Eles andam por aí
A União Europeia não se cansa de nos surpreender em matéria de exibição do conceito de democracia que a enforma. Democracia pluralista, como não poderia deixar de ser, e onde cabem todos – mas todos, mesmo! – os que aplaudirem ou acatarem o projecto em construção e as respectivas políticas de direita que o sustentam, e onde são olhados de lado – por enquanto, apenas olhados de lado... – os que não desistem de se bater por uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração (perdoe-se-me o recurso à fórmula arcaica, ortodoxa, mas, olhando para o mundo em que vivemos, aí incluída a Europa, não encontro nada de mais moderno, de mais actual, de mais progressista, de mais revolucionário do que o objectivo de transformar esta sociedade velha de séculos por uma sociedade nova de facto).
Da Europa chegou, há dias, a notícia de que «a foice e o martelo vão poder continuar a ser ostentados livremente pelos comunistas da União Europeia». Isto porque, ao que parece, «o comissário europeu responsável pelo pelouro da Justiça e Assuntos Internos, excluiu a possibilidade de apresentar uma proposta legislativa para banir o mais conhecido símbolo soviético». «Pelo menos por enquanto» - acrescenta a notícia, com uma boa vontade democrática logo destroçada com a informação de que o dito comissário «remete a possibilidade de uma eventual proibição da foice e do martelo para uma fase posterior a um debate político alargado».
A notícia merece ser sublinhada pelo que significa enquanto amostra do pensamento intolerante, totalitário que habita as cabeças dos construtores desta União Europeia – cabeças que têm como tarefa cumprir à risca os desígnios do grande capital, dono e senhor da democracia vigente. Acresce que a dita notícia surge na sequência de muitos pequenos factos (por exemplo: as leis dos partidos e do seu financiamento, aprovadas por PS, PSD e CDS), todos convergindo para o anticomunismo – que é, como a história mostra, o principal inimigo da democracia. Necessário é, por isso, que estejamos atentos ao pensamento dos comissários europeus. Aos quais envio um recado: tirem daí o sentido, excelências – e confio um segredo: vossas excelências não sabem, mas a foice e o martelo é o símbolo do futuro.
A propósito: é também isto – ou seja, é também a democracia, o regime democrático – que está em jogo nas eleições de 20 de Fevereiro.
Cuidado. Os comissários andam por aí.
Da Europa chegou, há dias, a notícia de que «a foice e o martelo vão poder continuar a ser ostentados livremente pelos comunistas da União Europeia». Isto porque, ao que parece, «o comissário europeu responsável pelo pelouro da Justiça e Assuntos Internos, excluiu a possibilidade de apresentar uma proposta legislativa para banir o mais conhecido símbolo soviético». «Pelo menos por enquanto» - acrescenta a notícia, com uma boa vontade democrática logo destroçada com a informação de que o dito comissário «remete a possibilidade de uma eventual proibição da foice e do martelo para uma fase posterior a um debate político alargado».
A notícia merece ser sublinhada pelo que significa enquanto amostra do pensamento intolerante, totalitário que habita as cabeças dos construtores desta União Europeia – cabeças que têm como tarefa cumprir à risca os desígnios do grande capital, dono e senhor da democracia vigente. Acresce que a dita notícia surge na sequência de muitos pequenos factos (por exemplo: as leis dos partidos e do seu financiamento, aprovadas por PS, PSD e CDS), todos convergindo para o anticomunismo – que é, como a história mostra, o principal inimigo da democracia. Necessário é, por isso, que estejamos atentos ao pensamento dos comissários europeus. Aos quais envio um recado: tirem daí o sentido, excelências – e confio um segredo: vossas excelências não sabem, mas a foice e o martelo é o símbolo do futuro.
A propósito: é também isto – ou seja, é também a democracia, o regime democrático – que está em jogo nas eleições de 20 de Fevereiro.
Cuidado. Os comissários andam por aí.