A Internacional Terrorista
As «democracias ocidentais» afundam-se cada vez mais na barbárie.
O Primeiro-Ministro israelita, Ariel Sharon, declarou há dias ao jornal israelita Ma’ariv: «Agimos contra Ahmed Yassin e Abdel-Aziz al-Rantissi [os dirigentes políticos do Hamas assassinados por Israel] quando achámos que era chegado o momento oportuno. No que respeita a Arafat, agiremos da mesma forma, quando acharmos o momento conveniente e oportuno. É preciso encontrar o momento de fazer o que tem de ser feito» (The Guardian, 15.9.04). Na nova ordem mundial imperialista, o anúncio público da intenção de assassinar o presidente eleito de um povo não mereceu especiais reparos, nem caixa alta nos jornais do grande capital. À espera do «momento conveniente e oportuno», o terrorista Sharon enviou centenas de tanques para atacar os campos de refugiados palestinianos em Gaza. «Enquanto os blindados avançavam [...] a aviação bombardeava. [...] Os israelitas destruíram pelo menos 25 edifícios nos últimos dias» (Il Manifesto, 2.10.04). Em três dias foram assassinados mais de 60 palestinianos. Nos últimos 4 anos foram mais de 3 300.
Prossegue o massacre na Palestina, e prossegue o massacre no Iraque. Os métodos são idênticos. O exército de ocupação americano está a bombardear, todos os dias, bairros e cidades inteiras: Faluja, Samarra, Ramadi, a Cidade Sadr... As vítimas civis contam-se às centenas. É assim a “libertação” dos iraquianos, por parte de quem só lhes quer “trazer a democracia”. Alguns canais de televisão mostraram os corpos de crianças a serem retirados dos escombros de suas casas, em Faluja. Mas a “imparcial BBC”, a 3 de Outubro, censurou as imagens, substituindo-as pelas palavras do jornalista: «há quem diga que havia crianças debaixo dos escombros». Não «há quem diga». Havia, e a BBC tem as imagens. Censurou-as. Dizem-nos que os bombardeamentos são «de precisão cirúrgica». Tão «cirúrgica» que o director do Hospital de Faluja, o Dr. Rafia al-Islawi, afirma que «de cada vez que mandamos uma ambulância buscar alguém, ela é alvejada. O Exército dos EUA não tem qualquer ética» (al-Jazeera, 13.9.04).
As “democracias ocidentais” afundam-se cada vez mais na barbárie. O ex-primeiro ministro espanhol, José Maria Aznar, no seu novo emprego como “Professor” na Universidade Georgetown, nos EUA, afirmou que «o problema de Espanha com a Al Qaeda e o terrorismo islâmico começou no Século VIII» (El Mundo, 22.9.04), ou seja, há 1300 anos. Para além do delírio, a declaração é grave. Confirma publicamente que nos círculos de poder do imperialismo actual, há quem queira reservar aos muçulmanos o papel que Hitler, na sua tentativa de alcançar a hegemonia mundial, reservou aos judeus: o papel de “povo inimigo”.
Com a cumplicidade duma comunicação social de regime, todos os arbítrios são possíveis, como o campo de concentração dos EUA em Guantanamo. E no “julgamento” do ex-presidente jugoslavo, Slobodan Milosevic, pelo fraudulento “Tribunal” criado pelos vencedores da criminosa agressão da NATO para castigar quem lhes havia ousado fazer frente, as arbitrariedades vão de escândalo em escândalo. Após ano e meio em que a acusação foi livre de apresentar a sua versão (demolida de forma notável por Milosevic) e logo após ter começado o período de apresentação da defesa do réu, o “Tribunal” retirou a Milosevic o direito de se defender e impôs dois advogados para falar em seu nome. O International Herald Tribune (9.9.04) nem se deu ao trabalho de esconder as verdadeiras motivações da decisão: «Espera-se [que a decisão] impeça a estratégia de Milosevic de conduzir uma defesa política, o que tinha já começado a fazer na semana passada». A “justiça” imperialista neste início sombrio do Século já está mais domesticada do que estavam os tribunais alemães em finais de 1933, quase um ano após a subida de Hitler ao poder. O dirigente comunista Dimitrov ainda pôde defender-se em tribunal das (falsas, como veio a demonstrar) acusações nazis de incendiar o Reichstag.
Prossegue o massacre na Palestina, e prossegue o massacre no Iraque. Os métodos são idênticos. O exército de ocupação americano está a bombardear, todos os dias, bairros e cidades inteiras: Faluja, Samarra, Ramadi, a Cidade Sadr... As vítimas civis contam-se às centenas. É assim a “libertação” dos iraquianos, por parte de quem só lhes quer “trazer a democracia”. Alguns canais de televisão mostraram os corpos de crianças a serem retirados dos escombros de suas casas, em Faluja. Mas a “imparcial BBC”, a 3 de Outubro, censurou as imagens, substituindo-as pelas palavras do jornalista: «há quem diga que havia crianças debaixo dos escombros». Não «há quem diga». Havia, e a BBC tem as imagens. Censurou-as. Dizem-nos que os bombardeamentos são «de precisão cirúrgica». Tão «cirúrgica» que o director do Hospital de Faluja, o Dr. Rafia al-Islawi, afirma que «de cada vez que mandamos uma ambulância buscar alguém, ela é alvejada. O Exército dos EUA não tem qualquer ética» (al-Jazeera, 13.9.04).
As “democracias ocidentais” afundam-se cada vez mais na barbárie. O ex-primeiro ministro espanhol, José Maria Aznar, no seu novo emprego como “Professor” na Universidade Georgetown, nos EUA, afirmou que «o problema de Espanha com a Al Qaeda e o terrorismo islâmico começou no Século VIII» (El Mundo, 22.9.04), ou seja, há 1300 anos. Para além do delírio, a declaração é grave. Confirma publicamente que nos círculos de poder do imperialismo actual, há quem queira reservar aos muçulmanos o papel que Hitler, na sua tentativa de alcançar a hegemonia mundial, reservou aos judeus: o papel de “povo inimigo”.
Com a cumplicidade duma comunicação social de regime, todos os arbítrios são possíveis, como o campo de concentração dos EUA em Guantanamo. E no “julgamento” do ex-presidente jugoslavo, Slobodan Milosevic, pelo fraudulento “Tribunal” criado pelos vencedores da criminosa agressão da NATO para castigar quem lhes havia ousado fazer frente, as arbitrariedades vão de escândalo em escândalo. Após ano e meio em que a acusação foi livre de apresentar a sua versão (demolida de forma notável por Milosevic) e logo após ter começado o período de apresentação da defesa do réu, o “Tribunal” retirou a Milosevic o direito de se defender e impôs dois advogados para falar em seu nome. O International Herald Tribune (9.9.04) nem se deu ao trabalho de esconder as verdadeiras motivações da decisão: «Espera-se [que a decisão] impeça a estratégia de Milosevic de conduzir uma defesa política, o que tinha já começado a fazer na semana passada». A “justiça” imperialista neste início sombrio do Século já está mais domesticada do que estavam os tribunais alemães em finais de 1933, quase um ano após a subida de Hitler ao poder. O dirigente comunista Dimitrov ainda pôde defender-se em tribunal das (falsas, como veio a demonstrar) acusações nazis de incendiar o Reichstag.