Mais gente, mais força
Bem gostaria de comentar um fait-divers de gosto irónico, em lugar de sentir fortemente que, neste momento forte da vida do País, toda a palavra deve contar para dar mais força ao voto na CDU. Não posso, no entanto, deixar de referir-me aos primeiros dias desta última semana de campanha, apenas para não deixar passar em claro dois aspectos que se afiguram graves.
O primeiro, como toda a gente deve ter notado, foi o aproveitamento partidário - mais do que político - do falecimento de uma mulher que, para muitos portugueses, assume auras de santidade, e assim desrespeitar, nesse oportunismo frenético, as crenças e sentimentos de tantos eleitores. Paulo Portas, afagando a gravata preta e impondo um minuto de silêncio a um restaurante onde os comensais já tinham aguardado duas horas para a refeição CDS/PP, foi mais um acto vergonhoso deste político de extrema-direita que juntou a religião às suas armas de guerra. Apenas superado pelo inefável Santana que também «interrompeu» a campanha e, mais uma vez servindo-se do cargo governamental, decretou luto nacional. O cúmulo foi entretanto assinalado com o gesto hipócrita de Zita Seabra, que teve o descaramento de aparecer em Coimbra de raminho de flores na mão, em condolência atrasada.
O segundo foi o também atrasado ataque que tanto o PS como o BE desfecharam sobre o PCP. Não deixa de ser assinalável que, apostando ambos no silenciamento a que os comunistas e os seus aliados na CDU têm estado votados, venham agora, à beira das urnas, mostrar-se frenéticos no anticomunismo. António Costa desferindo o primeiro golpe e acusando o PCP de ter «perdido» a oportunidade de, com o XVII Congresso, mudar de postura e de projecto e de, em vez disso, diz ele, ter recusado a «tímida abertura» que viria fazendo. Quanto ao Bloco foi desta vez acerado no anticomunismo, acusando-nos de ser um partido «frio e de exclusão». Por seu lado, eles seriam o cesto largo onde cabem todos. Claro que são. Lá têm tido lugar não só os restos de partidelhos que não vingaram e que, trocando o esquerdismo verbalista pelas cores da moda, fundaram uma espécie de saco onde caem todos os desconvencidos das lutas e os arrependidos da verticalidade. E já se diz por aí que esse é já um saco de gatos.
Estes dois aspectos acabam por sublinhar factos indesmentíveis. A direita dividiu-se aos olhos do eleitorado. O PS não conseguiu mostrar ser alternativa que preste. Nem o BE, um tanto desamparado, mostra que tem projecto por dentro do embrulho de modernices. A CDU conseguiu rasgar a cortina de silêncio, com a sua campanha feita de firmeza, de convicção, de clareza perante o eleitorado. Trouxe mais gente e mais e mais força ao seu projecto que é um projecto de mudança a sério. Agora vamos a votos.
O primeiro, como toda a gente deve ter notado, foi o aproveitamento partidário - mais do que político - do falecimento de uma mulher que, para muitos portugueses, assume auras de santidade, e assim desrespeitar, nesse oportunismo frenético, as crenças e sentimentos de tantos eleitores. Paulo Portas, afagando a gravata preta e impondo um minuto de silêncio a um restaurante onde os comensais já tinham aguardado duas horas para a refeição CDS/PP, foi mais um acto vergonhoso deste político de extrema-direita que juntou a religião às suas armas de guerra. Apenas superado pelo inefável Santana que também «interrompeu» a campanha e, mais uma vez servindo-se do cargo governamental, decretou luto nacional. O cúmulo foi entretanto assinalado com o gesto hipócrita de Zita Seabra, que teve o descaramento de aparecer em Coimbra de raminho de flores na mão, em condolência atrasada.
O segundo foi o também atrasado ataque que tanto o PS como o BE desfecharam sobre o PCP. Não deixa de ser assinalável que, apostando ambos no silenciamento a que os comunistas e os seus aliados na CDU têm estado votados, venham agora, à beira das urnas, mostrar-se frenéticos no anticomunismo. António Costa desferindo o primeiro golpe e acusando o PCP de ter «perdido» a oportunidade de, com o XVII Congresso, mudar de postura e de projecto e de, em vez disso, diz ele, ter recusado a «tímida abertura» que viria fazendo. Quanto ao Bloco foi desta vez acerado no anticomunismo, acusando-nos de ser um partido «frio e de exclusão». Por seu lado, eles seriam o cesto largo onde cabem todos. Claro que são. Lá têm tido lugar não só os restos de partidelhos que não vingaram e que, trocando o esquerdismo verbalista pelas cores da moda, fundaram uma espécie de saco onde caem todos os desconvencidos das lutas e os arrependidos da verticalidade. E já se diz por aí que esse é já um saco de gatos.
Estes dois aspectos acabam por sublinhar factos indesmentíveis. A direita dividiu-se aos olhos do eleitorado. O PS não conseguiu mostrar ser alternativa que preste. Nem o BE, um tanto desamparado, mostra que tem projecto por dentro do embrulho de modernices. A CDU conseguiu rasgar a cortina de silêncio, com a sua campanha feita de firmeza, de convicção, de clareza perante o eleitorado. Trouxe mais gente e mais e mais força ao seu projecto que é um projecto de mudança a sério. Agora vamos a votos.