Marcha pelo Alviela

Cerca de 130 pessoas marcharam domingo pelas margens do Alviela, desde Vaqueiros (Santarém) até à nascente, nos Olhos d’Água (Alcanena), reclamando uma solução para a poluição do rio, onde este Verão voltaram a morrer milhares de peixes.
Promovida pelo Partido Ecologista «Os Verdes», a «Marcha pelo Alviela», que contou com a participação dos jovens atletas Vera Santos e João Vieira, mobilizou gente de três freguesias ribeirinhas - Vaqueiros, Pernes e S. Vicente do Paul -, alguns autarcas dessa freguesia e pessoas de outros concelhos que quiseram aderir a uma «luta de 30 anos», que sofreu um «forte revés de há dois anos para cá», nas palavras do presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros.
Firmino Oliveira, da CDU, acompanhou a marcha por um trajecto de mais de 10 quilómetros, assinalado nos pontos críticos com cartazes colocados pela freguesia lembrando os episódios de Junho e Julho últimos, em que milhares de peixes, alguns já de grandes dimensões, apareceram mortos.
«Aqui, no Sobralinho, tomámos banho há dois, três anos», afirmou, em conversa com os jornalistas, mostrando as águas negras cobertas de um manto verde, sem qualquer sinal de peixe, para dizer que o estado de degradação a que chegou a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, que trata os efluentes das indústrias de curtumes, tem provocado uma regressão fatal num processo que tinha permitido devolver vida ao rio.
Sublinhando que apoia qualquer iniciativa de qualquer partido em defesa de Alviela, o autarca do PCP afirmou participar na marcha com o objectivo de pressionar o Governo a resolver o problema da ETAR de Alcanena e de exigir a divulgação dos resultados das análises dos peixes que foram levados em Agosto para o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária.
«Já passou mês e meio e continuamos sem saber se os peixes representam algum perigo para a saúde pública», disse, advertindo que a Jusante de Vaqueiros, onde persistem alguns peixes, «há gente a pescar e a consumir esse peixe».
Por seu lado, Manuela Cunha, da Direcção Nacional de «Os Verdes», reclamou a concretização dos investimentos necessários, já identificados tanto pela associação que gere a ETAR como pelo Governo, para conclusão da infra-estrutura, para evitar de vez a existência de descargas directas para a ribeira dos Carvalhos (que depois entra no Alviela), exigindo ainda fiscalização à gestão do sistema.
Para Manuela Cunha, a solução não está em encerrar as indústrias, «como o Governo quer fazer no caso da Petrogal de Leça da Palmeira», mas em «fazê-las cumprir a lei», afirmou.


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