«Paracos» colombianos na Venezuela
Numa propriedade rural situada na periferia de Caracas foram detidas várias dezenas de paramilitares colombianos – «paracos»– contratados para realizar actos terroristas, entre eles o assassínio de Hugo Chávez. A herdade pertence ao cubano-venezuelano Robert Alonso, anticastrista ligado aos gusanos de Miami, e um dos chefes mais radicais da oposição venezuelana, responsável de violentas acções de rua, com saldo de vários mortos. Neste momento está a monte.
Por agora são mais de cem os «paracos» presos – alguns menores de idade – e calcula-se que fugiram algumas dezenas mais. Outros dados falam da presença de meio milhar deles em vários pontos da Venezuela, especialmente junto da fronteira e nos estados governado pela oposição. Entre os detidos estão três comandantes dos paramilitares: Ernesto Ayala Amado, chefe do Bloco Norte de Santander; Antonio Omaña Trujillo e Jefferson Gutiérrez. Os comandantes Diego e Costeño estão fugidos. Outros analistas sugerem que a relativamente fácil apreensão destes paramilitares pode ser uma cortina de fogo para esconder outras acções ainda mais graves.
Esta operação terrorista, integrada nos objectivos do Plano Colômbia, forma parte do eixo Caracas-Bogotá-Miami, que inclui figuras da oposição venezuelana, oligarcas e militares colombianos e boa parte da mafia cubana anticastrista, que pretende vingar em Chávez os seus fracassos nas repetidas tentativas de eliminação de Fidel Castro.
Como seria de esperar, as autoridades venezuelanas denunciaram este caso como uma agressão internacional. O governo colombiano manifestou-se rapidamente no sentido de exprimir a sua satisfação pela detenção dos «paracos». A Organização dos Estados Americanos também censurou energicamente o caso. Contudo, uma leitura dos jornais venezuelanos mostra que tanto os média, como a maioria da oposição, minimizam o assunto e apresentam-no como um «show mediático» do governo bolivariano. É lógico. Muitos já apelaram descaradamente a uma intervenção militar estrangeira – leia-se dos Estados Unidos –, que consiga pela força o que não parece estar ao seu alcance pela via eleitoral.
Uma história com antecedentes
Esta nova provocação a partir da Colômbia é, sem dúvida, a mais séria até ao momento. Mas não é a única evidência das acções terroristas da oposição venezuelana, que, apoiada nos paramilitares, já assassinou mais de 80 activistas agrários.
Em 1997, já a pensar numa provável vitória eleitoral de Chávez, Carlos Castaño, chefe máximo dos «paracos», confessava ter-se reunido com 140 empresários venezuelanos para criar as Autodefesas Unidas de Venezuela. Pouco depois, sete colombianos eram detidos por suspeita de participarem em sequestros. Nesse momento admitiram ter sido contratados pelo general Gómez Medina, mas foram postos em liberdade de forma quase imediata pelo mesmo general, que seria um dos chefes do golpe de estado contra Chávez.
Em Abril de 2002, a inteligência militar descobriu um bunker com vários tipos de armas de guerra e fardas militares na residência de Pérez Recao, um dos líderes do mesmo golpe. Em Agosto desse ano, filmagens mostraram agentes da polícia do Estado de Carabobo (oposição) a treinar militarmente alegados insurgentes. Em Novembro de 2003, foram abatidos três paramilitares que tinham em seu poder uma lista com 11 futuras vítimas. Em Março deste ano, os Comandos 4F (anticastristas residentes em Miami) ofereceram-se para treinar militarmente os opositores venezuelanos dispostos à «beligerância». Duas semanas depois, um general golpista exilado na capital da Florida, Felipe Rodríguez (o Corvo), admitia estar a formar grupos clandestinos para derrubar o governo de Chávez.
Um par de dias mais tarde, a 13 de Abril, um senador colombiano, ligado aos «paracos», avançou, com o aplauso histérico da oligarquia venezuelana, a ideia de aplicar a Carta Democrática da OEA ao governo de Caracas.
Finalmente, tanto o governo colombiano como a OEA se desmarcaram da provocação.
Mas este caso está ainda longe de terminar. El Espectador (Colômbia) afirmava, a 15 de Maio, que estas detenções lançam luz sobre o que todos sabiam e ninguém queria corrigir: «há muito que membros das autodefesas estão a passar para o país vizinho para desestabilizar» (…) «varias gravações em poder de El Espectador demonstram a passagem de paramilitares para o país vizinho, o roubo de gasolina na fronteira e os negócios de paras com gente próxima a PDVSA» (a petrolífera venezuelana).
