Cantata de Ano Novo
Há um calendário que obrigatoriamente badala sobre nós no virar do ano. E o novo ano tem datas compulsivas que convocam o nosso empenho e desafiam a nossa confiança.
Mas não são comentaristas bem alinhados (e até circunspectas personalidades oficiais) multiplicando conselhos carregados de sapiência institucional e procurando com vagos raciocínios debitar-nos o ir à fava, que nos podem fazer esperar um ano melhor.
Olhe que não, senhor à espreita da oportunidade de comentários: o pessimismo ou o optimismo não se adquirem a partir de um umbigo carente, mas de um olhar exigente. E esse tem que ser muito simplesmente realista.
O que se regista é a insistência e até reforço das medidas e opções que nos lançaram na crise. Mais ainda: avançam-se propostas para pactos de regime que, sem a devida clarificação, só podem dar a essas desastrosas políticas a honrosa cobertura de medidas patrióticas, de salvação nacional. De facto, o que tem sido a política seguida nos últimos anos no sistema de rotativismo PSD-PS senão a sistemática aplicação de políticas com um fundamento comum? Com diferenças de estilo, de ritmos, de bases eleitorais (que devem ser tidas em conta) esse rotativismo duma política tem os mesmos fundamentos essenciais. Cobrindo agora essas políticas com a benção de um sagrado pacto matrimonial não só nada resolveria, antes agravaria a situação, acentuando as opções que nos lançaram na crise económica, financeira, social e institucional agora declaradamente reconhecida.
Uma comprovada sabedoria popular ensinou que não é isso que nos pode fazer esperar um ano melhor. Para dar a volta à situação são necessárias novas forças, outras linhas de acção, outras orientações. O que implica uma participação activa do PCP, como um dos factores realmente capazes de imprimir um novo rumo à vida nacional.
O ano novo é peremptório? Inevitavelmente pior?
O que ele vier a ser depende também muito de nós, comunistas. Da presença, acção, dinamização, mobilização, que conseguirmos imprimir à nossa intervenção. Temos demonstrado em muitas ocasiões, quando está em causa o interesse nacional, que somos capazes de dar essa contribuição decisiva. Teremos de o fazer mais uma vez.
Sou cliente habitual de uma crença antiga: a das capacidades e possibilidades, a que ainda estamos longe de conhecer precisas limitações: acredito profundamente que o homem é capaz de alterar o futuro em página aberta, sem exploradores para explorar explorados. E que esse avanço se faz com a luta de cada dia. Faz mossa? Pode fazer a alguns. Mas para muitos é uma badalada forte que toca e cheira a um futuro onde querem caber com direito à felicidade.
Mas não são comentaristas bem alinhados (e até circunspectas personalidades oficiais) multiplicando conselhos carregados de sapiência institucional e procurando com vagos raciocínios debitar-nos o ir à fava, que nos podem fazer esperar um ano melhor.
Olhe que não, senhor à espreita da oportunidade de comentários: o pessimismo ou o optimismo não se adquirem a partir de um umbigo carente, mas de um olhar exigente. E esse tem que ser muito simplesmente realista.
O que se regista é a insistência e até reforço das medidas e opções que nos lançaram na crise. Mais ainda: avançam-se propostas para pactos de regime que, sem a devida clarificação, só podem dar a essas desastrosas políticas a honrosa cobertura de medidas patrióticas, de salvação nacional. De facto, o que tem sido a política seguida nos últimos anos no sistema de rotativismo PSD-PS senão a sistemática aplicação de políticas com um fundamento comum? Com diferenças de estilo, de ritmos, de bases eleitorais (que devem ser tidas em conta) esse rotativismo duma política tem os mesmos fundamentos essenciais. Cobrindo agora essas políticas com a benção de um sagrado pacto matrimonial não só nada resolveria, antes agravaria a situação, acentuando as opções que nos lançaram na crise económica, financeira, social e institucional agora declaradamente reconhecida.
Uma comprovada sabedoria popular ensinou que não é isso que nos pode fazer esperar um ano melhor. Para dar a volta à situação são necessárias novas forças, outras linhas de acção, outras orientações. O que implica uma participação activa do PCP, como um dos factores realmente capazes de imprimir um novo rumo à vida nacional.
O ano novo é peremptório? Inevitavelmente pior?
O que ele vier a ser depende também muito de nós, comunistas. Da presença, acção, dinamização, mobilização, que conseguirmos imprimir à nossa intervenção. Temos demonstrado em muitas ocasiões, quando está em causa o interesse nacional, que somos capazes de dar essa contribuição decisiva. Teremos de o fazer mais uma vez.
Sou cliente habitual de uma crença antiga: a das capacidades e possibilidades, a que ainda estamos longe de conhecer precisas limitações: acredito profundamente que o homem é capaz de alterar o futuro em página aberta, sem exploradores para explorar explorados. E que esse avanço se faz com a luta de cada dia. Faz mossa? Pode fazer a alguns. Mas para muitos é uma badalada forte que toca e cheira a um futuro onde querem caber com direito à felicidade.