Obras públicas para a recuperação económica
«Os credores terão que entender que só poderão cobrar aquilo que a Argentina puder pagar», disse o presidente Néstor Kirchner, ao tomar posse no domingo.
«Não esperem de nós alinhamentos automáticos, mas sim sérios»
A grave situação económica que se vive na Argentina dominou grande parte da intervenção de Kirchner na sua tomada de posse. «Temos que negociar com racionalidade para reduzirmos a dívida externa», disse o novo presidente, defendendo a necessidade de aumentar os prazos de vencimento da dívida e de renegociar os respectivos juros.
«Não se trata de não pagar, mas não vamos pagar à custa de dívidas argentinas cada vez maiores enquanto o povo não tem acesso a educação, saúde e emprego», disse Kirchner, no que foi entendido como um recado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e às suas tradicionais «receitas».
Deixando claro que «o país não pode continuar cobrindo déficits através de endividamento permanente», Kirchner equiparou a crise argentina à dos EUA, em 1929, advogou a necessidade de promover grandes obras públicas para garantir a recuperação económica, e defendeu a livre integração da Argentina no mercado internacional, designadamente no Mercosul. Referindo-se a esta organização económica como sendo um «projecto político», o presidente argentino defendeu a sua abertura a novos membros e garantiu que essa será uma das prioridades da sua agenda. «O Mercosul e a integração da América Latina devem ser parte de um verdadeiro projecto de integração regional», disse.
As relações com os EUA não foram esquecidas, mas Kirchner foi taxativo ao afirmar: «Não esperem de nós alinhamentos automáticos, mas sim sérios e racionais. A nossa prioridade é a de uma América Latina politicamente estável, próspera, unida, com base nos ideais da democracia e da justiça social». O discurso do presidente não esqueceu as Malvinas, cuja soberania reivindicou para a Argentina.
Políticas a longo prazo
O novo presidente peronista manifestou-se ainda favorável à intervenção do Estado enquanto «reparador das desigualdades sociais», alertando para a necessidade de combater situações de risco que provoquem a marginalização dos cidadãos, como o desemprego e a desagregação das famílias.
Advertindo que «as coisas não vão mudar de um dia para o outro», e que a consolidação das mudanças exige o empenhamento activo da sociedade, Kirchner declarou que o Estado terá um papel central no desenvolvimento do país e na promoção do que classificou de «capitalismo nacional», em oposição ao neoliberalismo que na última década devastou o país.
O presidente prometeu igualmente que a luta contra a corrupção «será implacável», e anunciou pretender governar em cooperação com os partidos e não através de «acordos obscuros» entre as instituições, como sucedeu em governos anteriores, designadamente no tempo de Carlos Menem, em que as relações do governo com o Supremo Tribunal se tornaram escandalosas.
Na cerimónia de posse de Kirchner participaram dezenas de representantes de diversos governos, bem como os presidentes do Brasil, Lula da Silva, de Cuba, Fidel Castro, e da Venezuela, Hugo Chávez .
«Não se trata de não pagar, mas não vamos pagar à custa de dívidas argentinas cada vez maiores enquanto o povo não tem acesso a educação, saúde e emprego», disse Kirchner, no que foi entendido como um recado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e às suas tradicionais «receitas».
Deixando claro que «o país não pode continuar cobrindo déficits através de endividamento permanente», Kirchner equiparou a crise argentina à dos EUA, em 1929, advogou a necessidade de promover grandes obras públicas para garantir a recuperação económica, e defendeu a livre integração da Argentina no mercado internacional, designadamente no Mercosul. Referindo-se a esta organização económica como sendo um «projecto político», o presidente argentino defendeu a sua abertura a novos membros e garantiu que essa será uma das prioridades da sua agenda. «O Mercosul e a integração da América Latina devem ser parte de um verdadeiro projecto de integração regional», disse.
As relações com os EUA não foram esquecidas, mas Kirchner foi taxativo ao afirmar: «Não esperem de nós alinhamentos automáticos, mas sim sérios e racionais. A nossa prioridade é a de uma América Latina politicamente estável, próspera, unida, com base nos ideais da democracia e da justiça social». O discurso do presidente não esqueceu as Malvinas, cuja soberania reivindicou para a Argentina.
Políticas a longo prazo
O novo presidente peronista manifestou-se ainda favorável à intervenção do Estado enquanto «reparador das desigualdades sociais», alertando para a necessidade de combater situações de risco que provoquem a marginalização dos cidadãos, como o desemprego e a desagregação das famílias.
Advertindo que «as coisas não vão mudar de um dia para o outro», e que a consolidação das mudanças exige o empenhamento activo da sociedade, Kirchner declarou que o Estado terá um papel central no desenvolvimento do país e na promoção do que classificou de «capitalismo nacional», em oposição ao neoliberalismo que na última década devastou o país.
O presidente prometeu igualmente que a luta contra a corrupção «será implacável», e anunciou pretender governar em cooperação com os partidos e não através de «acordos obscuros» entre as instituições, como sucedeu em governos anteriores, designadamente no tempo de Carlos Menem, em que as relações do governo com o Supremo Tribunal se tornaram escandalosas.
Na cerimónia de posse de Kirchner participaram dezenas de representantes de diversos governos, bem como os presidentes do Brasil, Lula da Silva, de Cuba, Fidel Castro, e da Venezuela, Hugo Chávez .