Valorizar os salários
Jerónimo de Sousa reafirmou a necessidade de aumentar os salários aos trabalhadores portugueses. Esta é uma questão importante do ponto de vista económico e social, afirmou.
Os bancos ganharam em 2003 mais 96 milhões de euros do que em 2002
Os aumentos salariais e o aumento do nível de vida dos trabalhadores portugueses são questões essenciais «tanto do ponto de vista económico como do ponto de vista social», afirmou Jerónimo de Sousa na iniciativa promovida, no passado dia 13, pela Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, no âmbito da campanha nacional de esclarecimento «Consigo, para vencermos este Governo». Para o dirigente comunista, o Governo escolheu o «caminho mais desastroso» ao optar por um modelo assente nos baixos salários e nas baixas qualificações. A produtividade do aparelho produtivo e a competitividade da economia nacional exigiam um outro caminho, reafirmou o membro da Comissão Política.
Lembrando que o País já não pode utilizar a desvalorização da moeda nacional, Jerónimo de Sousa acusou o executivo de procurar aumentar a produtividade à custa do agravamento do consumo popular e pelos cortes nos salários. «Só que estes e a quebra no investimento público e privado têm reduzido o mercado interno, agravando os factores recessivos que não são compensados pelas exportações», destacou o dirigente comunista.
Para Jerónimo de Sousa, a valorização dos salários é inseparável da valorização das pensões de reforma. «Com baixos salários haverá sempre baixas pensões de reforma», constatou. Em seguida, o dirigente do PCP lembrou «como está longe a promessa da direita em nivelar as pensões do Regime Geral ao Salário Mínimo Nacional». A escassa aproximação verificada, acusou, foi conseguida não à custa da valorização das pensões mas da desvalorização do SMN.
«Lisboa é a cidade da UE (a quinze) com remunerações mais baixas», denunciou Jerónimo de Sousa. Citando um estudo efectuado pela Union des Banques Suisses (que compara preços, salários e poder de compra de setenta cidades europeias), o dirigente comunista revelou que a remuneração de Lisboa corresponde a 23,6 por cento da remuneração bruta em Zurique (a primeira cidade do ranking) e que o poder de compra da capital portuguesa pouco ultrapassa os 36 por cento do da cidade suíça. Segundo o estudo, Lisboa está não só abaixo das capitais europeias, como de muitas outras cidades, como Barcelona, Frankfurt ou Milão.
Não é para todos
Ao mesmo tempo que diminui o poder de compra dos trabalhadores portugueses, o presidente da União de Bancos proclamou que 2003 foi «um bom ano para os banqueiros», denunciou Jerónimo de Sousa. Os seus lucros aumentaram, relativamente a 2002, em mais de 96 milhões de euros, enquanto que o grupo Sonae afirmava ter triplicado os seus lucros.
«A situação económica e social não é uma fatalidade», afirmou o membro da Comissão Política. É, sim, o resultado de uma «política neoliberal pura e dura, objectivada para a concentração da riqueza, para as contra-reformas».
Lembrando que a contracção do poder de compra, resultante da redução da massa salarial, e a subida dos preços dos bens e serviços essenciais prejudica diversas camadas da população, Jerónimo de Sousa destacou que a subida tão acentuada dos preços constitui um «desmentido inequívoco da enorme fraude política das taxas de inflação previstas», fraude essa repetida ao longo dos anos. Com a inflação verificada a ficar sempre muito além das «previsões», o dirigente comunista acredita que este ano acontecerá o mesmo, o que tem servido para o Governo condicionar os aumentos salariais. «A vida demonstra que nos aproximamos da linha da frente quanto aos preços de bens e serviços de primeira necessidade e estamos na cauda da União Europeia dos 15 no que respeita aos salários», assegurou Jerónimo de Sousa.
Lembrando que o País já não pode utilizar a desvalorização da moeda nacional, Jerónimo de Sousa acusou o executivo de procurar aumentar a produtividade à custa do agravamento do consumo popular e pelos cortes nos salários. «Só que estes e a quebra no investimento público e privado têm reduzido o mercado interno, agravando os factores recessivos que não são compensados pelas exportações», destacou o dirigente comunista.
Para Jerónimo de Sousa, a valorização dos salários é inseparável da valorização das pensões de reforma. «Com baixos salários haverá sempre baixas pensões de reforma», constatou. Em seguida, o dirigente do PCP lembrou «como está longe a promessa da direita em nivelar as pensões do Regime Geral ao Salário Mínimo Nacional». A escassa aproximação verificada, acusou, foi conseguida não à custa da valorização das pensões mas da desvalorização do SMN.
«Lisboa é a cidade da UE (a quinze) com remunerações mais baixas», denunciou Jerónimo de Sousa. Citando um estudo efectuado pela Union des Banques Suisses (que compara preços, salários e poder de compra de setenta cidades europeias), o dirigente comunista revelou que a remuneração de Lisboa corresponde a 23,6 por cento da remuneração bruta em Zurique (a primeira cidade do ranking) e que o poder de compra da capital portuguesa pouco ultrapassa os 36 por cento do da cidade suíça. Segundo o estudo, Lisboa está não só abaixo das capitais europeias, como de muitas outras cidades, como Barcelona, Frankfurt ou Milão.
Não é para todos
Ao mesmo tempo que diminui o poder de compra dos trabalhadores portugueses, o presidente da União de Bancos proclamou que 2003 foi «um bom ano para os banqueiros», denunciou Jerónimo de Sousa. Os seus lucros aumentaram, relativamente a 2002, em mais de 96 milhões de euros, enquanto que o grupo Sonae afirmava ter triplicado os seus lucros.
«A situação económica e social não é uma fatalidade», afirmou o membro da Comissão Política. É, sim, o resultado de uma «política neoliberal pura e dura, objectivada para a concentração da riqueza, para as contra-reformas».
Lembrando que a contracção do poder de compra, resultante da redução da massa salarial, e a subida dos preços dos bens e serviços essenciais prejudica diversas camadas da população, Jerónimo de Sousa destacou que a subida tão acentuada dos preços constitui um «desmentido inequívoco da enorme fraude política das taxas de inflação previstas», fraude essa repetida ao longo dos anos. Com a inflação verificada a ficar sempre muito além das «previsões», o dirigente comunista acredita que este ano acontecerá o mesmo, o que tem servido para o Governo condicionar os aumentos salariais. «A vida demonstra que nos aproximamos da linha da frente quanto aos preços de bens e serviços de primeira necessidade e estamos na cauda da União Europeia dos 15 no que respeita aos salários», assegurou Jerónimo de Sousa.