Há outro caminho!
Na apresentação da campanha «Mil localidades: participação e desenvolvimento», que decorreu no passado dia 15 em Lisboa, Carlos Carvalhas responsabilizou a política de direita pelas desigualdades regionais e pela recessão que o País atravessa. Mudar de rumo é a solução.
Potenciar a luta das populações é um dos objectivos da campanha
Alertar para as situações de carência existentes em muitas zonas do País é um dos objectivos da campanha «Mil localidades: participação e desenvolvimento», que o PCP lançou no passado dia 15, simbolicamente na Casa do Ribatejo em Lisboa. Com esta campanha, que se integra na acção mais geral «Em movimento, por um Portugal com futuro», o PCP realiza iniciativas em todo o País, com o fim de aprofundar o conhecimento das realidades económicas e sociais das regiões, assim como as causas da situação social e perspectivas da sua evolução.
Mas os comunistas não se ficam pela análise e querem contribuir para a mudança. Quem o afirmou foi o secretário-geral comunista, Carlos Carvalhas, que participou no lançamento da campanha. Na sua intervenção, assegurou serem igualmente objectivos da campanha a definição de linhas fundamentais de um projecto de desenvolvimento alternativo do País, que represente uma efectiva ruptura com o rumo seguido, imposto pela política de direita. Para além disto, a alteração das políticas de desenvolvimento económico e regional europeias no sentido de uma verdadeira coesão económica e social afigura-se também com uma necessidade.
Com esta campanha, o PCP espera ainda estabelecer linhas de luta e reivindicação política com a participação e mobilização das populações e suas associações e colectividades, perante os órgãos de poder. A dinamização e mobilização política das organizações do Partido, em particular as organizações de base, em torno dos problemas identificados, é outro dos objectivos anunciados por Carlos Carvalhas.
Situação agrava-se
Lembrando que a iniciativa decorre num quadro de agravamento das desigualdades regionais, Carlos Carvalhas não deixou de se referir aos persistentes desequilíbrios inter-regionais existentes desde há muito, agravados num contexto de integração europeia e «na ausência de fortes e duradouras políticas de desenvolvimento regional». O secretário-geral comunista acusou ainda a política neoliberal seguida de ter provocado o abandono económico e demográfico de vastas áreas rurais do interior, agravado pelos efeitos da política agrícola comum, e a degradação dos serviços públicos, nomeadamente da saúde e ensino, «agravada pelos baixos níveis de investimento público e políticas de privatização».
Carlos Carvalhas recorda que a evolução da economia portuguesa nos últimos anos acrescentou novos aspectos ao quadro de disparidades inter-regionais. Com intensificação do processo de integração económica europeia, no sentido da liberdade plena de circulação de mercadoria e capitais, a produção nacional sofre com a concorrência de produtos provenientes das economias mais desenvolvidas, perdendo cotas de mercado e vendo fragilizados importantes sectores das economias regionais. Por outro lado, considera o secretário-geral do PCP, os fluxos de investimento directo estrangeiro e o baixo custo da mão-de-obra fizeram aumentar significativamente o grau de fragilidade das economias locais e regionais, «crescentemente dependentes de circuitos produtivos e de distribuição comandados de fora do País». A fuga de empresas é a mais expressiva manifestação desta situação, considera.
Com as políticas – em curso ou enunciadas – do Governo PSD/PP, que acentuarão as desigualdades regionais, esta iniciativa ganha ainda mais actualidade política, afirmou Carlos Carvalhas. Segundo o secretário-geral do PCP, ninguém poderá ter dúvidas que são e serão as regiões mais pobres a pagar a factura mais pesada dessa política. Se na distribuição das verbas do Orçamento de Estado, os distritos do interior são fortemente discriminados mesmo «em tempo de vacas gordas», lembra, «é fácil adivinhar o que vai acontecer quando o Governo diz que não há dinheiro».
Contribuir para a alternativa
As carências, os atrasos e o subdesenvolvimento com que se debatem muitas regiões do País não são fatalidades. São, por outro lado, realidades que resultam de um sistema socio-economico produtor de desigualdades, considera o secretário-geral do PCP.
Em seguida, lembrou que só com um novo rumo é possível travar e inverter as desigualdades regionais, que se têm vindo a agravar. O dirigente comunista acredita que é necessário impulsionar o investimento, designadamente investimento público, directa ou indirectamente produtivo, para ultrapassar a recessão.
Que a política seguida não é correcta, é uma certeza, afirma. «As falências, as deslocalizações, o endividamento das famílias, os despedimentos e o desemprego, que aumentou 24 por cento em Abril, aí estão a confirmar o desacerto», considera. «Uma estratégia de desenvolvimento assente nos baixos salários, no trabalho desvalorizado e sem direitos é um factor de estímulo ao investimento estrangeiro e nacional de baixa complexidade tecnológica e de pouca preocupação com os ganhos de eficiência e produtividade.»
Recordando as consequências negativas do que define como o «cumprimento cego do Pacto de Estabilidade», Carlos Carvalhas destacou a necessidade de aproveitar a actual situação na União Europeia, nomeadamente as posições dos governos alemão e francês, para se obter, pelo menos, uma maior flexibilização deste pacto. E considerou significativo o facto de que «sejam cada vez mais os que se aproximam das nossas teses há muito formuladas» sobre a matéria.
