuperado, e mesmo que venha a ser seguido em 1 de Junho por idêntico resultado na Holanda, não significará ainda a viragem necessária. Esta terá necessariamente de passar pela agudização da luta de classes, pela derrota do reformismo que hoje contamina fortemente o movimento operário e sindical na Europa, pelo ascenso convergente e articulado de grandes lutas sociais e políticas por todo o continente numa perspectiva não apenas anti-neoliberal mas anti-capitalista. Contudo uma vitória do «Não» significaria um enorme rombo na metodologia opaca e sigilosa que tem permitido impor este processo de integração de classe, daria uma maior visibilidade às justas razões da luta dos comunistas, constituiria uma grande derrota para os apóstolos da «Europa» do capital e da suposta fatalidade das políticas de regressão social, democrática e cultural que a acompanham. Abriria – aliás já está a abrir – uma enorme fenda na muralha por onde poderá irromper impetuosa a luta por essa outra Europa de progresso, paz e cooperação que o PCP defende, e com ele, muitos outros partidos comunistas e forças de esquerda.
No referendo sobre a «constituição europeia» em França está em jogo muita coisa. Tanta que as classes dirigentes estão a perder a compostura e a deixar cair a máscara de impolutos democratas que frequentemente afivelam, por exemplo, para nos 60 anos da Vitória branquear o fascismo e criminalizar a URSS e o socialismo ou para se ingerirem descaradamente nos assuntos internos de Cuba e caluniar o seu regime e os seus dirigentes. Para tentar impedir a vitória do «Não» não hesitam em recorrer a todo o género de pressões e chantagens sobre o eleitorado, em que direita e social-democracia, patronato e sindicalismo amarelo se dão as mãos, ao mesmo tempo que um autêntico batalhão de Chefes de Estado e Primeiros Ministros (incluindo de Portugal) corre para França para fazer campanha pelo «Sim».
Na verdade o que está em jogo é muitíssimo, sobretudo pelo que significa de rejeição das políticas de exploração dos trabalhadores e de desmantelamento de conquistas alcançadas por décadas de duras lutas, e pelas perspectivas que abre ao ascenso da luta por alternativas de progresso social. Não é por acaso que do outro lado do Atlântico se erguem vozes inquietas em defesa da «constituição europeia» e de uma «Europa forte» como a da própria Condoleezza Rice. Parece um tanto estranho mas não é. Entre os imperialismos europeu e norte-americano – sem dúvida num quadro de rivalidades e contradições indisfarçáveis e em processo de agudização – existe um cordão umbilical que é necessário cortar mas que a dita «constituição» se propõe reforçar e que está na raiz do processo que conduziu à União Europeia actual. Um processo que nada tem a ver com «ideais» e «valores» e tudo com os bem concretos interesses dos monopólios (que, por constituírem a base do fascismo, foram desmantelados no Leste da Europa mas reabilitados e apoiados no Ocidente) e com luta pela preservação do capitalismo frente ao imenso prestígio da URSS e à expansão revolucionária do pós-guerra. A transformação da U.E. em bloco político-militar imperialista que a «constituição» pretende consagrar e que os comunistas portugueses querem derrotar, situa-se na continuidade de objectivos fundadores da «guerra fria» que nunca é de mais relembrar.
A importância da batalha que se trava em França é realmente muito grande e não pode deixar ninguém indiferente. Seja qual for o resultado de 29 de Maio, a luta vai prosseguir e agudizar-se. Temos de preparar-nos para isso. Usemos o melhor possível este número especial do «Avante!» que está nas nossas mãos.
Naturalmente que, no contexto da correlação de forças actual, este «Não» pode ser amortecido e recuperado, e mesmo que venha a ser seguido em 1 de Junho por idêntico resultado na Holanda, não significará ainda a viragem necessária. Esta terá necessariamente de passar pela agudização da luta de classes, pela derrota do reformismo que hoje contamina fortemente o movimento operário e sindical na Europa, pelo ascenso convergente e articulado de grandes lutas sociais e políticas por todo o continente numa perspectiva não apenas anti-neoliberal mas anti-capitalista. Contudo uma vitória do «Não» significaria um enorme rombo na metodologia opaca e sigilosa que tem permitido impor este processo de integração de classe, daria uma maior visibilidade às justas razões da luta dos comunistas, constituiria uma grande derrota para os apóstolos da «Europa» do capital e da suposta fatalidade das políticas de regressão social, democrática e cultural que a acompanham. Abriria – aliás já está a abrir – uma enorme fenda na muralha por onde poderá irromper impetuosa a luta por essa outra Europa de progresso, paz e cooperação que o PCP defende, e com ele, muitos outros partidos comunistas e forças de esquerda.
No referendo sobre a «constituição europeia» em França está em jogo muita coisa. Tanta que as classes dirigentes estão a perder a compostura e a deixar cair a máscara de impolutos democratas que frequentemente afivelam, por exemplo, para nos 60 anos da Vitória branquear o fascismo e criminalizar a URSS e o socialismo ou para se ingerirem descaradamente nos assuntos internos de Cuba e caluniar o seu regime e os seus dirigentes. Para tentar impedir a vitória do «Não» não hesitam em recorrer a todo o género de pressões e chantagens sobre o eleitorado, em que direita e social-democracia, patronato e sindicalismo amarelo se dão as mãos, ao mesmo tempo que um autêntico batalhão de Chefes de Estado e Primeiros Ministros (incluindo de Portugal) corre para França para fazer campanha pelo «Sim».
Na verdade o que está em jogo é muitíssimo, sobretudo pelo que significa de rejeição das políticas de exploração dos trabalhadores e de desmantelamento de conquistas alcançadas por décadas de duras lutas, e pelas perspectivas que abre ao ascenso da luta por alternativas de progresso social. Não é por acaso que do outro lado do Atlântico se erguem vozes inquietas em defesa da «constituição europeia» e de uma «Europa forte» como a da própria Condoleezza Rice. Parece um tanto estranho mas não é. Entre os imperialismos europeu e norte-americano – sem dúvida num quadro de rivalidades e contradições indisfarçáveis e em processo de agudização – existe um cordão umbilical que é necessário cortar mas que a dita «constituição» se propõe reforçar e que está na raiz do processo que conduziu à União Europeia actual. Um processo que nada tem a ver com «ideais» e «valores» e tudo com os bem concretos interesses dos monopólios (que, por constituírem a base do fascismo, foram desmantelados no Leste da Europa mas reabilitados e apoiados no Ocidente) e com luta pela preservação do capitalismo frente ao imenso prestígio da URSS e à expansão revolucionária do pós-guerra. A transformação da U.E. em bloco político-militar imperialista que a «constituição» pretende consagrar e que os comunistas portugueses querem derrotar, situa-se na continuidade de objectivos fundadores da «guerra fria» que nunca é de mais relembrar.
A importância da batalha que se trava em França é realmente muito grande e não pode deixar ninguém indiferente. Seja qual for o resultado de 29 de Maio, a luta vai prosseguir e agudizar-se. Temos de preparar-nos para isso. Usemos o melhor possível este número especial do «Avante!» que está nas nossas mãos.