India, problemas e oportunidades
A classe operária e o povo da Índia contam com um movimento comunista forte
A Índia é um grande e influente país e, tal como a China, país vizinho que consigo representa um terço da população mundial, o que nele se passa é de grande importância para toda a Humanidade. Com os seus 1200 milhões de habitantes, com o prestígio alcançado na luta de libertação nacional contra o imperialismo britânico, com a autoridade que o seu Estado secular e as suas tradicionais posições de não alinhamento activo lhe granjearam, contando com um combativo movimento popular e fortes partidos comunistas, a Índia democrática, progressista e anti-imperialista tem de merecer a nossa atenção e solidariedade.
Na Índia vive-se hoje uma situação contraditória, onde estão abertas novas oportunidades de desenvolvimento independente, mas onde espreitam também grandes perigos. Isto porque o imperialismo está extraordinariamente activo na região e conta com fortes conivências numa burguesia que há muito se afastou de ideais e valores como os que fizeram de Nehru um estadista internacionalmente respeitado e que justificaram que, entre o PCP e o Partido de Indira Gandhi, se tenham estabelecido relações de compreensão e apreço mútuo no interesse da amizade dos povos indiano e português. Depois de seis anos de governo a coligação reaccionária, comunalista e pró-imperialista liderada pelo BJP foi espectacularmente derrotada nas eleições de Maio de 2004 e a Frente de Esquerda liderada pelo Partido Comunista da Índia (Marxista) e que integra também o Partido Comunista da Índia, com a eleição de 61 deputados para o Lok Sabha, alcançou o seu melhor resultado de sempre. Para governar com estabilidade a coligação liderada pelo partido do Congresso necessita do apoio parlamentar da Frente de Esquerda, cuja posição consiste em, por um lado forçar o Congresso a respeitar o Programa Mínimo Comum acordado desenvolvendo simultaneamente a luta contra as suas políticas neoliberais, e por outro lado, em aproveitar a nova situação para reforçar a organização partidária, alterar a correlação de forças, criar as condições para uma verdadeira alternativa popular.
Estes temas ocuparam um lugar destacado nos debates do 19º Congresso do PCI em Chandigar, e do 18º Congresso do PCI(M) em Nova Deli, em que o PCP esteve representado. Os camaradas indianos estão conscientes de que as expectativas e justas aspirações das massas não estão a ser correspondidas pela política do novo Governo. Esta, embora com aspectos positivos como a defesa do Estado democrático não confecional que o BJP ameaçava, segue no essencial as mesmas orientações de classe do governo anterior, ditadas pelo FMI, o BM, a OMC. E mesmo em matéria de política externa verificam-se vacilações que põem em risco a tradicional política da Índia de soberania nacional e não alinhamento. Ao confirmar apoio parlamentar ao governo do Congresso os comunistas indianos sublinham que esse apoio nem é incondicional nem ilimitado e que combaterão firmemente o que considerarem negativo para os trabalhadores e o povo indiano. A derrota da reacção nas urnas e o avanço dos comunistas é inseparável das grandes lutas travadas contra a política econômica neoliberal, contra as privatizações, contra a limitação do direito à greve e outras, com a realização de várias greves gerais. É por este caminho que o PCI e o PCI(M) se propõem prosseguir a par do reforço da organização, nomeadamente nos Estados de língua indú e entre as camadas mais exploradas e oprimidas. E dando firme combate às sofisticadas manobras dos EUA para alimentar a tensão com o Pakistão e arrastar a Índia para uma desenfreada corrida aos armamentos que a colocaria na dependência militar directa do imperialismo norte-americano.
Regressamos da Índia com mais clara noção das grandes dificuldades que a luta transformadora e revolucionária enfrenta na actual correlação de forças. Mas também com reforçada confiança na possibilidade de avançar. A classe operária e o povo da Índia contam com um movimento comunista forte e experimentado; do seu reforço nas direcções apontadas pelos Congressos do PCI(M) e do PCI vai depender decisivamente o futuro do sub-continente indiano.
Na Índia vive-se hoje uma situação contraditória, onde estão abertas novas oportunidades de desenvolvimento independente, mas onde espreitam também grandes perigos. Isto porque o imperialismo está extraordinariamente activo na região e conta com fortes conivências numa burguesia que há muito se afastou de ideais e valores como os que fizeram de Nehru um estadista internacionalmente respeitado e que justificaram que, entre o PCP e o Partido de Indira Gandhi, se tenham estabelecido relações de compreensão e apreço mútuo no interesse da amizade dos povos indiano e português. Depois de seis anos de governo a coligação reaccionária, comunalista e pró-imperialista liderada pelo BJP foi espectacularmente derrotada nas eleições de Maio de 2004 e a Frente de Esquerda liderada pelo Partido Comunista da Índia (Marxista) e que integra também o Partido Comunista da Índia, com a eleição de 61 deputados para o Lok Sabha, alcançou o seu melhor resultado de sempre. Para governar com estabilidade a coligação liderada pelo partido do Congresso necessita do apoio parlamentar da Frente de Esquerda, cuja posição consiste em, por um lado forçar o Congresso a respeitar o Programa Mínimo Comum acordado desenvolvendo simultaneamente a luta contra as suas políticas neoliberais, e por outro lado, em aproveitar a nova situação para reforçar a organização partidária, alterar a correlação de forças, criar as condições para uma verdadeira alternativa popular.
Estes temas ocuparam um lugar destacado nos debates do 19º Congresso do PCI em Chandigar, e do 18º Congresso do PCI(M) em Nova Deli, em que o PCP esteve representado. Os camaradas indianos estão conscientes de que as expectativas e justas aspirações das massas não estão a ser correspondidas pela política do novo Governo. Esta, embora com aspectos positivos como a defesa do Estado democrático não confecional que o BJP ameaçava, segue no essencial as mesmas orientações de classe do governo anterior, ditadas pelo FMI, o BM, a OMC. E mesmo em matéria de política externa verificam-se vacilações que põem em risco a tradicional política da Índia de soberania nacional e não alinhamento. Ao confirmar apoio parlamentar ao governo do Congresso os comunistas indianos sublinham que esse apoio nem é incondicional nem ilimitado e que combaterão firmemente o que considerarem negativo para os trabalhadores e o povo indiano. A derrota da reacção nas urnas e o avanço dos comunistas é inseparável das grandes lutas travadas contra a política econômica neoliberal, contra as privatizações, contra a limitação do direito à greve e outras, com a realização de várias greves gerais. É por este caminho que o PCI e o PCI(M) se propõem prosseguir a par do reforço da organização, nomeadamente nos Estados de língua indú e entre as camadas mais exploradas e oprimidas. E dando firme combate às sofisticadas manobras dos EUA para alimentar a tensão com o Pakistão e arrastar a Índia para uma desenfreada corrida aos armamentos que a colocaria na dependência militar directa do imperialismo norte-americano.
Regressamos da Índia com mais clara noção das grandes dificuldades que a luta transformadora e revolucionária enfrenta na actual correlação de forças. Mas também com reforçada confiança na possibilidade de avançar. A classe operária e o povo da Índia contam com um movimento comunista forte e experimentado; do seu reforço nas direcções apontadas pelos Congressos do PCI(M) e do PCI vai depender decisivamente o futuro do sub-continente indiano.