Desafiar o Governo com propostas alternativas e contribuir para o necessário sobressalto que a actual situação exige e reclama, combatendo o fatalismo e demonstrando que há outros caminhos, é o intuito da campanha que o PCP lançou e que se prolonga até Outubro.
Mas os comunistas não se ficam pela análise e querem contribuir para a mudança. Quem o afirmou foi o secretário-geral comunista, Carlos Carvalhas, que participou no lançamento da campanha. Na sua intervenção, assegurou serem igualmente objectivos da campanha a definição de linhas fundamentais de um projecto de desenvolvimento alternativo do País, que represente uma efectiva ruptura com o rumo seguido, imposto pela política de direita. Para além disto, a alteração das políticas de desenvolvimento económico e regional europeias no sentido de uma verdadeira coesão económica e social afigura-se também com uma necessidade.
Com esta campanha, o PCP espera ainda estabelecer linhas de luta e reivindicação política com a participação e mobilização das populações e suas associações e colectividades, perante os órgãos de poder. A dinamização e mobilização política das organizações do Partido, em particular as organizações de base, em torno dos problemas identificados, é outro dos objectivos anunciados por Carlos Carvalhas.
Situação agrava-se
Lembrando que a iniciativa decorre num quadro de agravamento das desigualdades regionais, Carlos Carvalhas não deixou de se referir aos persistentes desequilíbrios inter-regionais existentes desde há muito, agravados num contexto de integração europeia e «na ausência de fortes e duradouras políticas de desenvolvimento regional». O secretário-geral comunista acusou ainda a política neoliberal seguida de ter provocado o abandono económico e demográfico de vastas áreas rurais do interior, agravado pelos efeitos da política agrícola comum, e a degradação dos serviços públicos, nomeadamente da saúde e ensino, «agravada pelos baixos níveis de investimento público e políticas de privatização».
Carlos Carvalhas recorda que a evolução da economia portuguesa nos últimos anos acrescentou novos aspectos ao quadro de disparidades inter-regionais. Com intensificação do processo de integração económica europeia, no sentido da liberdade plena de circulação de mercadoria e capitais, a produção nacional sofre com a concorrência de produtos provenientes das economias mais desenvolvidas, perdendo cotas de mercado e vendo fragilizados importantes sectores das economias regionais. Por outro lado, considera o secretário-geral do PCP, os fluxos de investimento directo estrangeiro e o baixo custo da mão-de-obra fizeram aumentar significativamente o grau de fragilidade das economias locais e regionais, «crescentemente dependentes de circuitos produtivos e de distribuição comandados de fora do País». A fuga de empresas é a mais expressiva manifestação desta situação, considera.
Com as políticas – em curso ou enunciadas – do Governo PSD/PP, que acentuarão as desigualdades regionais, esta iniciativa ganha ainda mais actualidade política, afirmou Carlos Carvalhas. Segundo o secretário-geral do PCP, ninguém poderá ter dúvidas que são e serão as regiões mais pobres a pagar a factura mais pesada dessa política. Se na distribuição das verbas do Orçamento de Estado, os distritos do interior são fortemente discriminados mesmo «em tempo de vacas gordas», lembra, «é fácil adivinhar o que vai acontecer quando o Governo diz que não há dinheiro».
Contribuir para a alternativa
As carências, os atrasos e o subdesenvolvimento com que se debatem muitas regiões do País não são fatalidades. São, por outro lado, realidades que resultam de um sistema socio-economico produtor de desigualdades, considera o secretário-geral do PCP.
Em seguida, lembrou que só com um novo rumo é possível travar e inverter as desigualdades regionais, que se têm vindo a agravar. O dirigente comunista acredita que é necessário impulsionar o investimento, designadamente investimento público, directa ou indirectamente produtivo, para ultrapassar a recessão.
Que a política seguida não é correcta, é uma certeza, afirma. «As falências, as deslocalizações, o endividamento das famílias, os despedimentos e o desemprego, que aumentou 24 por cento em Abril, aí estão a confirmar o desacerto», considera. «Uma estratégia de desenvolvimento assente nos baixos salários, no trabalho desvalorizado e sem direitos é um factor de estímulo ao investimento estrangeiro e nacional de baixa complexidade tecnológica e de pouca preocupação com os ganhos de eficiência e produtividade.»
Recordando as consequências negativas do que define como o «cumprimento cego do Pacto de Estabilidade», Carlos Carvalhas destacou a necessidade de aproveitar a actual situação na União Europeia, nomeadamente as posições dos governos alemão e francês, para se obter, pelo menos, uma maior flexibilização deste pacto. E considerou significativo o facto de que «sejam cada vez mais os que se aproximam das nossas teses há muito formuladas» sobre a matéria.
Desafiar o Governo com propostas alternativas e contribuir para o necessário sobressalto que a actual situação exige e reclama, combatendo o fatalismo e demonstrando que há outros caminhos, é o intuito da campanha que o PCP lançou e que se prolonga até Outubro.