O desastre do reformismo
As teses da parceria social criaram ilusões que hoje o próprio capital se encarrega de desfazer
A situação social que se vive na Alemanha, com mais de 5 milhões de desempregados e cerca de 3 milhões de pobres, atinge proporções comparáveis às dos últimos anos da República de Weimar. Hoje, uma em cada dez crianças alemãs vive na miséria. A chamada «aliança para o emprego» estabelecida entre a Federação dos Sindicatos Alemães – DGB – e o patronato foi um desastre para os trabalhadores. Só na função pública foram destruídos um milhão de postos de trabalho. Os salários reais baixaram. Os contratos colectivos de trabalho têm sido esburacados por acordos de excepção e milhentas cláusulas feitas à medida dos interesses do capital. Tudo isto se tem processado com a cumplicidade e o acordo das direcções sindicais social-democratas.
Enquanto os trabalhadores e as massas populares, no Verão e no Outono de 2004, espontaneamente desciam à rua e se manifestavam todas as segundas-feiras contra as medidas do pacote antilaboral Hartz IV, os principais dirigentes sindicais evaporaram-se ou mantiveram encontros secretos com Schröder.
Infelizmente não é só através da guerra que o imperialismo tenta alterar em seu favor a correlação de forças. Em muitos países, inclusive nos chamados desenvolvidos, mesmo pessoas que em tempos possuíram um currículo antifascista e de resistentes têm sucumbido ao canto da sereia do capitalismo monopolista. Tais reviravoltas ideológicas atingem em primeiro lugar intelectuais de raiz pequeno burguesa venais ao carreirismo e à afirmação da vaidade e do individualismo. A situação tem no entanto consequências desastrosas quando são os dirigentes das organizações sindicais – que têm por obrigação defender os direitos dos trabalhadores – a deixarem-se corromper e a assumirem-se como fiéis servidores e administradores dos interesses da oligarquia financeira. A crise que actualmente atravessa o movimento sindical na Alemanha é o resultado deste processo. Desde o início dos anos noventa, os sindicatos alemães já perderam mais de 4 milhões de membros. Só em 2004 as perdas cifraram-se em 360 000. A colagem ao SPD na aceitação da colonização da antiga RDA, da moeda única, de Maastricht, e do projecto neoliberal e militarista da «chamada constituição europeia» tem minado a confiança dos trabalhadores nos sindicatos alemães.
A desorientação no movimento sindical alemão é grande. Durante anos e anos os dirigentes sindicais social-democratas esconderam aos trabalhadores qual a real correlação de forças no interior do sistema capitalista. As teses da parceria social criaram ilusões que hoje o próprio capital se encarrega de desfazer. À ofensiva de classe conduzida pela oligarquia financeira e apoiada no Estado capitalista os sindicatos impregnados pelo reformismo não conseguem dar resposta nem dirigir a resistência dos trabalhadores. Mas o capital é insaciável. O trabalho escravo, as selecções e os crematórios de Ausschwitz e de outros campos de concentração já demonstraram claramente que se não houver resistência, o «direito» ao lucro sobrepõe-se ao direito à vida.
Ao esconder que a fase que vivemos é a do imperialismo (estado superior do capitalismo) e ao continuar a propagar a lenda de que o Estado é neutro ou está acima das classes sociais, a social-democracia tem prestado um serviço precioso à estratégia do imperialismo de travar e fazer retroceder o processo de libertação dos trabalhadores e dos povos e de dificultar que seja encontrado o caminho que acabará por pôr fim à exploração do homem pelo homem.
Enquanto os trabalhadores e as massas populares, no Verão e no Outono de 2004, espontaneamente desciam à rua e se manifestavam todas as segundas-feiras contra as medidas do pacote antilaboral Hartz IV, os principais dirigentes sindicais evaporaram-se ou mantiveram encontros secretos com Schröder.
Infelizmente não é só através da guerra que o imperialismo tenta alterar em seu favor a correlação de forças. Em muitos países, inclusive nos chamados desenvolvidos, mesmo pessoas que em tempos possuíram um currículo antifascista e de resistentes têm sucumbido ao canto da sereia do capitalismo monopolista. Tais reviravoltas ideológicas atingem em primeiro lugar intelectuais de raiz pequeno burguesa venais ao carreirismo e à afirmação da vaidade e do individualismo. A situação tem no entanto consequências desastrosas quando são os dirigentes das organizações sindicais – que têm por obrigação defender os direitos dos trabalhadores – a deixarem-se corromper e a assumirem-se como fiéis servidores e administradores dos interesses da oligarquia financeira. A crise que actualmente atravessa o movimento sindical na Alemanha é o resultado deste processo. Desde o início dos anos noventa, os sindicatos alemães já perderam mais de 4 milhões de membros. Só em 2004 as perdas cifraram-se em 360 000. A colagem ao SPD na aceitação da colonização da antiga RDA, da moeda única, de Maastricht, e do projecto neoliberal e militarista da «chamada constituição europeia» tem minado a confiança dos trabalhadores nos sindicatos alemães.
A desorientação no movimento sindical alemão é grande. Durante anos e anos os dirigentes sindicais social-democratas esconderam aos trabalhadores qual a real correlação de forças no interior do sistema capitalista. As teses da parceria social criaram ilusões que hoje o próprio capital se encarrega de desfazer. À ofensiva de classe conduzida pela oligarquia financeira e apoiada no Estado capitalista os sindicatos impregnados pelo reformismo não conseguem dar resposta nem dirigir a resistência dos trabalhadores. Mas o capital é insaciável. O trabalho escravo, as selecções e os crematórios de Ausschwitz e de outros campos de concentração já demonstraram claramente que se não houver resistência, o «direito» ao lucro sobrepõe-se ao direito à vida.
Ao esconder que a fase que vivemos é a do imperialismo (estado superior do capitalismo) e ao continuar a propagar a lenda de que o Estado é neutro ou está acima das classes sociais, a social-democracia tem prestado um serviço precioso à estratégia do imperialismo de travar e fazer retroceder o processo de libertação dos trabalhadores e dos povos e de dificultar que seja encontrado o caminho que acabará por pôr fim à exploração do homem pelo homem.