O reino da felicidade
Eis que Agosto se cobre de nuvens e logo os acidentes disparam nas estradas escorregadias. Em dia de trabalho, não sabe mal esta baixa de temperatura a sugerir uma frescura que afinal não há. O ar está pesado e, à entrada da cidade, o fedor de uma ETAR ensombra o começo do dia. Mas que raio de ideia terem colocado uma estação de tratamento de águas ali bem no centro de uma cidade grande, queixo-me. Só neste país, digo eu, afastando-me a toda a velocidade. E, reatando a velha treta de que só em Portugal é que tudo corre mal, passo em revista as primeiras notícias da manhã, nesta terra abstrusa, brindada com um governo chefiado por Santana Lopes. O mesmo que os lisboetas, à recta, haviam escolhido para presidir aos destinos da capital. Não será isto um sinal do absurdo? De ir na conversa e nas promessas de parques mayeres e de casinos, para ver depois a cidade escancarada de buracos de obras sem termo à vista?
É a terra onde um jornalista - depois de ilegalmente ter gravado numerosas conversas, com gente de um modo ou de outro ligada ao processo da pedofilia - terá sido «alegadamente» roubado, ficando as gravações à mercê do ladrão. É a terra onde cada cabeça bota a sua sentença sobre o caso, indicando culpas, culpados e destino a dar às conversas. E onde o primeiro-ministro «toma conta», pessoalmente, do caso...
É a terra onde, ao que parece, continuam a ser «servidas» vacinas a bebés, banidas em outros países por serem consideradas eventualmente perigosas. A eventualidade, em Portugal, não é suficiente para arredá-las.
É a terra onde pelo menos um jornal «de referência» dá uma página a declarações variadas a um recentemente eleito eurodeputado que veio de férias, encontrando à espera um dedicado profissional que lhe bebeu as palavras - Portas bloquista dissertou, durante «uma pausa na nova vida em Bruxelas», sobre um filme, um governo, um presidente e um partido.
Mas que dizer do resto do mundo? Por exemplo, no Iraque, as coisas não deixam de parecer «surreais»: agora foram acusados de assassínio e de falsificação, respectivamente o chefe do tribunal que se prepara para julgar Sadam e um ex-membro do extinto Conselho de Governo que superintendeu no país a mando dos EUA.
A lista de notícias insanas poderia ser estendida até ao infinito. Mas escolhemos esta que preocupa os ambientalistas britânicos: os súbditos de Sua Majestade andam a tomar todos Prozac dissolvido na água. Ao que parece, o produto consumido não é «reciclado» pelos utentes e anda a contaminar os rios e os solos. Assim, pelo menos, andam felizes.
É a terra onde um jornalista - depois de ilegalmente ter gravado numerosas conversas, com gente de um modo ou de outro ligada ao processo da pedofilia - terá sido «alegadamente» roubado, ficando as gravações à mercê do ladrão. É a terra onde cada cabeça bota a sua sentença sobre o caso, indicando culpas, culpados e destino a dar às conversas. E onde o primeiro-ministro «toma conta», pessoalmente, do caso...
É a terra onde, ao que parece, continuam a ser «servidas» vacinas a bebés, banidas em outros países por serem consideradas eventualmente perigosas. A eventualidade, em Portugal, não é suficiente para arredá-las.
É a terra onde pelo menos um jornal «de referência» dá uma página a declarações variadas a um recentemente eleito eurodeputado que veio de férias, encontrando à espera um dedicado profissional que lhe bebeu as palavras - Portas bloquista dissertou, durante «uma pausa na nova vida em Bruxelas», sobre um filme, um governo, um presidente e um partido.
Mas que dizer do resto do mundo? Por exemplo, no Iraque, as coisas não deixam de parecer «surreais»: agora foram acusados de assassínio e de falsificação, respectivamente o chefe do tribunal que se prepara para julgar Sadam e um ex-membro do extinto Conselho de Governo que superintendeu no país a mando dos EUA.
A lista de notícias insanas poderia ser estendida até ao infinito. Mas escolhemos esta que preocupa os ambientalistas britânicos: os súbditos de Sua Majestade andam a tomar todos Prozac dissolvido na água. Ao que parece, o produto consumido não é «reciclado» pelos utentes e anda a contaminar os rios e os solos. Assim, pelo menos, andam felizes.