O «revoltado»
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, desassossegou a modorra nacional com uma «revolta».
Segundo as suas próprias palavras, o governante sente-se «revoltado com as mentiras» proferidas aos domingos «por um comentador que tem um problema com o primeiro-ministro».
Quem?
Pasme-se: o mentiroso que, aos domingos, revolta o ministro da Silva é, nem mais nem menos, que o seu correligionário Marcelo Rebelo de Sousa, por sinal ex-líder do partido de ambos – o PSD.
Ora sabendo-se como se sabe – e todos os domingos se confirma – que o prolixo professor faz o que pode para defender o «seu PSD» (como costuma dizer) a coberto da sua já famosa cátedra de «comentador independente» da TVI, é no mínimo estranho que o seu correligionário da Silva o considere mentiroso.
A não ser – o que não é negligenciável... - que os «PSD’s» de que ambos se reclamam sejam partidos não apenas diferentes mas, pelos vistos, até antagónicos...
Uma coisa é certa, porque afirmada: no PSD do ministro da Silva o antigo líder Rebelo de Sousa «tem um problema» com o actual líder - o também primeiro-ministro Santana Lopes.
E o ministro da Silva aponta mesmo o problema, cujo é o seguinte: o professor Marcelo criticou a tolerância de ponto concedida pelo Governo de Santana, considerando-a «pior do que o pior dos Governos de António Guterres».
Vinda de quem vem, tal apreciação pode ser um «problema» para o ministro da Silva, admitimos mesmo que também o possa ser para o próprio Santana Lopes mas, com franqueza, não vemos onde é que – pela menos desta vez - o professor Marcelo esteja a faltar à verdade...
Mas o pior estava para vir.
Garantindo que «em toda a Europa, trata-se de um caso único», este do comentador Marcelo, pois «não há em país algum uma pessoa a perorar 45 minutos sobre política sem ser sujeita ao contraditório e apenas a defender os seus interesses pessoais», o ministro da Silva reclamou uma coisa extraordinária: a intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Pergunta-se: para quê?
Para verberar o programa? Para multar a TVI? Para ditar a leitura de um desmentido? Para repreender o professor Marcelo? Para lhe impor, nos seus comentários dominicais, um interlocutor da confiança do ministro da Silva que o «sujeite ao contraditório»?
Ou, mais simplesmente, para que silencie de uma vez o «professor mentiroso» que incomoda o ministro da Silva?
No que toca ao perfil político deste senhor Rui Gomes da Silva, é evidente que estes seus raciocínios e exigências o colocam muito mais adequado às alfurjas do fascismo que aos «Assuntos Parlamentares» do regime democrático.
Se ele se «revolta» assim com opiniões adversas de correligionários, imagine-se do que será capaz – se lho permitirem - em relação a adversários políticos...
Mas o mais extraordinário é que esta explosão de autoritarismo censório contra a liberdade de expressão nos meios de comunicação social vem de um ministro que integra, exactamente, o Governo que, de longe, mais assessores e gabinetes de imprensa contratou e amontoou, tudo pago a peso de ouro e com o dinheiro dos contribuintes, evidentemente.
Tantos ou tão poucos, que até já se publicaram lamentos ministeriais sobre o «excesso de descoordenação» entre as multidões de gabinetes de imprensa, assessores e conselheiros de imagem que dão as «boas novas» da governação de Santana Lopes.
Quanto a estes «comunicadores», o ministro da Silva não vê necessidade de os «sujeitar ao contraditório»? Nem acha que estejam a «defender interesses pessoais»?
Segundo as suas próprias palavras, o governante sente-se «revoltado com as mentiras» proferidas aos domingos «por um comentador que tem um problema com o primeiro-ministro».
Quem?
Pasme-se: o mentiroso que, aos domingos, revolta o ministro da Silva é, nem mais nem menos, que o seu correligionário Marcelo Rebelo de Sousa, por sinal ex-líder do partido de ambos – o PSD.
Ora sabendo-se como se sabe – e todos os domingos se confirma – que o prolixo professor faz o que pode para defender o «seu PSD» (como costuma dizer) a coberto da sua já famosa cátedra de «comentador independente» da TVI, é no mínimo estranho que o seu correligionário da Silva o considere mentiroso.
A não ser – o que não é negligenciável... - que os «PSD’s» de que ambos se reclamam sejam partidos não apenas diferentes mas, pelos vistos, até antagónicos...
Uma coisa é certa, porque afirmada: no PSD do ministro da Silva o antigo líder Rebelo de Sousa «tem um problema» com o actual líder - o também primeiro-ministro Santana Lopes.
E o ministro da Silva aponta mesmo o problema, cujo é o seguinte: o professor Marcelo criticou a tolerância de ponto concedida pelo Governo de Santana, considerando-a «pior do que o pior dos Governos de António Guterres».
Vinda de quem vem, tal apreciação pode ser um «problema» para o ministro da Silva, admitimos mesmo que também o possa ser para o próprio Santana Lopes mas, com franqueza, não vemos onde é que – pela menos desta vez - o professor Marcelo esteja a faltar à verdade...
Mas o pior estava para vir.
Garantindo que «em toda a Europa, trata-se de um caso único», este do comentador Marcelo, pois «não há em país algum uma pessoa a perorar 45 minutos sobre política sem ser sujeita ao contraditório e apenas a defender os seus interesses pessoais», o ministro da Silva reclamou uma coisa extraordinária: a intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Pergunta-se: para quê?
Para verberar o programa? Para multar a TVI? Para ditar a leitura de um desmentido? Para repreender o professor Marcelo? Para lhe impor, nos seus comentários dominicais, um interlocutor da confiança do ministro da Silva que o «sujeite ao contraditório»?
Ou, mais simplesmente, para que silencie de uma vez o «professor mentiroso» que incomoda o ministro da Silva?
No que toca ao perfil político deste senhor Rui Gomes da Silva, é evidente que estes seus raciocínios e exigências o colocam muito mais adequado às alfurjas do fascismo que aos «Assuntos Parlamentares» do regime democrático.
Se ele se «revolta» assim com opiniões adversas de correligionários, imagine-se do que será capaz – se lho permitirem - em relação a adversários políticos...
Mas o mais extraordinário é que esta explosão de autoritarismo censório contra a liberdade de expressão nos meios de comunicação social vem de um ministro que integra, exactamente, o Governo que, de longe, mais assessores e gabinetes de imprensa contratou e amontoou, tudo pago a peso de ouro e com o dinheiro dos contribuintes, evidentemente.
Tantos ou tão poucos, que até já se publicaram lamentos ministeriais sobre o «excesso de descoordenação» entre as multidões de gabinetes de imprensa, assessores e conselheiros de imagem que dão as «boas novas» da governação de Santana Lopes.
Quanto a estes «comunicadores», o ministro da Silva não vê necessidade de os «sujeitar ao contraditório»? Nem acha que estejam a «defender interesses pessoais»?