«Ponto por ponto»
Ao longo de toda a pré-campanha e campanha, Vital Moreira tem sido uma das personalidades da área do PS que, argumentando de forma interesseira em favor de uma maioria absoluta para esse partido, mais se esforçou por demonstrar a extensão e profundidade de divergências programáticas que impediriam entendimentos do PS com partidos à sua esquerda.
Como sublinhámos várias vezes, esta argumentação do constitucionalista de Coimbra incorporou sempre, para além de outros, dois truques principais: o primeiro é que, propositadamente, sempre passava ao lado de um juízo ou debate sobre a bondade ou maldade das políticas substantivas em que desenham as tais divergências; e o segundo é que, propositadamente, nunca dava o passo de reconhecer que a distância programática do PS em relação a partidos à sua esquerda correspondia, nessas matérias, a uma notória proximidade do PS em relação ao PSD e ao conjunto da direita.
Como é costume, quando anotámos estes dois truques, não terão faltado os que terão reagido exclamando que lá estão os comunistas a transformar o PS no seu «inimigo principal» ou, como falsificou há dias Francisco Louçã com insuperável desfaçatez, a considerar «o PS igual ao PSD».
Acontece porém que, em crónica no último «Expresso», o jornalista e subdirector Henrique Monteiro, que é tão insuspeito de qualquer animosidade com o PS como insuspeito de qualquer simpatia pelo PCP, veio tranquila e honestamente dizer tudo aquilo que Vital Moreira nunca quis dizer.
De facto, depois de opinar que «hoje, uma coligação formal [é só a formal] entre o PS e o PSD seria profundamente errada e limitadora», H. Monteiro salienta que «a ideia de que o partido mais próximo do PS é o PSD continua a não ser errada» porque «ponto por ponto, retórica à parte, em áreas fundamentais – defesa, política externa, Europa, segurança, finanças, economia e até certas políticas sociais – verificamos que eles não andam assim tão longe».
E, concluindo, Henrique Monteiro lá sentenciava que, ambição da maioria absoluta à parte, seria um «erro» o PS «esquecer que é com o PSD que terá de fazer a maior parte das reformas».
Aqui chegados, nenhuma confusão: opiniões insuspeitas como esta devem servir não como uma credível e segura antecipação do que se vai passar depois de dia 20 mas como um aviso solene sobre um sério perigo que importa conjurar, afastar e vencer e que só pode ser conjurado, afastado e vencido com uma reforçada votação na CDU, no próximo domingo.
Como sublinhámos várias vezes, esta argumentação do constitucionalista de Coimbra incorporou sempre, para além de outros, dois truques principais: o primeiro é que, propositadamente, sempre passava ao lado de um juízo ou debate sobre a bondade ou maldade das políticas substantivas em que desenham as tais divergências; e o segundo é que, propositadamente, nunca dava o passo de reconhecer que a distância programática do PS em relação a partidos à sua esquerda correspondia, nessas matérias, a uma notória proximidade do PS em relação ao PSD e ao conjunto da direita.
Como é costume, quando anotámos estes dois truques, não terão faltado os que terão reagido exclamando que lá estão os comunistas a transformar o PS no seu «inimigo principal» ou, como falsificou há dias Francisco Louçã com insuperável desfaçatez, a considerar «o PS igual ao PSD».
Acontece porém que, em crónica no último «Expresso», o jornalista e subdirector Henrique Monteiro, que é tão insuspeito de qualquer animosidade com o PS como insuspeito de qualquer simpatia pelo PCP, veio tranquila e honestamente dizer tudo aquilo que Vital Moreira nunca quis dizer.
De facto, depois de opinar que «hoje, uma coligação formal [é só a formal] entre o PS e o PSD seria profundamente errada e limitadora», H. Monteiro salienta que «a ideia de que o partido mais próximo do PS é o PSD continua a não ser errada» porque «ponto por ponto, retórica à parte, em áreas fundamentais – defesa, política externa, Europa, segurança, finanças, economia e até certas políticas sociais – verificamos que eles não andam assim tão longe».
E, concluindo, Henrique Monteiro lá sentenciava que, ambição da maioria absoluta à parte, seria um «erro» o PS «esquecer que é com o PSD que terá de fazer a maior parte das reformas».
Aqui chegados, nenhuma confusão: opiniões insuspeitas como esta devem servir não como uma credível e segura antecipação do que se vai passar depois de dia 20 mas como um aviso solene sobre um sério perigo que importa conjurar, afastar e vencer e que só pode ser conjurado, afastado e vencido com uma reforçada votação na CDU, no próximo domingo.