Como lobo com pele de cordeiro
Não em jeito de balanço – pois temos ainda quatro importantes e exigentes dias de mobilização para o voto na CDU até 20 de Fevereiro –, é importante sublinhar que a campanha eleitoral do PS, PSD e CDS-PP oscilou entre dois andamentos.
Por um lado, teve momentos de acusações de responsabilidade mútua quanto à situação social, económica e política do País – aliás plenamente justificadas e esclarecedoras, e por isso incómodas para PS, PSD e CDS-PP – zangam-se as comadres...
Por outro lado, teve momentos de tentativa de branqueamento das suas responsabilidades, escamoteando as causas profundas da grave realidade nacional com que nos confrontamos, ou seja, a política de direita. Assim como de omissão e de mistificação das suas reais intenções e propostas programáticas, relativamente a questões fundamentais para os trabalhadores, as populações e o País – como lobo com pele de cordeiro...
Ao procurar ilibar as políticas que antes realizaram e ao não apresentar de forma honesta os seus reais propósitos, PS, PSD e CDS-PP, procuram, de facto, criar condições para a continuidade da política de direita, e se possível com uma «maioria absoluta».
O exemplo da idade da reforma
O objectivo de aumentar a idade da reforma foi explicitamente definido no quadro da chamada «Estratégia de Lisboa» da União Europeia, durante a Cimeira de Barcelona, que se realizou a 15 e 16 de Março de 2002, estava o PS no governo e era Primeiro-ministro Guterres. Decisão que uniu – sublinhe-se – governos assumidamente de direita (congéneres do PSD e do CDS-PP) e social-democratas (congéneres do PS). Aliás, Chirac, de direita, em França, e Schroeder, social-democrata, na Alemanha, assumem com igual prioridade e zelo e protagonizam o ataque a esta conquista dos trabalhadores nos seus respectivos países. Em França até ao momento a tentativa foi derrotada através da luta.
PS, PSD e CDS-PP partilham este objectivo. Uns assumindo-o abertamente, para dias depois tentar dar o dito por não dito. Outros, com pezinhos de lã, procurando embrulhar esta medida vergonhosa com toda uma argumentação inaceitável, de que é exemplo o nivelamento dos direitos dos trabalhadores pelos que menos os têm garantidos.
A União Europeia
Mais uma vez, PS, PSD e CDS-PP fugiram – como o diabo foge da cruz – ao debate sobre a União Europeia. A razão porque o fazem é simples – basta ler os seus programas eleitorais e caracterizar quase 20 anos da sua prática política quanto às questões europeias – nada de fundamental os distingue entre si, da mesma forma que o que é fundamental os distingue da CDU.
Como o seu apoio à dita «constituição europeia», com a qual pretendem amarrar o País a uma União Europeia onde são as grandes potências que ditam a sua vontade, que serve os interesses dos grandes grupos financeiros e que ambiciona partilhar a política de ingerência e de militarismo dos EUA agredindo a soberania de povos e países.
Ou a sua adoração pela «Estratégia de Lisboa», que entre outros graves aspectos, aponta como objectivos a flexibilização do mercado laboral e a redução de direitos dos trabalhadores, como o aumento do horário de trabalho; a liberalização dos serviços públicos, de que é exemplo a progressiva privatização da saúde; ou a descapitalização dos sistemas públicos de segurança social e de pensões, colocando-o ao serviço dos interesses especulativos dos grandes grupos financeiros.
Isto, para já não falar do famigerado Pacto de Estabilidade!
A coerência e a verdade
Ao contrário do PS, PSD e CDS-PP, o programa que o PCP apresenta relativamente à União Europeia não deixa de caracterizar as consequências de quase vinte anos de participação de Portugal na CEE/UE e de apontar as principais ameaças que se colocam actualmente no quadro europeu que poderão determinar dificuldades acrescidas para os trabalhadores e o País, ao mesmo tempo que é o programa que define de forma mais clara e exaustiva um conjunto de propostas para a defesa dos interesses nacionais.
É o único programa que afirma a defesa da soberania nacional como questão essencial e estratégica para a concretização de um projecto que assegure efectivamente o desenvolvimento económico nacional, a melhoria das condições de vida dos portugueses, a democracia, a participação do País numa Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais, e uma política de amizade com todos os povos do mundo.
Um programa e uma prática que fazem a diferença!
Uma campanha ímpar!
A CDU realizou uma campanha ímpar! Que, partindo da profunda análise e conhecimento da realidade, mais seriamente avançou com propostas para a resolução dos problemas do País. Uma campanha eleitoral coerente com a sua prática política. Que mobilizou de forma generosa, confiante e empenhada milhares de mulheres e homens, idosos e jovens para centenas de acções de campanha, com ou sem a presença dos órgãos de comunicação social. Uma campanha que certamente contribuirá para alicerçar os muitos outros e importantes combates que temos pela frente!
