Haja quem nos governe
Quando se diz que Portugal é um país de brandos costumes, esconde-se que essa falsa pacatez dá máscara amável a muitas expressões de violência.
Neste Fevereiro de 2005 temos violência à solta, mascarada de hipocrisia. Porque são violentas certas ideias que andam por aí à solta, de efeitos tão maléficos que era bom atá-las a uma âncora pesada sem que fosse possível soltarem-se-lhe as amarras.
Então não é violento que grupos políticos se perfilem em pose de Estado tentando impor a ideia de que o Estado são eles? Então não é violência o apossamento dos direitos de quem trabalha, retirando garantias conquistadas em grandes batalhas de classe que no século XX abriram novos horizontes à sociedade humana? E não será violento o esmagamento de direitos constitucionalmente garantidos como o trabalho, a saúde, a educação, a cultura?
Vamos disputar votos.
Não sendo o voto a única, é também uma importante vertente da luta. E vai ser a sério. Porque os resultados recaem sobre todos nós.
Há promessas falsas de mudança mascaradas de «modernidade». E, ao mesmo tempo, cultiva-se um caldo de fatalismo que pretende espalhar a resignação «porque nada pode mudar». Desvaloriza-se a luta por uma alternativa proclamando-se que «todos são iguais». E os mesmos que têm desfigurado e desacreditado a democracia reclamam já mudança de regime.
Há quem peça nestas eleições maioria absoluta. Para que tudo fique na mesma. Mas é urgente mudar a sério, para nos precavermos para os tempos difíceis que nos querem preparar.
Com toda a indumentária mediática lançada a horas precisas para que nos entre em casa à mesa do jantar,
Sócrates e Santana, como numa embalagem de «2 em 1», apresentam em exibição tonitruante objectivos (ou metas) que se sobrepõem como anúncios de filmes em reprise.
Andam no ar apelos ao «voto útil». Mas é necessário saber ver o significado de um voto útil. E por quê e para quem é útil.
Os comunistas, com o voto da CDU, têm propostas úteis, elas sim, para um virar de calha. E são capazes de fazer novos descobrimentos no caminho do povo português.
Esta é uma campanha em que temos de escolher futuro. No momento a que chegamos como povo, temos de decidir destino. E o destino não é fatalmente aquele para que nos querem empurrar.
Haja quem nos governe: mas não os que querem privatizar o Estado, para o porem ao serviço de interesses privados.
Haja quem nos governe: mas com sentido de Estado, com sentido de prestar serviço público, para servir o público, que somos todos nós, povo português.
Entregaremos o Poder a quem o corrompe?
Ou persistimos na esperança de democracia avançada que Abril lançou?
Neste Fevereiro de 2005 temos violência à solta, mascarada de hipocrisia. Porque são violentas certas ideias que andam por aí à solta, de efeitos tão maléficos que era bom atá-las a uma âncora pesada sem que fosse possível soltarem-se-lhe as amarras.
Então não é violento que grupos políticos se perfilem em pose de Estado tentando impor a ideia de que o Estado são eles? Então não é violência o apossamento dos direitos de quem trabalha, retirando garantias conquistadas em grandes batalhas de classe que no século XX abriram novos horizontes à sociedade humana? E não será violento o esmagamento de direitos constitucionalmente garantidos como o trabalho, a saúde, a educação, a cultura?
Vamos disputar votos.
Não sendo o voto a única, é também uma importante vertente da luta. E vai ser a sério. Porque os resultados recaem sobre todos nós.
Há promessas falsas de mudança mascaradas de «modernidade». E, ao mesmo tempo, cultiva-se um caldo de fatalismo que pretende espalhar a resignação «porque nada pode mudar». Desvaloriza-se a luta por uma alternativa proclamando-se que «todos são iguais». E os mesmos que têm desfigurado e desacreditado a democracia reclamam já mudança de regime.
Há quem peça nestas eleições maioria absoluta. Para que tudo fique na mesma. Mas é urgente mudar a sério, para nos precavermos para os tempos difíceis que nos querem preparar.
Com toda a indumentária mediática lançada a horas precisas para que nos entre em casa à mesa do jantar,
Sócrates e Santana, como numa embalagem de «2 em 1», apresentam em exibição tonitruante objectivos (ou metas) que se sobrepõem como anúncios de filmes em reprise.
Andam no ar apelos ao «voto útil». Mas é necessário saber ver o significado de um voto útil. E por quê e para quem é útil.
Os comunistas, com o voto da CDU, têm propostas úteis, elas sim, para um virar de calha. E são capazes de fazer novos descobrimentos no caminho do povo português.
Esta é uma campanha em que temos de escolher futuro. No momento a que chegamos como povo, temos de decidir destino. E o destino não é fatalmente aquele para que nos querem empurrar.
Haja quem nos governe: mas não os que querem privatizar o Estado, para o porem ao serviço de interesses privados.
Haja quem nos governe: mas com sentido de Estado, com sentido de prestar serviço público, para servir o público, que somos todos nós, povo português.
Entregaremos o Poder a quem o corrompe?
Ou persistimos na esperança de democracia avançada que Abril lançou?