Terrorismo, contrabando de gasolina e narcotráfico é o programa de governo dos paramilitares e dos seus aliados para Caracas.
Por agora são mais de cem os «paracos» presos – alguns menores de idade – e calcula-se que fugiram algumas dezenas mais. Outros dados falam da presença de meio milhar deles em vários pontos da Venezuela, especialmente junto da fronteira e nos estados governado pela oposição. Entre os detidos estão três comandantes dos paramilitares: Ernesto Ayala Amado, chefe do Bloco Norte de Santander; Antonio Omaña Trujillo e Jefferson Gutiérrez. Os comandantes Diego e Costeño estão fugidos. Outros analistas sugerem que a relativamente fácil apreensão destes paramilitares pode ser uma cortina de fogo para esconder outras acções ainda mais graves.
Esta operação terrorista, integrada nos objectivos do Plano Colômbia, forma parte do eixo Caracas-Bogotá-Miami, que inclui figuras da oposição venezuelana, oligarcas e militares colombianos e boa parte da mafia cubana anticastrista, que pretende vingar em Chávez os seus fracassos nas repetidas tentativas de eliminação de Fidel Castro.
Como seria de esperar, as autoridades venezuelanas denunciaram este caso como uma agressão internacional. O governo colombiano manifestou-se rapidamente no sentido de exprimir a sua satisfação pela detenção dos «paracos». A Organização dos Estados Americanos também censurou energicamente o caso. Contudo, uma leitura dos jornais venezuelanos mostra que tanto os média, como a maioria da oposição, minimizam o assunto e apresentam-no como um «show mediático» do governo bolivariano. É lógico. Muitos já apelaram descaradamente a uma intervenção militar estrangeira – leia-se dos Estados Unidos –, que consiga pela força o que não parece estar ao seu alcance pela via eleitoral.
Uma história com antecedentes
Esta nova provocação a partir da Colômbia é, sem dúvida, a mais séria até ao momento. Mas não é a única evidência das acções terroristas da oposição venezuelana, que, apoiada nos paramilitares, já assassinou mais de 80 activistas agrários.
Em 1997, já a pensar numa provável vitória eleitoral de Chávez, Carlos Castaño, chefe máximo dos «paracos», confessava ter-se reunido com 140 empresários venezuelanos para criar as Autodefesas Unidas de Venezuela. Pouco depois, sete colombianos eram detidos por suspeita de participarem em sequestros. Nesse momento admitiram ter sido contratados pelo general Gómez Medina, mas foram postos em liberdade de forma quase imediata pelo mesmo general, que seria um dos chefes do golpe de estado contra Chávez.
Em Abril de 2002, a inteligência militar descobriu um bunker com vários tipos de armas de guerra e fardas militares na residência de Pérez Recao, um dos líderes do mesmo golpe. Em Agosto desse ano, filmagens mostraram agentes da polícia do Estado de Carabobo (oposição) a treinar militarmente alegados insurgentes. Em Novembro de 2003, foram abatidos três paramilitares que tinham em seu poder uma lista com 11 futuras vítimas. Em Março deste ano, os Comandos 4F (anticastristas residentes em Miami) ofereceram-se para treinar militarmente os opositores venezuelanos dispostos à «beligerância». Duas semanas depois, um general golpista exilado na capital da Florida, Felipe Rodríguez (o Corvo), admitia estar a formar grupos clandestinos para derrubar o governo de Chávez.
Um par de dias mais tarde, a 13 de Abril, um senador colombiano, ligado aos «paracos», avançou, com o aplauso histérico da oligarquia venezuelana, a ideia de aplicar a Carta Democrática da OEA ao governo de Caracas.
Finalmente, tanto o governo colombiano como a OEA se desmarcaram da provocação.
Mas este caso está ainda longe de terminar. El Espectador (Colômbia) afirmava, a 15 de Maio, que estas detenções lançam luz sobre o que todos sabiam e ninguém queria corrigir: «há muito que membros das autodefesas estão a passar para o país vizinho para desestabilizar» (…) «varias gravações em poder de El Espectador demonstram a passagem de paramilitares para o país vizinho, o roubo de gasolina na fronteira e os negócios de paras com gente próxima a PDVSA» (a petrolífera venezuelana).
Terrorismo, contrabando de gasolina e narcotráfico é o programa de governo dos paramilitares e dos seus aliados para Caracas.