Por um lado, teve momentos de acusações de responsabilidade mútua quanto à situação social, económica e política do País – aliás plenamente justificadas e esclarecedoras, e por isso incómodas para PS, PSD e CDS-PP – zangam-se as comadres...
Por outro lado, teve momentos de tentativa de branqueamento das suas responsabilidades, escamoteando as causas profundas da grave realidade nacional com que nos confrontamos, ou seja, a política de direita. Assim como de omissão e de mistificação das suas reais intenções e propostas programáticas, relativamente a questões fundamentais para os trabalhadores, as populações e o País – como lobo com pele de cordeiro...
Ao procurar ilibar as políticas que antes realizaram e ao não apresentar de forma honesta os seus reais propósitos, PS, PSD e CDS-PP, procuram, de facto, criar condições para a continuidade da política de direita, e se possível com uma «maioria absoluta».
O exemplo da idade da reforma
O objectivo de aumentar a idade da reforma foi explicitamente definido no quadro da chamada «Estratégia de Lisboa» da União Europeia, durante a Cimeira de Barcelona, que se realizou a 15 e 16 de Março de 2002, estava o PS no governo e era Primeiro-ministro Guterres. Decisão que uniu – sublinhe-se – governos assumidamente de direita (congéneres do PSD e do CDS-PP) e social-democratas (congéneres do PS). Aliás, Chirac, de direita, em França, e Schroeder, social-democrata, na Alemanha, assumem com igual prioridade e zelo e protagonizam o ataque a esta conquista dos trabalhadores nos seus respectivos países. Em França até ao momento a tentativa foi derrotada através da luta.
PS, PSD e CDS-PP partilham este objectivo. Uns assumindo-o abertamente, para dias depois tentar dar o dito por não dito. Outros, com pezinhos de lã, procurando embrulhar esta medida vergonhosa com toda uma argumentação inaceitável, de que é exemplo o nivelamento dos direitos dos trabalhadores pelos que menos os têm garantidos.
A União Europeia
Mais uma vez, PS, PSD e CDS-PP fugiram – como o diabo foge da cruz – ao debate sobre a União Europeia. A razão porque o fazem é simples – basta ler os seus programas eleitorais e caracterizar quase 20 anos da sua prática política quanto às questões europeias – nada de fundamental os distingue entre si, da mesma forma que o que é fundamental os distingue da CDU.
Como o seu apoio à dita «constituição europeia», com a qual pretendem amarrar o País a uma União Europeia onde são as grandes potências que ditam a sua vontade, que serve os interesses dos grandes grupos financeiros e que ambiciona partilhar a política de ingerência e de militarismo dos EUA agredindo a soberania de povos e países.
Ou a sua adoração pela «Estratégia de Lisboa», que entre outros graves aspectos, aponta como objectivos a flexibilização do mercado laboral e a redução de direitos dos trabalhadores, como o aumento do horário de trabalho; a liberalização dos serviços públicos, de que é exemplo a progressiva privatização da saúde; ou a descapitalização dos sistemas públicos de segurança social e de pensões, colocando-o ao serviço dos interesses especulativos dos grandes grupos financeiros.
Isto, para já não falar do famigerado Pacto de Estabilidade!
A coerência e a verdade
Ao contrário do PS, PSD e CDS-PP, o programa que o PCP apresenta relativamente à União Europeia não deixa de caracterizar as consequências de quase vinte anos de participação de Portugal na CEE/UE e de apontar as principais ameaças que se colocam actualmente no quadro europeu que poderão determinar dificuldades acrescidas para os trabalhadores e o País, ao mesmo tempo que é o programa que define de forma mais clara e exaustiva um conjunto de propostas para a defesa dos interesses nacionais.
É o único programa que afirma a defesa da soberania nacional como questão essencial e estratégica para a concretização de um projecto que assegure efectivamente o desenvolvimento económico nacional, a melhoria das condições de vida dos portugueses, a democracia, a participação do País numa Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais, e uma política de amizade com todos os povos do mundo.
Um programa e uma prática que fazem a diferença!
Uma campanha ímpar!
A CDU realizou uma campanha ímpar! Que, partindo da profunda análise e conhecimento da realidade, mais seriamente avançou com propostas para a resolução dos problemas do País. Uma campanha eleitoral coerente com a sua prática política. Que mobilizou de forma generosa, confiante e empenhada milhares de mulheres e homens, idosos e jovens para centenas de acções de campanha, com ou sem a presença dos órgãos de comunicação social. Uma campanha que certamente contribuirá para alicerçar os muitos outros e importantes combates que temos pela frente!