Petrolífera Yukos em apuros

A gigante petrolífera Yukos-Sibneft - a quarta maior produtora mundial - está à beira da falência. No passado fim-de-semana, as forças especiais russas entraram nas instalações da empresa para cumprir o mandato judicial que ordenou o congelamento dos bens da companhia e exigiu o pagamento de 3,4 mil milhões de euros de dívidas ao fisco.
Os problemas da empresa, que nunca se preocupou com o pagamento de impostos, terão começado quando o respectivo presidente, o magnata Mikhail Jodorkovski, anunciou a sua intenção de participar na vida política russa e financiou forças de oposição ao presidente Putin. Mas a questão pode ser mais complexa e a acção judicial contra Jodorkovski, embora legítima, pode ser uma cortina de fumo para impedir os EUA de avançarem para o controlo energético do país.
Recorda-se que, em Setembro de 2003, Putin recebeu o ex-presidente dos EUA, George Bush pai, acompanhado por antigos pesos-pesados da Casa Branca, como o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e o ex-conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski, além do ex-prefeito de Nova York, Rudolf Giulianique, que segundo noticiou então o jornal The Moscow Times pretendiam aplanar o caminho para a aquisição de uma importante fatia das acções da Yukos-Sibneft pelo gigante petrolífero Chevron Texaco, por uma quantia de 18,6 mil milhões de dólares.
Admite-se que, através da acção judicial, a empresa possa mudar de dono, passando para as mãos do Estado.

Protestos nas Honduras

Cerca de 20 000 hondurenhos manifestaram-se no fim-de-semana em Tegucigalpa, capital do país, em protesto contra as leis antipopulares do governo de Ricardo Maduro. Os manifestantes exigiam, entre outras medidas, a redução do imposto sobre os combustíveis e o controlo estatal do respectivo preço, a estabilização dos preços dos bens de primeira necessidade, e a suspensão do processo de privatização da saúde, educação e outros serviços. Milhares de operários, professores, camponeses, indígenas, vendedores ambulantes, ambientalistas e estudantes bloquearam as saídas Norte e Sul da capital durante cerca de três horas, reclamando a demissão do governo. As autoridades mobilizaram milhares de polícias e três helicópteros militares para intimidar os manifestantes, mas um cordão humano interpôs-se entre as forças policiais e o grosso dos manifestantes, impedindo que eventuais provocadores dessem origem a distúrbios.

Troca de prisioneiros

A completa ilegalidade em que se encontram os prisioneiros de Guantanamo permite aos EUA dispor das suas vidas com a maior das arbitrariedades. Segundo anunciou há dias o jornal The New York Times, no ano passado foram libertados cinco suspeitos de terrorismo de origem saudita, no âmbito de um acordo secreto que envolvia, para além dos EUA e a Arábia Saudita, também o Reino Unido.
O jornal, que cita fontes britânicas e norte-americanas, refere que as libertações foram feitas para «satisfazer importantes aliados na invasão do Iraque». Em troca, Riad libertou cinco britânicos e outras duas pessoas condenadas por ataques terroristas na Arábia Saudita, que segundo fontes diplomáticas teriam sido torturadas para confessarem crimes que não cometeram. O acordo terá contado com o apoio de membros do Pentágono, dos serviços secretos (CIA) e do Departamento de Justiça.

Acção conjunta no Iraque

Pelos menos 12 pessoas morreram em resultado de uma acção conjunta do Exército norte-americano e das Forças de Segurança iraquianas, lançada segunda-feira em Fallujah contra instalações alegadamente ocupadas pelo pretenso dirigente da Al’Qaeda no Iraque, Al Zarqawi.
Nesta primeira operação militar de envergadura desde a «transferência de soberania» para o governo de Iyad Allawi, as Forças de Segurança iraquianas forneceram aos militares norte-americanos «a informação que permitiu o ataque contra um lugar conhecido como “refúgio seguro” de Al Zarqawi», afirma um comunicado do governo.
Por seu lado, o porta-voz das forças norte-americanas informou que foram lançadas «quatro bombas de 250 kg e outras duas de 500 kg sobre o objectivo», sem precisar no entanto se Al Zarqawi se encontrava entre as vítimas.

SIDA continua a aumentar

O relatório da ONUsida divulgado anteontem, terça-feira, revela que a SIDA provocou seis milhões de mortos em apenas dois anos e que só em 2003 se registaram cinco milhões de novos casos.
De acordo com o documento, estima-se que 38 milhões de pessoas estavam contaminadas com o HIV no final do ano passado, sendo a África e a Ásia as regiões do mundo mais afectadas, embora na Europa de Leste o aumento da epidemia também seja considerado alarmante.
As novas infecções, em termos globais, afectam sobretudo os jovens entre os 15 e os 24 anos, o que justifica por sua vez o elevado número de órfãos provocados pela doença: 15 milhões de crianças em todo o mundo.
Duas décadas de epidemia - os primeiros casos foram identificados em 1981 - terão provocado a morte a mais de 20 milhões de pessoas.


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