Para desassossego de Sua Excelência
Com aquela atitude inquiridora, autoritária e ameaçadora que acompanha todas as derivas totalitárias, Durão Barroso decidiu afrontar o PCP. Para além da cobardia das insinuantes acusações a propósito da segurança, o Primeiro-Ministro sentenciou o PCP a esclarecer, uma vez por todas, «se é um partido do sistema ou um partido revolucionário». Sem que o que aqui se escreva possa ser lido por sua excelência como sinal de atenção que não merece, confiança que de todo lhe não queremos dar, ou explicações que lhe não devemos, valerá a pena entretanto deixar registados três apontamentos.
O primeiro, para compreender o seu incómodo perante o PCP e a sua luta contra os desmandos do governo a que preside. Se há coisa que nele e na coligação que dirige se deve reconhecer é um apurado sentido de classe, um agudo sentido de quem faz perigar os seus interesses, objectivos e projecto. E por ali, por experiência feita de uma luta de classes de décadas neste país, bem se sabe que o perigo para os interesses que representa não reside no vozear de uma certa oposição sempre disposta a concessões e cumplicidades ou a um certo folclore mediático capaz de construir títulos na imprensa mas absolutamente inofensivo para a direita e a sua ofensiva económica e social. Mas sim no PCP, na sua acção coerente e combativa, nas lutas que organiza e apoia, na alternativa que apresenta, na sociedade que quer construir.
O segundo, para lhe dizer, a propósito da ameaça do desafio, o que se tem para dizer: Sim, o PCP é um partido revolucionário, com tanto ou mais direito de o afirmar e o ser quanto o seu, e a coligação a que preside, de ser e agir como reaccionário. Não, o PCP não é um partido do «sistema», mas sim um partido que age e intervém no quadro de um regime democrático, que ajudou a fundar, construir e a defender contra os que, como vossa excelência, o quer limitar, amputar ou se pudesse liquidar.
O terceiro, para lhe reafirmar que este Partido, que em matéria de democracia e liberdade nada mais tem a provar que a sua vida e história já não tenha provado, não é dos que se deixe ajoelhar ou reconverter sob o peso de ameaças, intimidações ou chantagens. Um Partido que não está disponível para ceder á pressão das ideias dominantes para as quais o «sistema», que o capital construiu para sobreviver, e democracia seriam alegadamente sinónimos. Um Partido que em todas as circunstâncias, contra ou a favor de correntes de opinião, aqui está para esclarecer e alertar para o facto de valores como a democracia e liberdade se verem reduzir na razão directa da crescente imposição agressiva e desumana do sistema que sua excelência representa e promove: o capitalismo.
O primeiro, para compreender o seu incómodo perante o PCP e a sua luta contra os desmandos do governo a que preside. Se há coisa que nele e na coligação que dirige se deve reconhecer é um apurado sentido de classe, um agudo sentido de quem faz perigar os seus interesses, objectivos e projecto. E por ali, por experiência feita de uma luta de classes de décadas neste país, bem se sabe que o perigo para os interesses que representa não reside no vozear de uma certa oposição sempre disposta a concessões e cumplicidades ou a um certo folclore mediático capaz de construir títulos na imprensa mas absolutamente inofensivo para a direita e a sua ofensiva económica e social. Mas sim no PCP, na sua acção coerente e combativa, nas lutas que organiza e apoia, na alternativa que apresenta, na sociedade que quer construir.
O segundo, para lhe dizer, a propósito da ameaça do desafio, o que se tem para dizer: Sim, o PCP é um partido revolucionário, com tanto ou mais direito de o afirmar e o ser quanto o seu, e a coligação a que preside, de ser e agir como reaccionário. Não, o PCP não é um partido do «sistema», mas sim um partido que age e intervém no quadro de um regime democrático, que ajudou a fundar, construir e a defender contra os que, como vossa excelência, o quer limitar, amputar ou se pudesse liquidar.
O terceiro, para lhe reafirmar que este Partido, que em matéria de democracia e liberdade nada mais tem a provar que a sua vida e história já não tenha provado, não é dos que se deixe ajoelhar ou reconverter sob o peso de ameaças, intimidações ou chantagens. Um Partido que não está disponível para ceder á pressão das ideias dominantes para as quais o «sistema», que o capital construiu para sobreviver, e democracia seriam alegadamente sinónimos. Um Partido que em todas as circunstâncias, contra ou a favor de correntes de opinião, aqui está para esclarecer e alertar para o facto de valores como a democracia e liberdade se verem reduzir na razão directa da crescente imposição agressiva e desumana do sistema que sua excelência representa e promove: o capitalismo.